Jovens fazem ação pelo protagonismo negro em Salvador

Marcha Incomode também luta contra feminicídio e genocídio

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  • Da Redação

Publicado em 18 de junho de 2019 às 19:02

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Divulgação/Nilton Lopes

Um grupo de jovens se reuniu na praça do Lobato, nesta terça-feira (18), para realizar a II Marcha Incomode: contra o Genocídio, o Encarceramento em Massa e o Extermínio da Juventude Negra, idealizada pelo coletivo Incomode. Segundo a organização, mais de 300 pessoas caminharam até o Parque São Bartolomeu, no bairro de Plataforma. 

A segunda edição da caminhada marca o Dia Municipal de Luta Contra o Encarceramento da Juventude Negra, lembrado em 20 de junho. O ato tem como objetivo lembrar ainda de outras importantes lutas, como aquelas contra o feminicídio e o genocídio. Organizador da ação,  o Coletivo Incomode é articulação política composta por grupos, movimentos e organizações sociais que atuam no Subúrbio Ferroviário de Salvador.

“Essa caminhada é uma ação em busca de um protagonismo da juventude negra, que agrega famílias, grupos, organizações, para combater o terrorismo do estado. É como a gente chama todas as ações que afetam a comunidade, por exemplo, na falta de saúde, de educação. É preciso dar voz a esses jovens”, declara Eduardo Machado, educador do do Projeto Juventude Negra e Participação Política, onde nasceu o Coletivo Incomode. O projeto educativo é realizado pela Cipó, instituição que completa 20 anos em 2019.  Marcha Incomode contou com mais de 300 jovens, segundo organização (Foto: Divulgação/Nilton Lopes) Incomode Criado em 2017, o coletivo busca qualificar jovens para a luta contra o racismo. Integram o Incomode grupos do Movimento Hip Hop de Salvador, grêmios, coletivos artísticos e culturais, além de organizações dos movimentos social e negro do Subúrbio Ferroviário.

“A proposta de toda essa mobilização é dar visibilidade à juventude negra, trazendo o seu protagonismo na luta contra o feminicídio, genocídio, hiperencarceramento, intolerância religiosa e todas as formas de preconceito”, explica Nadjane dos Santos, jovem integrante da articulação.

“Ocupamos o espaço da rua como símbolo de luta. Além de denunciar, queremos anunciar que existe uma juventude organizada, aquilombada, que está fazendo o enfrentamento à violência de forma qualificada”, finaliza Eduardo. 

*Com supervisão do chefe de reportagem Jorge Gauthier