Lava Jato: PF cumpre mandados na Bahia e mais três estados

Investigações apontam superfaturamento em construção da nova sede da Petrobras em Salvador

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  • Da Redação

Publicado em 23 de novembro de 2018 às 08:48

- Atualizado há um ano

A Polícia Federal (PF) e o Ministério Público Federal (MPF) cumprem mandados na manhã desta sexta-feira (23) em Salvador e Lauro de Freitas da operação Sem Fundos, que é a 56ª Fase da Lavajato. Segundo a PF, nesta fase serão cumpridos 68 mandados de busca e apreensão, oito mandados de prisão preventiva e 14 mandados de prisão temporária na Bahia, São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Eles não informaram quantos mandados são cumpridos na Bahia.

Ainda de acordo com a PF, as investigações apontam que a execução da construção das edificações destinadas à instalação da nova sede da Petrobras em Salvador, assim como os contratos de gerenciamento da construção, de elaboração de projetos de arquitetura e de engenharia foram superfaturados e direcionados para viabilizar o pagamento de vantagens indevidas para agentes públicos da estatal e de dirigentes da Petros, além de terceiros com eles mancomunados. 

As investigações apontaram ainda que o superfaturamento causou prejuízo à estatal e ao fundo de pensão investidor, mantido mediante patrocínio da própria Petrobras e das contribuições de seus empregados. Na prática, o esquema funcionou da seguinte forma: o Fundo Petrobras de Seguridade Social (Petros), mediante parceria com a Petrobras, investiu na execução da obra para alugar o prédio à empresa estatal por 30 anos.

Porém, com o direcionamento da execução das obras à uma empresa ligada a outras duas grandes empreiteiras já conhecidas da Lavajato, o valor da execução ficou bem acima do que deveria, assim como o valor de aluguel a ser pago também. Dessa forma, os investigados direcionavam parte dos recursos obtidos desses valores maior para pagamento das propinas, utilizando de artifícios para ocultar e dissimular a origem e destino desses montantes.

As penas somadas podem chegar ao total de 50 anos de prisão e multa. O nome da operação refere-se à perda do Fundo de Pensão da Petrobras, assim como ao fato de os crimes investigados parecerem revelar um “saco sem fundos”. Os presos serão conduzidos à Superintendência da Polícia Federal em Curitiba/PR onde permanecerão à disposição da Justiça.