Marca forte do The Voice Brasil, baianos Brown e Ivete voltam como técnicos

Reality musical estreia nesta terça-feira (17) com novidades; confira entrevistas com os técnicos baianos

  • Foto do(a) author(a) Naiana Ribeiro
  • Naiana Ribeiro

Publicado em 15 de julho de 2018 às 06:12

- Atualizado há um ano

. Crédito: Raquel Cunha/TV Globo

Sentados nas icônicas cadeiras vermelhas, eles parecem estar em casa. Brilham ainda mais e levam as raízes baianas sempre consigo. Quem os vê ali, nas telinhas da TV Globo, não imagina que ele teve uma infância difícil no Candeal e que vendia lelê, pastel, picolé e sonho para ajudar a família. Muito menos que ela precisou vender roupas e quentinhas para se  sustentar.

Com a carreira mais do que consolidada, os cantores baianos Carlinhos Brown, 55 anos, e Ivete Sangalo, 46, confessam que já realizaram seus maiores sonhos e hoje são exemplos para muita gente. Os amigos de longa data estão no time da sétima temporada do The Voice Brasil, que estreia terça-feira (17), e se destacam pela relação com a música. [[publicidade]] “Sou uma mulher de muita sorte. Nunca planejei tudo isso. Muito amor gera uma energia e eu devo muito a isso”, declarou Ivete, durante coletiva de lançamento do programa, que aconteceu na última semana, no Rio de Janeiro. Ivete entrou no The Voice ano passado: primeiro, ela foi jurada da versão Kids, de janeiro a abril, e depois participou da sexta temporada do adulto, de setembro a dezembro. Carlinhos Brown acredita que é visto como exemplo por baianos e negros (Foto: Raquel Cunha/TV Globo) A baiana declarou que não tem uma estratégia no reality. “Não existe uma estratégia para a emoção. Não sei quem está cantando, de onde vem, nem como está vestido. Não sei a história dessa pessoa, mas, se está me tocando, não quero nem saber, eu vou virar a cadeira”, disse.

Brown, técnico em todas edições do The Voice (inclusive nas temporadas Kids), acredita que a competição oportuniza e iguala todos. “Não apenas abre portas para as minorias, mas há uma ação de coesão familiar. As famílias sempre se reúnem para assistir a esse programa. E a gente passa por todo país antes de chegar aqui”, destacou.  Michel Teló, Ivete Sangalo, Lulu Santos e Carlinhos Brown: técnicos da sétima temporada do The Voice (Foto: Raquel Cunha/TV Globo) Para ele, o programa é mais uma oportunidade de mostrar o que faz há anos. “Posso ser diferente para quem me vê agora, mas sempre fui dessa forma. Muita gente me via como uma cara louco, e até drogado, porque foi a imagem que ficou de um cantor brasileiro, negro, rastafári, de que ele estava sempre fora dos padrões. Sempre fui muito seguro, e por isso sempre me desafiei, e continuo me desafiando”, afirmou. O artista está planejando uma exposição de suas pinturas em Madri, ainda sem data.

Os baianos se juntam aos técnicos Lulu Santos e Michel Teló para escolher qual será a próxima voz brasileira. O vencedor leva um prêmio de R$ 500 mil e um contrato com a Universal Music. Michel Teló é tricampeão da atração - todas que ele participou, venceu (Foto: Raquel Cunha/TV Globo) Novidades A nova edição do reality musical, que tem apresentação de Tiago Leifert e direção artística e geral de Creso Eduardo Macedo, está cheia de novidades. Agora, a competição será exibida duas vezes por semana, às terças e quintas-feiras, após a novela Segundo Sol. 

Nas Audições às Cegas, os técnicos poderão agora bloquear uns aos outros com um botão de bloqueio. Mas há um detalhe: o técnico só sabe que está impedido de participar da disputa pela voz se virar a cadeira. Assim, o talento estará impedido de trabalhar com o técnico rival. “Cada técnico terá três botões para usar na temporada. Qualquer um pode bloquear outro que já tenha dado o ok para aquele participante da vez. Como a essa altura ele já foi usado algumas vezes nas gravações, posso dizer que é muito divertido”, adiantou Tiago Leifert. Tiago Leifert continua na atração, junto com Mariana Rios, que comanda os bastidores do reality musical (Foto: Raquel Cunha/TV Globo) Já o salvamento instantâneo, outra mudança, incluirá a participação do público, na quarta fase, batizada de Batalha dos Técnicos: no site do programa, o público poderá salvar um dos eliminados da disputa. A atriz e apresentadora e Mariana Rios continua no programa e mostrará os bastidores da atração, além de comandar um programa web toda semana.

Confira entrevista completa com Ivete Sangalo (Foto: Raquel Cunha/TV Globo) Prestes a completar  25 anos de carreira, a cantora Ivete Sangalo comemora dez anos de casamento e  diz estar realizada com os três filhos. Em bate-papo com a imprensa, ela também falou sobre o seu próximo DVD, o Live Experience, que será gravado em São Paulo, em dezembro. Leia entrevista abaixo.

Na sua opinião, por que o programa faz tanto sucesso? Todo mundo gosta de música. A música veio para tirar o ser humano do lugar-comum. Quando você liga a TV e vê artistas que se conectam com o público, com um cara (Tiago) que se comunica com as pessoas e as tira do marasmo, com uma produção incrível. É uma soma perfeita. Vai ter mil edições porque trata de emoção e isso é comum a todos.

[[publicidade]]

Como estão sendo as audições às cegas do reality? Tem muita gente talentosa. É difícil demais escolher 18 vozes em meio a tanta gente incrível. Tá massa!

Agora, com as gêmeas Marina e Helena, como você está administrando seus compromissos profissionais? Eu fiz um planejamento. As minhas nenês têm cinco meses e agora eu retomo aos pouquinhos o meu trabalho. Como o meu trabalho é um trabalho de deslocamento, eu fiz um planejamento de vida onde só me desloco ‘xis’ dias no mês. Consegui organizar minha agenda. No The Voice, a gente já sabia que ia fazer essa edição e todas as mudanças foram ditas muito antecipadamente. Os meninos me disseram também por conta da minha gravidez, como forma de eu me planejar. Então eu vou e volto, vou e volto, e irei esperar mais um pouquinho para trazer também comigo. As gêmeas Helena e Marina e, ao fundo, Marcelinho: herdeiros de Ivete e Daniel (Foto: Reprodução/Instagram) Qual o segredo para ter um casamento de dez anos, três filhos e uma carreira de sucesso? Não sei se pode falar... É uma vida fogosa (risos). Primeiro que a gente tem que ter uma comunhão do que a gente quer. Quando você encontra uma pessoa que você ama, você começa a querer compartilhar com essa pessoa semelhanças, sonhos, expectativas sobre a vida. Quando tem amor, o tempo passa que você nem percebe e aí vem os frutos disso, que são os filhos, consolidadores da relação.

Não é segredo. Em toda casa, todo relacionamento que quer ser duradouro, é preciso haver discussão, diálogo, um pouco de estresse, discordâncias. Honestamente, a rotina não me incomoda. Eu sou uma mulher muito da rotina, sou muito caseira, mas eu acho que respeito é duradouro para qualquer relacionamento. Nosso, entre os colegas aqui, com o marido, com os irmãos, com os amigos...

O respeito gera admiração, que gera um convívio bom, e, apesar da gente viver junto, casado, cada um tem sua vida, sua rotina, seus interesses muito particulares e, no meio dessa caminhada, os pontos de intersecção. Tem o amor, que é o interesse de estar junto, e os filhos e tudo que cerca os filhos que nos aproxima. É massa. Ivete e o marido, o nutricionista Daniel Cady (Foto: Reprodução/Instagram) Como é a divisão de tarefas?  É uma loucura. Daniel é ótimo e ele vê minha agonia. Eu tinha um filho único, Marcelo - que fui oito anos e meio, exclusiva pra ele. De repente vêm duas e é aquele amor, você quer fazer tudo que está rolando com as duas ao mesmo tempo e não é possível. E você fica: Meu Deus, eu quero segurar, eu quero trocar as duas, quero botar para dormir... Aí você tem que fazer um planejamento. O pai entrou com tudo e Marcelo também é muito maravilhoso. Tem vó, tia e a casa fica uma loucura. 

Seu filho tem ciúmes? Marcelo sempre teve uma vida de muito amor, de muita atenção. Então ele não é uma criança carente. Quando as irmãs chegaram, ele viu aquilo como um presente pra ele. Agora ele se impõe, tipo: "Mãe, eu queria jogar futebol com você agora". Ele não envolve elas na discussão entre a minha atenção pra ele. Entendo a mensagem e, como todas as mães de muitos filhos, tenho que dividir a atenção. Tenho que ficar com eles, tenho que ficar com elas, com o pai, tenho que ficar com elas e... Vou desmaiar. Vou falar pra vocês: é o dia inteiro com vontade de fazer cocô. Todo mundo dormiu, aí o sinal calmo e ele diz: Pode ser agora? Então vamos jogar esse Panda Pop! Tome-lhe joguinho e emoções à flor da pele. Eu acho que todas as mães vão se identificar: O cocô espera, filho e marido não. Ivete e o filho, Marcelo, 8 anos (Foto: Divulgação) No seu Carnaval em homenagem ao aniversário de Salvador, saíram vários vídeos de Marcelo tocando. Como fica o coração de mãe artista sabendo que também corre isso na veia do seu filho? O pai toca também. Ele vê aquela rotina dentro de casa, entram músicos incríveis. Quando ele era pequenininho, Carlinhos foi almoçar lá em casa, a gente estava na Praia do Forte, e ele já conhecia Carlinhos porque ele já ouve Carlinhos desde que ele estava na minha barriga. Eu pari ele com uma música de Carlinhos que chama Cachorro Louco e não deu outra: ele é o Carlinhos mini. Carlinhos é um ídolo pra mim, ouço muito, e Marcelo bem pequenininho pegou um bongozinho em cima da mesa e ‘tac, tic, tac’. Carlinhos falou: “Pelo amor de Deus, o que é isso, esse menino tocando?”.

Quando Brown viu nele um potencial (e eu também), não falei para ele tocar bateria, nem nada. Falei: “Olha, que legal”. Mas não falei nada, porque meus pais não fizeram isso comigo. Eu tinha uma liberdade de escolha muito grande e só fui entender que queria ser cantora já grandona, quase mulher. Então não é uma preocupação, é muito mais prazeroso. E, no meio disso, ele gosta de velejar, de pescar, de jogar futebol, e gosta de tantas outras coisas. Seria muito louco da minha parte eu ser tendenciosa. Isso não é educação, isso é pressão. Tudo o que ele se dispõe a fazer eu e o pai estimulamos, participamos, e reiteramos aquela dedicação dele aquilo. Em 2018, além das gêmeas, você vai ter uma música em Tempo Não Para, a próxima novela das sete. Você tem algum plano de ressurgir como atriz? Não por agora. Só se eu escrever a novela; é a única relação que eu vou conseguir ter. Agora não dá. Novela Tempo não Para será exibida a partir de 31 de julho de 2018, substituindo Deus Salve o Rei (Foto: TV Globo) Você vai gravar um DVD, o Ivete Sangalo Live Experience, em dezembro. Qual a ideia desse projeto? São 25 anos de uma carreira maravilhosa e vitoriosa. Eu posso falar de boca cheia que eu tenho muita sorte na minha minha carreira e no desempenho dessa vida musical. É massa, porque é uma coisa que eu gosto de fazer. Então não é meu trabalho. Trabalho é o deslocamento, desfazer mala, pegar voo...Mas contato com a música, com o público, isso tudo é uma sorte da zorra que eu tive. Eu quero comemorar esses 25 anos de carreira em dezembro, vai ser no Allianz Parque, e para eu fazer isso com a excelência e o amor que eu tenho sobre as coisas, eu não posso ter tantas coisas atreladas, porque eu tenho os meus filhos - agora muitos. Não posso cobrir a cabeça e descobrir os pés. Tenho que ter equilíbrio. 

Pode adiantar alguma coisa do DVD? Eu estava tendo reunião até no intervalo do The Voice. Chama Experience, porque vão ser muitos momentos. Coisas que precedem o DVD, a gravação e pós. É uma experiência que vai englobar esses 25 anos de carreira. É uma tentativa da gente trazer para os fãs, para o meu público, uma coisa nova, embora a gente já se conheça muito. Digamos que será uma roupa nova, mas quem veste é a mesma pessoa.

[[publicidade]]

Vai fazer algo na Bahia? Vão ter muitas coisas. Essa gravação é em São Paulo porque é um centro de encontro. O país inteiro pode estar ali. Na Bahia, eu tenho o Carnaval e já tenho uma presença exclusiva na minha terra. Só que eu tenho fãs no Brasil inteiro, então eu tenho que pensar neles todos. E tem uma coisa muito legal: nesses anos todos, eles ficaram amigos entre si. Tem uma mobilização. É um encontro onde todo mundo pode estar juntos.

No DVD de Trancoso, você levou as crianças do The Voice Kids. Você pensa em levar algum candidato do adulto? Tudo, nessas experiências, tem que vir de uma espontaneidade, de uma emoção. Calhou de eu não consegui me desvencilhar das crianças. O Kids é muito difícil. Chegava em casa, eu não dormia, eu chorava, pensava nas crianças. No que saiu ontem, no que vai sair hoje e amanhã, que vai sair outro. O adulto eu já tenho um preparo, embora as crianças tenham me ensinado muito sobre isso. A gente cristaliza a negativa e eles não.

Acabava de sair do programa, tinha perdido alguma batalha ou alguma coisa, chorava ali, mas meia hora depois eles já estavam correndo pelos corredores e eu dizia: Meu Deus do céu, será que estou subestimando eles? Mas a vontade de eternizar aquele encontro, de eu ter feito parte daquilo. Não é uma carta marcada. Não gosto de nada premeditado, como se fosse mercadológico.  Participantes do The Voice Kids participaram do DVD de Ivete Sangalo em Trancoso (Foto: Divulgação) Mas vai ter participações? Vai ter, mas eu só quero chamar as participações depois que os ingressos todos tiverem esgotados. Porque os convidados vão para cantar, não vão pra movimentar qualquer outra coisa. Eles vão pra dividir comigo uma emoção. Durante o show de lançamento, um participante falou e você reforçou que o The Voice não é uma fábrica de carreiras meteóricas. O que quis dizer com isso? Até na carreira de um artista que já está consagrado, gravando os discos, etc, não existe nada meteórico. São pequenas etapas que a gente tem que fazer. Se não você atropela, vira uma máquina, um produtão mesmo. Aquele que tem alguma relação com aquilo, ele precisa de um tempo, maturar uma ideia, precisa compor, precisa gostar daquilo. Quando ele falou aquilo, ele foi muito honesto. O sucesso não pode ser pelo olhar do outro e sim um olhar íntimo.

Quando você é um artista, a gente sempre ouve "quando você não era ninguém.". Mas gente, a gente era alguém, a gente é alguém e nessa vida de alguém tem uma carreira, uma música, a família, o filho, outros planos. O sucesso de um artista ele é primeiramente muito intimo. Essa coisa de determinar o sucesso a partir de muitos números ou poucos números ou preconceitos, isso só atrapalha a gente. Às vezes o cara está lá, tem um público de X pessoas, vende X discos, a música dele faz download tantas vezes... Aquilo pra ele já é uma grande vitória e aquilo já alimente ele, já tá bom pra ele. Qual é o grande equívoco?

Com arte, a gente não padroniza absolutamente nada. Artista a gente não faz em série. Você não vai fazer outra Ivete, nem outro Carlinhos Brown, assim como não vai existir outra você. As diferenças é que incrementam a vida da gente. Muita gente pensa que quando faz o The Voice tem que gravar com fulano, tem que pipocar, tem que aparecer. Será que é isso? Será que o sucesso desse artista já não está naquele palco? (Foto: Raquel Cunha/TV Globo) Falando nesses 25 anos de carreira, o que passa na sua cabeça? Você pensa aquela menina que vendia quentinha com sua a mãe? Gente, eu nunca imaginei. Às vezes eu esqueço. Tem vezes que eu passo a semana dentro de casa, fazendo as coisas da casa. Quando saio na rua, vou pegar meu filho na escola, entro no carro e começo a ouvir umas buzinas. Eu fico pensando: Meu Deus do céu, será que eu passei no sinal vermelho? Será que estacionei no lugar errado? Aí eu lembro. Muitas vezes acontece isso comigo. Às vezes encontro umas pessoas que falam coisas, tem uma enxurrada de amor, chego em casa e fico pensando que nunca pensei e nem planejei isso.

Tem muita coisa que vai acontecendo e foge totalmente do meu controle. Tem muita coisa que acontece que não tem nada a ver com empresário, com equipe: quando o Homem (Deus) quer, ele organiza e vai. O que eu penso é que eu sou uma mulher de muita sorte, porque têm muitas boas cantoras e pessoas talentosas nesse país. Então o fator sorte e privilégio eu estou sempre contemplando isso na minha vida. Eu fico pensando, dou risada, me divirto, me emociono, porque ouço muita coisa de pessoas que transformam momentos através de uma música ou de uma frase que a gente diz, que não diz nem com esse objetivo de transformar. Tem coisas que não são da nossa responsabilidade, não são da nossa alçada. São coisas que caminham junto da gente, que vão guiando ali. Às vezes eu sinto que parece que eu estou ouvindo: ‘Fale isso, faça assim’. É uma loucura isso e eu falo: continua falando, viu? Não desliga, tá? Muito amor vai gerando uma energia. Isso falado, isso pensado. Eu sei que quando eu estou pra aparecer na televisão, tem muita gente que ora por mim. Umas coisas que não necessariamente são religiosas, mas daqui a pouco vem bate em mim e vejo estou me sentindo uma espaçonave. Eu sinto isso mesmo e eu devo muito a isso. Não é uma coisa que eu acordo assim. Tem dias que a gente não sabe de onde vem, pra onde vai.  Ivete Sangalo fez sua primeira apresentação aos 17 anos em um bar de Ondina (Foto: Reprodução) Você está se preocupando com dieta dessa vez? Existem tantas opiniões, às vezes mais esclarecidas que a minha, que podem mudar meu conceito sobre isso. Mas a dieta, na minha opinião, não pode ser impedidora de felicidade. Ela tem que ser uma coisa natural, necessária. Sobre amamentação, esse negócio de coma mingau, coma milho é esparro. Não coma não, que é esparro! O leite vem e está muito mais ligado ao emocional. Não pode ser uma mãe desnutrida. Isso vai ser ruim para você em diversos aspectos. Não vai dar o leite, nem amor, vai estar sob estresse absurdo. Eu acredito em saúde, porque eu já me deparei com situações da estética estar impecável e os resultados serem terríveis, como já me deparei com gente muito sem saúde e estética deplorável.

Eu assumo a minha condição de lucidez sobre a minha vida. Eu sou uma mulher saudável. Eu sou uma mulher vaidosa, dentro de um limite, e eu quero estar linda, sem barriga e tal. Mas se isso não é possível no meu tempo, a barriga vai ficar e vai esperar até a hora dela sair ou não. O corpo é um casulo e o tempo vai dar conta disso. Não adianta eu tomar isso como a minha verdade absoluta, não vai me levar a lugar nenhum. E nós, mulheres, sabemos que enquanto você tem o cabelo lindo, seu joelho você já não gosta. Já outra tem os olhos incríveis, e os braços já não gosta. Cada um de nós tem a melhor parte. Ninguém vai ter todas as partes. Não existe isso. Até quem a gente acha que está perfeito, você conversa e fala: minha filha, atrás da minha orelha, tem uma dobra. Sempre vai ser isso. A gente fica buscando essas coisas para sair da monotonia, do problema, da rotina. Agora eu sou uma mulher completamente da saúde. (Foto: Raquel Cunha/TV Globo) Qual conselho você daria para os participantes do The Voice em relação a administração de carreira?  Burocraticamente, a palavra é responsabilidade, com essa ou com qualquer coisa na vida. Especialmente quando você está no seu melhor momento, a responsabilidade tem que ser maior. Porque a gente tende a achar que quando a gente está numa boa, joga para cima. Mas não. É aí que o bicho tem que pegar. Eu não gosto de pensar que toda minha atitude de trabalho, na música, é favor. Isso é um pensamento muito equivocado: o artista achar que chegou ali para fazer um favor. Não, é uma troca. Comercialmente falando, ele recebe um cachê, está assumindo um acordo, um contrato; ele determinará as bases desse contrato, e, a partir daí, você tem responsabilidades sobre esse acordo. Pode ser de graça, pode ser dinheiro, pode ser o horário, pode ser que roupa veste, com quem fala, como faz.

Tudo é em torno da responsabilidade. Isso é um conselho: Não fugir nunca da responsabilidade do seu trabalho. Porque tem essa confusão de que porque é artista pode chegar na hora que quiser, quer tantas coisas e não é assim. Você não tem um inimigo do lado de lá. Você tem alguém que está fazendo a coisa acontecer junto com você. 

Do ponto de vista emocional, por mais talento que você tenha, se você não tiver carinho com o público e buscar nele uma coisa que lhe alimenta não adianta. É muito contraditório você querer chegar no show e ele estar cheio, com as pessoas cantando sua música, e você não quer dar nada? Naquela troca, você já se abasteceu para outra empreitada. Se você começa a desdenhar daquilo, uma hora você vai sentir falta. É tão bom isso, a troca com as pessoas. Não tem coisa mais gostosa para um artista do que o público cantando a música dele, olhando pra ele. Não sei se é porque eu sou muito exibida, eu gosto dessa coisa de olhar, de retribuir, de saber que está olhando pra mim e eu dizer: "Ah, você está olhando. Vou cantar pra você".A pessoa está ali, tomou banho, comprou o ingresso, pegou o carro, estacionou, pensando em você. E chega agora e você é fuleiro?Às vezes uma cena, um olhar, muda tudo. Se não, vida uma roda de negócios. O conselho que eu dou é o mesmo princípio que eu parto para virar a cadeira. Não sei quem está cantando, de onde vem, como está vestido. Não sei a história dessa pessoa. Mas, se está me tocando, não quero nem saber, eu vou virar.  

Brown: ‘Sempre fui dessa forma’

Presente em todas as edições do The Voice Brasil - incluindo as temporadas Kids -  o cacique Carlinhos Brown  soma mais de 35 anos de carreira e enxerga o programa como mais uma oportunidade de mostrar sua história e trabalho para pessoas de todo o mundo.  “Posso ser diferente para quem me vê agora, mas sempre fui dessa forma. Muita gente me via como uma cara louco, e até drogado, porque foi a imagem que ficou de um cantor brasileiro, negro, rastafári de que ele estava sempre fora dos padrões. Nem considero isso preconceito, mas uma ignorância real. Sempre me calquei no que eu tinha confiança, minha forma de escrever,  naquilo o que eu queria. Sempre fui muito seguro, e por isso sempre me desafiei, e continuo me desafiando”, declarou o cantor, durante bate-papo, no Rio de Janeiro.

Também traz, desde a primeira edição, contribuições positivas para quem se apresenta. “Entrei no The Voice como alguém que falava muito e que perdia tempo. Me propus a não ser igual a figuras que eu via em programas de televisão. Achava mais do mesmo calouros se apresentando e alguém numa bancada gerar comentários derrotistas”, explicou o artista, que está planeja uma exposição de suas pinturas em Madri, ainda sem data. Para Brown, o maior desafio do reality é se deparar com cantores melhores do que os próprios técnicos: “Como opinar em algo que estou vendo que me supera? Então buscamos em nossos defeitos algo para nos surpreender. Esse é o grande desafio”. (Foto: Raquel Cunha/TV Globo) Confira as fases do The Voice BrasilAudições às Cegas Nesta primeira fase, os candidatos se apresentam e são avaliados apenas pela sua voz. Os técnicos viram suas cadeiras e montam os times: Time Ivete, Time Brown, Time Lulu e Time Teló. Se mais de um técnico virar sua cadeira para o mesmo participante, quem escolhe com quem quer trabalhar é o próprio candidato. No total, serão oito audições e 72 novas vozes, 18 para cada time. A fase conta ainda com uma novidade: o botão de bloqueio. Com ele, os técnicos podem bloquear uns aos outros. Mas existe um detalhe: o técnico só sabe que está impedido de participar da disputa pela voz se virar sua cadeira. Assim, ele pode impedir que o talento escolha ingressar no time do técnico rival.Batalhas Com as equipes formadas, os técnicos dividem seus times em duplas que se apresentam em duelos, cantando a mesma música. Ao final de cada apresentação, o técnico decide qual dos dois permanece representando o seu time na competição. Ivete, Lulu, Teló e Brown poderão usar ainda o famoso “Peguei” entre os eliminados de cada programa. Tira-Teima  A partir desta fase, os shows são ao vivo e quatro integrantes de cada time se apresentam por programa. Depois das apresentações, cada técnico salva duas vozes para seguir em frente. O público começa a escolher seu candidato e também pode salvar uma voz. Batalha dos Técnicos  Batalhas especiais, com shows ao vivo, em que a disputa deixa de ser entre candidatos do mesmo time e passa a ser entre cantores de times adversários. Um sorteio é feito para descobrir qual técnico começa escolhendo seu opositor. A partir daí, Ivete, Brown, Lulu e Teló escolhem quem de seu time irá duelar com o time adversário. Nesta fase, há ainda o salvamento instantâneo: por meio de votação no site do programa, o público poderá salvar um dos eliminados da disputa. Remix Nesta fase, os técnicos do reality têm uma nova chance de equilibrar seus times. Cada um escolhe uma voz para seguir direto para a próxima fase. Os demais candidatos se apresentam em números solos e Brown, Lulu, Ivete e Teló voltam a usar o famoso botão vermelho para escolher quem vai passar para a próxima fase. Os participantes que tiverem mais de um botão apertado podem decidir em que time desejam ficar. Os times encerram essa fase com 4 vozes cada um.Shows ao Vivo  Esta fase acontece em 2 programas. No primeiro, as 4 vozes de cada time se apresentam em shows ao vivo e apenas 3 seguem na competição. No programa seguinte, eles voltam a se apresentar para definir os 2 talentos de cada time que seguem para a semifinal. Semifinal Nesta fase, dois candidatos de cada técnico se apresentam, mas apenas um de cada time segue para a grande final.Grande final Na final, caberá ao público decidir quem será o campeão da sétima edição do ‘The Voice Brasil’. O vencedor ganha um prêmio de R$ 500 mil e um contrato com a gravadora Universal Music.

Os vencedores das outras edições do The Voice Brasil

[[galeria]]