Marcelo Nilo contratou 71% das pesquisas da Babesp nas três últimas disputas

Por Jairo Costa Júnior, com Luan Santos

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  • Da Redação

Publicado em 14 de setembro de 2017 às 06:16

- Atualizado há um ano

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Levantamento feito pela Satélite junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) aponta o deputado estadual Marcelo Nilo (PSL) como contratante de 71% das pesquisas realizadas pela empresa Babesp nas três últimas disputas e registradas na Justiça. O número reforça os indícios que basearam a Operação Opinião, deflagrada ontem contra o parlamentar por suspeita de praticar caixa 2 e de ser o verdadeiro dono da Babesp, e não Roberto Pereira Matos, servidor do estado e sócio do instituto, também alvo da investigação. Nas eleições de 2012 e 2014, o então presidente da Assembleia Legislativa foi o único cliente a utilizar os serviços da Babesp.

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Conta única Na sucessão municipal de 2012, Marcelo Nilo bancou com recursos próprios todas as 15 pesquisas oficiais da Babesp naquele ano, realizadas em Salvador, Camaçari e mais cinco cidades. O custo informado foi de R$ 80 mil. Em 2014, a campanha de Nilo pagou R$ 260 mil por dez sondagens feitas pela empresa sobre a corrida presidencial e estadual. Porém, só cinco delas aparecem na prestação de contas apresentada por Nilo ao TSE.

Nome de guerra Apelidada de “Datanilo” pela proximidade com o parlamentar, a  Babesp só deixou de ter o ex-presidente da Assembleia como cliente exclusivo nas eleições de 2016, dois anos após a Satélite revelar que a Casa custeava parte dos estudos para um dos filhos do dono do instituto. Na disputa passada, Marcelo Nilo encomendou somente três das 14 pesquisas registradas pela Babesp na Justiça Eleitoral. O valor dos serviços que teriam sido pagos por ele também caiu substancialmente. De acordo com os dados divulgados pelo TSE, os contratos totalizaram R$ 11 mil.

Por tabela A operação contra o ex-todo-poderoso da Assembleia provocou inquietação no Palácio de Ondina. Para cardeais do governo Rui Costa (PT), o problema nada tem a ver com a relação entre Marcelo Nilo e a Babesp. O temor vem de eventuais desdobramentos que podem surgir a partir dos documentos e arquivos digitais apreendidos pelos agentes federais durante a devassa no gabinete do diretor de Gestão Corporativa da Embasa, o advogado Marcelo Dantas Veiga, genro do deputado estadual e alvo secundário da operação autorizada pelo TRE.

Sem trégua Os fiscais da Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab) vão intensificar a pressão contra a permanência do novo diretor-geral do órgão, o ex-prefeito de Alagoinhas Paulo César Simões (PDT). Em reunião realizada ontem, a categoria decidiu suspender as viagens para serviços externos da Adab, manter o calendário de manifestações contra Simões e vestir preto em sinal de luto. Até que o governo do estado exonere o político e nomeie um profissional com qualificação técnica para ocupar o cargo, a batida será essa.

Bico amolado Um dos opositores do presidente Michel Temer (PMDB) no ninho tucano, o deputado João Gualberto (PSDB) incluiu o marqueteiro do peemedebista, Elsinho Mouco, na lista de pedidos de convocação feitos por ele à CPMI da JBS."Nesse momento, não vejo como o partido poderá continuar do jeito que está", Hildécio Meireles, deputado estadual do PMDB, ao pedir mudanças no comando da sigla na BahiaPílula Efeito nulo  A aprovação pela Câmara de Vereadores da lei que concede incentivos para hubs de companhias aéreas em Salvador corre risco de perder valor. Isso por que a Air France  estaria decidida a montar em Fortaleza seu centro de voos no Nordeste com a Gol, como noticiado ontem.