Messias gigante na eleição do Vitória

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  • Paulo Leandro

Publicado em 21 de abril de 2019 às 05:00

- Atualizado há um ano

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Ocupou-se Aristóteles do estudo das constituições das cidades-estado (polis) gregas sem, contudo, afirmar com certeza qual dos modelos seria o melhor. Entre tirania, oligarquia, aristocracia e democracia, havia prós e contras. Uma mistura talvez desse certo.

Mais de 24 séculos após a ‘Política’ do estagirita, o Vitória põe à prova a democracia representativa, cuja distinção para a democracia direta é o voto. Um breve gostinho da libertação, segundo o genebrino Rousseau, pensador da Revolução Francesa. Logo após a urna, voltamos à obediência.

O negócio é votar e seguir participando da política de um clube que passou a maior parte de seus cento e tantos anos ignorante à democracia. Os tiranos davam golpes no Conselho; os oligarcas eram das famílias influentes; e os aristocratas se autoproclamavam os bambambans.

A raiz centenária desta grande árvore dos baianos nutria-se do poder econômico de seus tiranos, oligarcas e aristocratas. Bancavam o clube e o tratavam como extensão de suas propriedades: permitiam ao populacho apenas a predileção por suas cores, mas longe de seus festins bem regados.

A aurora do dia 24, quarta-feira, traz nova chance para a imperfeita democracia: é o que temos de melhor! A representação política do vencedor seguirá questionada, no pós-voto, com a aprovação ou não por seus representados. O desafio é não parar no voto e seguir divergindo e brigando pelo clube!

Para o Conselho Deliberativo, temos como boa opção a Chapa Vitória Frente Popular, sugestão do autor de ‘Ingresia’, Franciel Cruz, cujo caráter produz confiabilidade nesta ‘chimbança’, como diria meu craque. Daí virá a benfazeja renovação.

Pela presidência, Raimundo Viana parece preparado – tem ótimo humor! -, e seria uma opção. A chapa de Isaura Maria marca a presença feminina entre os machos, heteros, brancos e idosos do nosso patriarcado.

Mas o melhor nome mesmo, desculpem-nos os democratas, é Paulo Roberto de Souza Carneiro, o homem que levantou o Vitória quando um banco de kombi era a cadeira do presidente. Agora, o Leão voltou a adoecer: a terapia é o Gigante de jeitão despachado.

Foi o Gigante, com sua equipe, quem reposicionou o Vitória, fortalecendo o Barradão, planejando a base e revelando 17 talentos por ano, pensando estratégias de marketing e negócios, contratando megacraques como Bebeto e Petkovic ... A Seleção do penta 2002 teve quatro dos nossos!

Ah, mas ele trabalhou no Bahia, botou o clube na Justiça e não são poucas as polêmicas de suposto usufruto pessoal do cargo. Entendo as críticas, embora as considere desproporcionais se verificarmos que sua grande obra fez o Vitória deixar de ser o coitadinho – antes dele, sempre roubado!

Temos junto a Paulo, a força de Alexi Portela Filho, que revive o ideal de seu pai, além de Walter Seijo, colado a Ademar Lemos Júnior e uma plêiade de originários rubro-negros, certos de acabar outra vez com o ‘coitadismo’ (valeu, ‘capetão’!).

Eleitor, veja a diferença! A gente se conformava com um títulozinho qualquer entre longos jejuns; hoje, a dieta sem sardinha é inaceitável! Reconheçam: o Vitória é um clube a.PC; e outro, d.PC. A mudança está no íntimo de todo rubro-negro. O messias voltará, prepara-te! Até a vitória, sempre!

Paulo Leandro é jornalista e professor Doutor em Cultura e Sociedade