Metrô de Salvador interrompeu serviço oito vezes desde 2016

Segundo o governo, falha que fechou estações da Linha 1 nesta terça não será punida com multa

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  • Da Redação

Publicado em 26 de junho de 2018 às 21:21

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Mauro Akin Nassor/CORREIO

Acesso ao metrô na Estação Pirajá fechado na manhã desta terça (Foto: Mauro Akin Nassor/CORREIO) Pela oitava vez desde que iniciou sua operação comercial, em janeiro de 2016, o metrô de Salvador parou de funcionar e teve de informar aos seus usuários que algumas estações ou composições precisavam ser esvaziadas. O dado é da Secretaria estadual do Desenvolvimento Urbano (Sedur), pasta responsável por fiscalizar o serviço prestado pela CCR Metrô Bahia, concessionária que presta o serviço desde junho de 2014, quando o modal foi inaugurado.

De acordo com a Sedur, o contrato firmado com a CCR prevê que a empresa deve “adotar procedimentos e medidas para que o transporte de passageiros seja feito em condições seguras, garantindo a integridade física das pessoas”, o que, para a pasta, foi cumprido. Diante disso, a empresa não será multada. 

“Neste caso, em que não houve dano, dolo, nem vítima, não há aplicação de multa, entretanto, na mensuração dos indicadores de desempenho a concessionária é avaliada diariamente por meio de medição dos indicadores e se não atender aos itens de desempenho previstos no contrato de concessão a sua nota de desempenho obtida pode ser impactar no valor da contraprestação mensal”, diz nota da Sedur, que não menciona valores. 

Ainda conforme a Sedur, a ocorrência registrada na manhã desta terça-feira (26) foi a terceira interrupção no serviço só em 2018. “Desde que entrou em operação comercial em janeiro de 2016, o metrô de Salvador teve sete ocorrências de interrupção de serviço. No entanto, em duas delas, (21/03/2018 e 17/11/2016), a interrupção se deu em decorrência do 'Apagão' geral, que atingiu toda a região nordeste, em 2018, e de uma falha na rede de transmissão da Companhia Hidrelétrica de São Francisco (Chesf), em 2016, que deixou Salvador e outras sete cidades sem energia elétrica, respectivamente”, menciona a Sedur, em comunicado ao CORREIO. 

A falha elétrica que provocou o fechamento de todas as oito estações da linha 1 (entre a Lapa e Pirajá) durou pouco mais de duas horas - o problema foi identificado às 6h47 e o serviço começou a ser normalizado às 8h57. De acordo com a CCR Metrô, às 9h21 todos os trens e estações estavam funcionando normalmente. A assessoria da CCR informou que apura o motivo da falha. Estação Pirajá lotada no momento em que foi anunciado que metrô seria fechado (Foto: Alini Gomes/CORREIO) Contingência Muitos usuários se posicionaram na porta de acesso à Estação Pirajá, onde chegou a haver aglomeração e princípios de tumultos. Apesar disso, ninguém se feriu. 

Segundo o governo, a CCR Metrô Bahia possuiu um Plano de Contingência para situações de Emergência e/ou de interrupção de serviços de conhecimento do governo, o qual é revisado anualmente.

Nele, é previsto que a interrupção deve ser feita quando ocorrerem situações que possam comprometer a segurança dos usuários. O plano prevê que a empresa, nesse cenário, deve “remover as causas da perturbação no prazo mais curto possível, podendo, enquanto isso, adotar os seguintes procedimentos, conforme a necessidade: Interromper, total ou parcialmente, a prestação dos serviços; Liberar os bloqueios para movimentação dos usuários; Prestar serviço com carros interditados aos usuários”.

Os ônibus da frota urbana, no entanto, foram a saída para a maioria das pessoas que não podia esperar o retorno do sistema metroviário, por conta dos compromissos. Alguns coletivos ficaram superlotados.

Outras recomendações Além de efetuar evacuações de usuários dos trens, conduzindo-os com segurança até a estação ou saída de emergência mais próxima, a CCR também deve manter iluminação de balizamento que possibilite a evacuação dos usuários com segurança.

"Havendo excesso de pessoas na plataforma, por razões de segurança poderão ser interrompidos os acessos a determinadas Estações ou plataformas", comenta a Sedur, em nota.

Além disso, a concessionária deve “remover para órgãos de saúde pública ou conveniados, pelos meios mais rápidos possíveis, os usuários que em sua área operacional necessitarem de socorro de emergência”. Uma mulher chegou a passar mal, em um dos trens, e foi atendida e removida para uma unidade de saúde pelos funcionários da CCR.