Missa homenageia Consuelo Pondé de Sena: 'Defendia o Dois de Julho'

A cerimônia fez parte programação pelos festejos da Independência do Brasil na Bahia

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  • Da Redação

Publicado em 1 de julho de 2017 às 12:19

- Atualizado há um ano

Consuelo Pondé de Sena era conhecida pelo empenho de lutar pelas causas da Bahia. Foi com essa lembrança que familiares, amigos e ex-colegas homenagearam durante uma missa a historiadora, morta em 2015 aos 81 anos. A cerimônia, que aconteceu na manhã deste sábado (1) na Igreja São Pedro dos Clérigos, faz parte programação pelos festejos da Independência do Brasil na Bahia.  A missa foi encerrada com o Hino ao Dois de Julho.Foto: Bruno Wendel/CORREIOA tradicional missa foi promovida pela Arquidiocese do Salvador, a Fundação Gregório de Mattos e o Instituto Histórico e Geográfico da Bahia (IHGB). O filho de Consuelo, Eduardo Pondé de Sena, esteve presente na homenagem e falou da alegria para a família receber a homenagem póstuma.

"É uma justa homenagem. Ela sempre colocava a família e a história da Bahia em primeiro lugar. Era conhecida por conta do trabalho e a dedicação às causas do estado. Sempre foi muito popular. Desde a morte, nossa família vem recebendo homenagens de gente que nem conhecemos. Ela era uma pessoa assertiva. Falava o que pensava e amava defender a história da Bahia", disse emocionado. Durante a celebração ele também leu uma carta em agradecimento.

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Quem também participou da celebração foi o historiador, Jaime Nascimento, 46 anos. Ele lembra que Consuelo costumava brigar pelo reconhecimento da Independência da Bahia. "Ela tinha personalidade muito forte, marcante. Da mesma forma que ela mostrava o amor, ela também brigava pelas causas da Bahia. Ela teve alguns embates com gestores que não entendiam a importância do Dois de julho e do Instituto". Para Jaime, que também é membro do IHGB, o instituto tem duas eras: antes e depois de Pondé. "Ela brigava pelo instituto. Ela era de agir", concluiu. Foto: DivulgaçãoAmigas por mais de 15 anos, Zita Magalhães Alves, diretora Arquivo Histórico Theodoro Sampaio do IGHB, conta que conheceu a historiadora quando foi convidada para dirigir a instituição. Segundo ela, Consuelo era uma mulher imediatista e "queria tudo para ontem", principalmente quando os assuntos eram relacionados ao IHGB. "Não compreendia a demora para solucionar e encaminhar as coisas. Era muito apaixonada pelo instituto e pelo Dois de Julho. Uma pessoa que somatizava tudo", comentou  Zita.

MorteConsuelo morreu aos 81 anos em maior de 2015. Na época, ela era presidente do Instituto Histórico e Geográfico da Bahia (IHGB) e sofreu uma arritmia cardíaca, no Hospital Português, onde já estava internada devido a complicações decorrentes de uma pneumonia. 

Quatro dias antes de ser hospitalizada, ela publicou um texto no jornal Tribuna da Bahia em que relatou a doença. "Desde que passei a conviver com essa 'pulmonite', comecei a experimentar novas e desagradáveis emoções, antes jamais por mim sentidas. Doença terrível que me tolhe o tônus vital, deixando-me diferente do que sou, ou fui", escreveu. E completou: "Não tenho certeza de que voltarei a ser a mesma, porque senti na pele a fragilidade da nossa condição humana e me sinto outra pessoa".

BiografiaConsuelo Pondé de Sena nasceu em Salvador, no dia 19 de janeiro de 1934. Formada em Geografia e História, ela foi orientada pelo historiador José Wanderley de Araújo Pinho, seu mestre de História do Brasil e da Bahia. Concluiu o mestrado de Ciências Sociais em 1977.

Entre os cargos administrativos ocupados, foi Chefe do Departamento de Antropologia e Etnologia da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da Ufba e diretora do Centro de Estudos Baianos da Ufba. Ela exerceu cinco mandatos na presidência do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia.