Mortes no trânsito são consideradas problema de saúde pública 

Lesões causadas pelo trânsito chegam a ocupar até 80% dos leitos de hospitais

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  • Thais Borges

Publicado em 29 de novembro de 2018 às 05:25

- Atualizado há um ano

O alto número de mortes no trânsito é um problema grave de saúde pública. Por isso, é tão importante para a Organização das Nações Unidas (ONU) e para a Organização Mundial da Saúde (OMS), que grava até sexta-feira (30), em Salvador, um documentário que incluirá as medidas da Prefeitura de Salvador para reduzir as mortes no trânsito.

De acordo com o consultor de segurança viária da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas/OMS), Victor Pavarino, as lesões causadas pelo trânsito chegam a ocupar até 80% dos leitos de hospitais – e essa é uma realidade comum na região Nordeste do Brasil. 

“Isso tem um impacto muito grande e também tem um custo intangível, de alguém perder um filho, uma filha ou um pai em um acidente de trânsito. É um problema orçamentário, é um problema social muito grave e é um problema efetivo de saúde pública”, afirma. 

Por isso mesmo, as resoluções embasadas em estudos da saúde se tornam tão importantes. Duas diretrizes da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet) se tornaram leis: a Lei Seca e a resolução que obriga o uso de cadeirinhas para crianças em veículos. 

Segundo o presidente da Seção Bahia do órgão (Abramet-BA), Antônio Meira, a entidade tem buscado capacitar mais os médicos que atuam na área. São eles, inclusive, os responsáveis pelo exame de aptidão física e mental obrigatório que autoriza uma pessoa a dirigir um veículo automotor. 

Através desse exame, um médico determina se uma pessoa tem aptidão temporária ou definitiva para dirigir, devido a alguma condição de saúde. Por outro lado, também foi a partir de resoluções da Abramet que pessoas com deficiência puderam começar a dirigir no Brasil, com carros adaptados. 

“A gente promove a capacitação desses profissionais médicos e também continua aprovando diretrizes, como a que provou que não existe nenhum limite seguro de álcool para dirigir”, diz Meira.