MPF denuncia 18 pessoas por enviarem cocaína de Salvador para Europa

Funcionários do porto eram cooptados para colocar a droga em contêineres de frutas

Publicado em 18 de julho de 2022 às 13:54

- Atualizado há 10 meses

. Crédito: Divulgação/Codeba

Dezoito pessoas parte de dois grupos criminosos foram denunciadas pelo Ministério Público Federal (MPF) pelo envio de cocaína em contêineres para a Europa pelo Porto de Salvador.

O esquema funcionava com a cooptação de funcionários do porto para colocar, clandestinamente, a droga em contêineres de frutas que seriam transportados para o continente europeu por navios. Na denúncia, o MPF pediu a responsabilização dos envolvidos pelos crimes de organização criminosa, associação para o tráfico, tráfico internacional de drogas, lavagem de dinheiro e falsificação de documento público.

As investigações se iniciaram em 2019, em parceria com a Polícia Federal e a Receita Federal, e culminaram na Operação Descontaminação, que em abril deste ano cumpriu 12 mandados de busca e apreensão e oito mandados de prisão preventiva nas cidades de Salvador, Lauro de Freitas e Feira de Santana, além dos municípios paulistas de Sorocaba, Salto, Santos e São Vicente. Quatro dos denunciados continuam presos e outros dois permanecem com monitoramento eletrônico.

De acordo com a PF, a Operação Descontaminação já realizou seis apreensões de cocaína no Brasil e no exterior, totalizando cerca de 3,5 toneladas da droga. A última apreensão ocorreu em setembro do ano passado, quando um funcionário do Terminal de Contêineres do Porto de Salvador e outros dois funcionários de empresas terceirizadas foram presos em flagrante por policiais federais quando guardavam 165 kg de cocaína num contêiner que seria destinado à Europa.

E agora? O MPF aguarda que a Justiça Federal analise a denúncia e decida pelo seu recebimento para que seja instaurada a respectiva ação penal. Após instaurada, os denunciados passarão a ser réus e caberá ao juiz designado dar seguimento ao processo, o que pode resultar na condenação e na aplicação de penas previstas em lei.

O Ministério Público destaca ainda que a denúncia atual não encerra a investigação, já que apurações sobre possíveis outros crimes e envolvimento de mais pessoas no esquema continuam acontecendo.