MPF investiga morte de índio e invasão em área indígena no Amapá

Garimpeiros armados estão no local; PF foi até local para evitar acirramento

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  • Da Redação

Publicado em 28 de julho de 2019 às 13:47

- Atualizado há um ano

. Crédito: Reprodução

A invasão de garimpeiros em terras indígenas do povo Waiãpi e a morte de um indígena são investigados pelo Ministério Público Federal do Amapá (MPF). A Polícia Federal e representantes da Fundação Nacional do Índio (Funai) também acompanham o caso. 

Na noite de sábado, a a PF e a Polícia Militar foram até a área em Pedro Branca do Amapari para evitar um agravamento do conflito, diz o MPF.

Em nota, a Funai diz que há invasores na região e o clima é tenso. Segundo estimativa, há de 10 a 15 não-índios próximos à aldeira Yvytotõ com armas de fogo. "Com base nas informações coletadas pela equipe em campo, podemos concluir que a presença de invasores é real e que o clima de tensão e exaltação na região é alto", relata a Funai.

Os índios se concentram na aldeia Mariry, a cerca de 40 minutos andando de Yvytotõ. A Funai recomendou que eles não façam contato com os invasores, para evitar ânimos acirrados.

A morte investigada é a do indígena Emyra Waiãpi, no último dia 23 na aldeia Mariry. A vítima é identificada como uma liderança da região pelo vereador Jawaruwa Waiãpi (Rede). O índio foi morto durante o ataque dos invasores, diz a Funai, afirmando que ainda precisa apurar mais. 

"Com relação à denúncia apresentada pelo indígena Aikyry Waiãpi, acerca da causa da morte de seu pai, Emyra Waiãpi, no dia 23 na Aldeia Mariry, esta foi motivada por ataque dos não-índios tratados neste memorando, porém necessitamos de mais informações sobre o assunto, não sendo possível levantar sem ir até o local em que está ocorrendo a invasão, cujo acesso se dá por um trecho de via terrestre (veículo), um trecho via fluvial e mais um trecho via terrestre à pé", diz a nota.

O senador Randolfe Rodrigues (Rede) publicou vídeo nas redes sociais denunciando a morte do indígena e dizendo que acionou a Polícia Federal e o Exército para que enviem militares e evitem confrontos.