MST ocupa quatro fazendas em municípios baianos

Terras estão localizadas nos municípios de Caravelas, Teixeira de Freitas, Mucuri e Jacobina

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  • Da Redação

Publicado em 1 de março de 2023 às 20:25

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Reprodução

Na madrugada da última segunda-feira (27), cerca de 1.700 famílias sem terra, vinculadas ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), ocuparam três fazendas de monocultivo de eucalipto, da empresa Suzano Papel e Celulose, radicadas nos municípios de Teixeira de Freitas, Mucuri e Caravelas, no Extremo Sul da Bahia. Também foi ocupada uma fazenda de nome Fazenda Limoeiro, situada no município de Jacobina, indicada como abandonada há 15 anos pelo MST, embora o proprietário negue.

De acordo com a empresa Suzano Papel e Celulose, as três áreas produtivas de sua propriedade foram "invadidas e danificadas ilegalmente pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST)". A empresa afirma que tais atos violam o direito à propriedade privada e estão sujeitos à adoção de medidas judiciais para reintegrar a posse dessas áreas. 

Para o MST, o ato não foi de invasão, mas de ocupação e reivindicação contra a monocultura de eucalipto na região e uso de agrotóxicos pela empresa, que, segundo eles, prejudica as poucas áreas cultivadas pelas famílias camponesas e gera o êxodo rural provocado pela monocultura do eucalipto na região, além de causar impactos ambientais irreversível, provocando um descontrole ambiental com chuvas torrenciais, enchentes, deslizamentos de terra, secas prolongadas e incêndios devastadores.

Em nota, a Suzano reiterou que cumpre integralmente as legislações ambientais e trabalhistas aplicáveis às áreas em que mantém atividades, tendo como premissas em suas operações o desenvolvimento sustentável e a geração de valor e renda, reforçando, assim, seu compromisso com as comunidades locais e com o meio ambiente. 

Ainda, no sul da Bahia, a empresa alega que gera aproximadamente 7.000 mil empregos diretos, mais de 20.000 postos de trabalho indiretos e beneficia cerca de 37.000 pessoas pelo efeito renda, conforme metodologia adotada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e pela Indústria Brasileira de Árvores (Ibá).

Em nota, a Ibá também repudiou as 'invasões' verificadas em três propriedades produtivas de sua associada Suzano e indicou ter total confiança no sistema judicial. "Espera-se a pronta reversão dessa situação criada. Ademais, o governo baiano também tem tradição de saber promover a pacífica restauração da indispensável harmonia social que serve de base, por meio do diálogo construtivo, para o verdadeiro desenvolvimento social e econômico", afirma.