Não fique mais sem grana: 10 coisas para evitar fazer com o seu dinheiro em 2020

Especialistas apontam os erros que podem levá-lo a perder seu salário

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  • Priscila Natividade

Publicado em 20 de janeiro de 2020 às 05:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Ilustração: Morgana Miranda/ CORREIO

Muito dinheiro no bolso, saúde para dar e vender. E quem não quer? Entra ano e sai ano e o desejo de quem vestiu - ou não - a cor amarelo na virada é o mesmo: ter dinheiro. Para não correr o risco de perdê-lo e ainda ter a chance ganhar um pouquinho mais, especialistas em educação financeira listaram a pedido do CORREIO, 10 situações que o consumidor deve evitar se não quiser ficar com a conta bancária negativa em 2020. 

Não é simpatia, nem vai trazer o dinheiro desejado em cinco dias, mas quem entende do assunto garante que os conselhos que estão aqui reunidos irão impedir que o nome caia nas garras dos órgãos de proteção ao crédito (Serasa entre eles). O primeiro conselho, como recomenda o gerente  de marketing da Easynvest, Anderson Paiva, é conhecer bem o seu orçamento. 

“O consumidor pode esperar uma inflação ainda controlada e juros baixos, o que deve estimular o crédito mais barato e, consequentemente, a retomada do consumo. É aí que se torna extremamente necessário ter um bom planejamento financeiro”, afirma.

Também não dá para esperar sobrar dinheiro, nem acreditar em dinheiro fácil ou ignorar pequenos gastos. Este é o alerta da terapeuta financeira, Aline Soaper. “É hora de usar melhor o dinheiro, evitar desperdícios, aproveitando as melhores oportunidades de compra e aprendendo a buscar mais rentabilidade”.

Segundo o economista do portal Juros Baixos, Lereno Soares, ainda que haja um otimismo na economia, o consumidor vai continuar precisando poupar e adotar estratégias que desviem seu orçamento do endividamento. “Cuidado ao assumir compromissos de longo prazo, como é o caso do financiamento imobiliário, por exemplo. Dê prioridade a sua reserva”, afirma. 

A educadora financeira comportamental Meire Cardeal concorda. “Fuja dos impulsos consumistas para não assumir dívidas além da sua capacidade de pagamento, já que a expectativa é de uma economia mais vigorosa”.  

Próspero ano novo

Por último, porém não menos importante, essa dica vai para quem decidiu juntar dinheiro. Para o diretor da Scopo Finanças Pessoais, Lucas Vidigal, é preciso  evitar a  aposta  em uma única aplicação. “Não aplique  em produtos que você desconhece completamente”, diz.  

É CILADA

1. Não conhecer seus números Não dá para dizer se tem, se não se sabe de onde vem e para onde vai. Segundo o gerente  de marketing da Easynvest, Anderson Paiva, se o consumidor conseguir dedicar uma hora por semana para cuidar do seu dinheiro a evolução na gestão da vida financeira vai dar um salto enorme. “Dedique uma hora por semana ao seu dinheiro. Assim como você dedica tempo a fazer esporte ou ver sua família, dedique tempo para suas finanças. Faça uma planilha de gastos para entender quanto você ganha e quais são suas despesas fixas e variáveis. Isso é o mínimo necessário para iniciar qualquer planejamento financeiro”, aconselha.    'Dedique uma hora por semana para o seu dinheiro', destaca Anderson Paiva, da Easyinvest (Foto: Divulgação) 2. Esperar sobrar dinheiro Dinheiro nunca sobra, então, separe no mínimo 10% do seu recebimento antes de pagar as contas e invista esse dinheiro. Esta é a recomendação da da terapeuta financeira, Aline Soaper. Enfim, é se ‘pagar’ também. “Em termos de finanças pessoais, o consumidor deve assumir o controle do próprio dinheiro. Não esperar por um aumento de salário ou por uma medida do governo liberando benefícios. A verdade é que a renda do consumidor ainda não está crescendo. Por isso é importante fazer as mudanças necessárias para manter uma vida de qualidade e conseguir investir para o futuro” destaca a especialista. 

3. Acreditar em dinheiro fácil Todo mundo até queria, porém dinheiro não é coisa que cai do céu. Se a oferta for muito boa, desconfie. “É preciso ficar alerta para fraudes. Não acredite em dinheiro fácil no mundo dos investimentos, muito menos  em alto retorno com baixo risco, nem na promessa  de retorno garantido de 1% ao mês”, afirma o economista do Portal Juros Baixos, Lereno Soares. O mesmo conselho vale para os golpes de empréstimo e com altas taxas de juros. “No crédito, você vai encontrar o golpe do depósito adiantado. Se está achando estranho depositar dinheiro na conta de alguém, é porque provavelmente é estra- nho mesmo”, completa.  Para Lereno Soares do portal Juros Baixos, é necessário ficar atento as armadilhas do mercado de consumo aquecido (Foto: Divulgação) 4. Comprar o que não precisa Com a expectativa de melhora da economia e aumento da oferta de crédito  na contra se dar ‘ao luxo’ de experimentar um vinho mais caro ou comprar um roupa a mais. Porém, o risco está em comprar aquilo que não precisa, como destaca o economista do portal Juros Baixos, Lereno Soares. “Ao mesmo tempo em que se comemora, é necessário ter um olho nas armadilhas desse mercado de consumo aquecido. Não gaste com o que você não gosta. Tudo bem gastar com supérfluos, com lazer, com pequenos luxos, se o orçamento permitir. O que não dá é para comprar porque todo mundo está comprando) ou por inércia, só por continuar,  como acontece muito com serviços por assinatura)”, diz.  'Monitore e faça o controle para não ter problemas maiores', aconselha a terapeuta financeira, Aline Soaper (Foto: Divulgação) 5. Ignorar pequenos gastos E a gente vai ter que falar do cafezinho, do refrigerante e daquele gasto pequeno que passou despercebido, mas no acumulado fez a diferença. Para a terapeuta financeira, Aline Soaper, é aí que mora uma fonte de fuga de dinheiro, que muitas vezes, nem se percebe. “Pense na sua conta como uma caixa d'água, se ela tem vários furos e você não conserta rápido, a água se perde e você nem sabe para onde foi. Os gastos diários também são assim. São pequenos furos por onde seu dinheiro foge sem você perceber, não ignore esses gastos, monitore e faça o controle para evitar problemas maiores depois”, alerta a especialista em finanças.  'A dica é fugir das parcelas', orienta a educadora financeira comportamental, Meire Cardeal (Foto: Divulgação) 6. Comprar por impulso Um outro efeito da retomada do consumo está no número escandaloso de promoções que vão surgir por aí. Quem não resiste a um desconto, uma liquidação ou a um e-mail de ofertas vai ter que respirar fundo e conter o impulso de gastar - mesmo que isso seja parcelado. “Não assuma dívidas que depois vaão fazer você se questionar porque comprou. A dica é fugir de parcelas e ficar de olho nas taxas cobradas pelos financiamentos. Tenha sempre em mente a relação juros cobrados pelo financiamento versus a taxa básica de juros da economia que hoje está em 4,5% (a.a)”, orienta a educadora financeira comportamental, Meire Cardeal.

7. Investir na poupança  Com a taxa básica de juros em queda, a orientação é que o consumidor aposte em opções de investimento além da poupança, se quiser ter rentabilidade. E dar para fazer isso, mesmo com um valor mínimo por mês. “A poupança não é bom investimento, muito menos agora com as taxas de juros tão baixas. Existem produtos tão seguros quanto. Corretoras especializadas em investimentos oferecem contas gratuitas, sem cobrança de taxas, com produtos de investimento que rendem significativamente mais do que estes produtos mais tradicionais, mesmo com baixo risco”, reforça o diretor da Scopo Finanças Pessoais, Lucas Vidigal.  Lucas Vidigal da Scopo Finanças Pessoais alerta para não investir todos os recursos em um só tipo de aplicação (Foto: Divulgação) 9. Investir tudo em uma aplicação só Para o diretor da Scopo Finanças Pessoais, Lucas Vidigal, um dos principais erros dos investidores é não diversificar. “Pense na sua carteira de investimentos como um time de futebol. Não se pode ter apenas onze atacantes habilidosos, é preciso contar com zagueiros, meio-campistas, laterais e goleiro. O mesmo é válido quando se vai montar uma carteira de investimentos. Você pode colocar uma parte do recurso em produtos mais arrojados, outra parte em produtos de risco médio, e outra em produtos mais seguros”, ensina Vidigal. Não aposte em um único tipo de aplicação. “Esta atitude só aumenta o risco de perder todo dinheiro”. 

8. Aceitar crédito caro O consumidor que assumir pagar caro pelo crédito que contratou também vai perder dinheiro. “Assim como se costuma pesquisar antes de comprar uma geladeira, por exemplo, o consumidor também deve buscar  melhores taxas e fazer uma análise bem criteriosa antes de contratar uma linha de crédito”, aponta a educadora financeira comportamental, Meire Cardeal. “Não existe almoço grátis. Fique de olho em todas as taxas cobradas. Isto é essencial para ter uma saúde financeira e não se comprometer com dívidas que estão acima da sua capacidade de pagar ou com juros muito elevados”, acrescenta a especialista.  

10. Exagerar no risco A queda de juros e baixa rentabilidade dos investimentos em renda fixa vão aumentar o apetite do investidor em arriscar em renda variável, como o mercado de ações, por exemplo. O momento é bom para este tipo de aplicação, porém, é preciso conhecer bem o mercado para não perder dinheiro. “Sofistique seu conhecimento sobre finanças. Não é porque a bolsa está subindo que você deve colocar todo seu dinheiro lá. Tente começar com algo em torno de 10% da sua renda, ou invista o valor que não causaria um grande estrago se sofresse algum prejuízo”, afirma o gerente  de marketing da Easynvest, Anderson Paiva .