'Não há previsão para o fim da greve', diz Sindicato dos Rodoviários

Categoria pede aumento de 3% no salário, além de reajuste no ticket alimentação

Publicado em 23 de maio de 2018 às 10:50

- Atualizado há um ano

. Crédito: Mauro Akin Nassor/CORREIO

Não há previsão para o fim da greve em Salvodor. Pelo penos é o que afirma o Sindicato dos Rodoviários. Em entrevista ao CORREIO por volta 10h30 da manhã desta quarta-feira (23), o assessor de Comunicação do Sindicato da categoria, Hugo Freitas, informou que não houve nenhum tipo de contato com os patrões e nem tentativa de negociação hoje.

"Sobre o dissídio coletivo, não tenho o que falar, pois não houve atualização. Tem uma liminar que pede para que rodemos 50% da frota, mas não ficou claro como isso deve acontecer. As empresas precisam divulgar a lista de trabalhadores com uma convocatória pra quem deveria rodar. Não é papel do trabalhador ir para a garagem sem saber", pontua Freitas. 

Segundo ele, a categoria está disponível para negociação. "A gente está disponível, mas não houve contato. Enquanto isso não acontecer, não há previsão para o fim da greve. O nosso intuito não é parar a cidade, mas sim chamar atenção dos empresários para nossas reinvidicações, que não são muitas, mas que deixariam o nosso trabalho um pouco mais digno", declara. 

A pauta inicial de invidicações dos rodoviários incluia um reajuste slarial 6%, além de outras pautas, que, segundo o representante, foram flexibilizadas. "Reduzimos para 3% o aumento e os empresários continuam com essa intransigência. Pedimos também o reajuste no ticket de alimentação de 5%, gratuitade na vacinação dos funcionários  - porque a categoria fica muito vulnerável - e ainda uma ajuda das empresas na renovação da habilitação, porque o custo disso é bastante elevado se compararmos com o nosso salário. Pedimos que as empresas nos ajudem a custear pelo menos os exames", explica Freitas.

TRT deve julgar acordo hoje Ao CORREIO, o Tribunal Regional do Trabalho da Bahia (TRT-BA) vai realizar a audiência de conciliação entre empresários e rodoviários de Salvador na tarde desta quarta-feira (23). Caso não haja um acordo nesta quarta, só haverá outra reunião na próxima semana. Até então, o CORREIO não conseguiu novo contato com o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Salvador (Seteps).

Na decisão de terça-feira (22), o desembargador Renato Mário Simões determinou que os rodoviários cumpram os 50% em horários de pico e 30% no restante do dia, sob multa diária de R$ 10 mil em caso de descumprimento. A alternativa prometida encontrada para cumprir a ordem judicial e manter a greve era rodar com catraca livre - o que não aconteceu na manhã desta quarta-feira (23).“Oitocentos micro-ônibus não vão substituir os 2.400 ônibus que rodam pela cidade. Mas, se o sindicato cumprir a liminar, isso somado ao transporte escolar e de turismo, vamos ter uma condição mínima razoável de mobilidade”,avaliou o prefeito.Neto apontou que, apesar dos esforços, a população vai sentir os efeitos da greve, decretada em assembleia, nesta terça-feira, após dois meses de negociação sem acordo entre patrões e empregados. A prefeitura chegou a se reunir com os dois lados, mas não conseguiu evitar a greve.