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Houve ataques na Boca do Rio, Dois Leões, Bonocô, Valéria, Rio Vermelho e Centro
Bruno Wendel
Publicado em 24 de abril de 2018 às 15:17
- Atualizado há um ano
Foto: Mauro Akin Nassor/Arquivo CORREIO São horas e horas ao volante e, nos últimos cinco dias, os taxistas têm tido o medo como passageiro em Salvador. E não é para menos. Nesse período, nove deles já foram assaltados. A modalidade dos roubos é a mesma de sempre: bandidos fingem ser clientes. Em todas elas, as ações foram realizadas por uma dupla – algumas vezes, um homem e uma mulher.
Segundo informações da Comissão dos Taxistas da Bahia, o período dos nove assaltos relatados pelas vítimas – apenas dois casos foram registrados em delegacia – compreende das 11h da última quinta-feira (19) até as 11h desta terça-feira (24). Os assaltos aconteceram nas regiões do Aeroclube (Boca do Rio), Dois Leões, BR-324, Bonocô, além dos bairros de Valéria, Rio Vermelho e Centro.
O primeiro da série aconteceu às 11h do dia 19. Dois homens entraram em um táxi nas proximidades do Salvador Shopping e pediram uma corrida para a Boca do Rio. Na altura do antigo Aeroclube, a dupla anunciou o assalto. “Um deles sacou a arma e disse que não queria machucar o taxista, que entregou o celular e R$ 60”, contou João Adorno, da Comissão dos Taxistas da Bahia.
Já no sábado (21), um taxista foi rendido em Amaralina. A vítima pegou um passageiro por volta das 6h30 no Rio Vermelho. O passageiro disse que a corrida era para o Imbuí, mas, quando chegou na altura do Quartel do Exército de Amaralina, ele anunciou o assalto. Ele começou a bater no taxista, que desmaiou e bateu o carro num poste. O ladrão, que fugiu depois do acidente, levou o celular, carteira, dinheiro e documentos do motorista.
Nova modalidade O último caso relatado pela Comissão dos Taxistas aconteceu nesta segunda-feira (24), às 19h. Um casal pegou um táxi em frente ao Shopping da Bahia, na Avenida ACM, e pediu uma corrida para o bairro de Valéria.
Ainda na ACM, a infeliz surpresa: a mulher que estava no banco de trás sacou a arma e anunciou o assalto. O comparsa dela, sentado no banco do carona, mandou o taxista manter o percurso e, ao chegar em Valéria, o taxista foi deixado no local. De lá, a dupla fugiu com o carro.
Instantes depois, a Comissão foi informada que o táxi levado pelos bandidos, um Fiat Siena, foi usado em assaltos – uma das ocorrências foi na Cidade Baixa.
Uma família tinha acabado de deixar o Hospital Agenor Paiva, no Caminho de Areia, quando um homem acenou para o Siena. Quando o carro parou, ele e a família foram surpreendidos com a mulher armada que tomou os pertences das vítimas, enquanto o comparsa estava ao volante. O caso foi registrado na 3ª Delegacia (Dendezeiros).
A modalidade é nova e preocupa os taxistas. “Sabemos que isso foi um fato isolado. O que é comum acontecer é a bandidagem pegar os carros para fazer arrastões. A segurança precisa ser reforçada”, defendeu João Adorno.
Outros assaltos O Siena roubado foi encontrado por policiais militares da Operação Apolo ainda na noite desta segunda-feira. Por volta das 22h, a equipe da Polícia Militar recebeu a informação do Centro Integrado de Comunicações (Cicom) de que um táxi Fiat Siena havia sido tomado de assalto por um casal às 19h na Avenida ACM.
Em seguida, a PM recebeu vários registros de roubos praticados com as mesmas características do táxi no bairro de Nazaré e nas avenidas Suburbana, Caminho de Areia e Bonocô - esta seria a última localização dos criminosos.
Segundo informou a PM, em nota, as equipes da Apolo foram para lá e as vítimas informaram que visualizaram um casal abandonar o táxi na passarela do Detran e fugir no sentido Saramandaia. Lá, os policiais realizaram incursões, mas a dupla não foi localizada.
“A rapidez na recuperação do táxi se deu com o apoio das vítimas que entraram em contato com o Cicom passando informações importantes para as equipes que estavam na área. Esses dados contribuíram para a localização do veículo roubado e para saber o sentido de fuga dos criminosos”, revela o major Borges, comandante da Operação Apolo.
O táxi recuperado foi apresentado na Delegacia de Repressão a Furtos e Roubos de Veículos (DRFRV).
Providências Segundo a Comissão dos Taxistas da Bahia, no ano passado, a categoria registrou uma média de cinco assaltos por semana.
“Mas, muitos casos ficam só no relato entre os próprios taxistas. Ou seja, não são registrados em ocorrência policial, pois a categoria tem medo de prestar queixa, porque a polícia prende e, no dia seguinte, a Justiça solta. Aí, eles temem represália. Mas, é preciso o registro nas delegacias para que a polícia possa fazer um mapeamento da mancha criminal”, declarou Adorno.