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Gabriel Galo
Publicado em 14 de fevereiro de 2019 às 10:55
- Atualizado há um ano
A premiação da Copa do Brasil é, disparada, a maior do futebol brasileiro. Seu título garante muitas dezenas de milhões de reais. Passar pela singela primeira fase? No caso do Vitória, seria um milhão de reais a mais na combalida conta corrente do clube. Para tanto, bastaria apenas empatar com o inexpressivo Moto Club no Maranhão. Apenas isso. Nada de mais.
Mas mesmo o fácil, no caso do Vitória neste de 2019, é complicado demais.
Não vamos dourar a pílula, tratar o caso com panos quentes, buscar amenizar a situação. A conclusão é simples: o Vitória faliu.
O Vitória faliu financeiramente. A queda para a Série B foi um desastre. As receitas com televisão foram reduzidas a uma fração do que eram. Além disso, o patrocínio da Caixa dificilmente será renovado. Na secura do saldo financeiro, um milhão seria salvação.
O Vitória faliu futebolisticamente. Quantas vezes Ramon vai ter que errar e prejudicar o time para finalmente sair? Quantas vezes Andrigo vai sair jogando para alguém perceber que ele não é tri-rebaixado à toa? Quantos jogos serão necessários para entender que o projeto Marcelo Chamusca falhou miseravelmente? Quantos gritos serão precisos para entender que quase todos estes que aí estão não são merecedores de vestir o manto rubro-negro?
E, por favor, não me venham com a desculpa esfarrapada de que falta dinheiro. Ou vocês realmente acham que o Moto Club tem orçamento maior que o do Vitória? Ou que o Bahia de Feira, líder do Baianinho, tem mais dinheiro para gastar?
O Vitória faliu moralmente. E a grande derrocada moral da instituição rubro-negra, acelerada à velocidade da luz desde aquele Ba-Vi da vergonha do ano passado, tem nome e sobrenome: Ricardo David. A incompetência da gestão do mandatário do Vitória deveria ser motivo de estudo em Administração. É algo absurdo o que ele e sua diretoria têm feito para destruir a reputação do clube.
A consequência, claro, se vê na arquibancada. A torcida nunca esteve tão distante. E é empurrada para ainda mais longe pelos bastiões da ignorância que, em vez de reconhecerem os erros e efetivamente iniciarem um processo de mudança, vivem de desculpas mentirosas e de tentar fazer a todos de idiotas.
Fato é que o Vitória não tem equipe para fazer frente a senhor seu ninguém. Todos, jogadores, comissão técnica e diretoria, formam um conglomerado homogêneo: é um bando mimado, sem brio, sem honradez, sem vergonha na cara. Gente que não entende o que significa o futebol e o que significa paixão de uma nação que se cansou de passar vergonha.
Não haverá um qualquer que puxe a corda para seu lado e admita: estou prejudicando, melhor eu ficar de fora por um tempo. E fiquem sabendo: por parte da torcida, poderia simplesmente mandar todo mundo às favas e recomeçar do zero.
Hora melhor não há. Com o time falido em todos os aspectos, nunca estivemos tão próximos do zero. É evidente o pensamento geral: fora todo mundo. E quer saber? Não seria má ideia. Reconstruamos e refundemos o Vitória, uma vez livres dos vaidosos abutres que não reconhecem seu fracasso, por mais que ele seja inegável.
Gabriel Galo é escritor e rubro-negro, no momento sem esperança. Texto originalmente publicado no site Papo de Galo. Clique aqui para ler o original.
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