Otimismo é forte aliado no tratamento do câncer

Pacientes esperançosos apresentam um índice de melhora significativa em todos os sentidos

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  • Do Estúdio

Publicado em 15 de outubro de 2018 às 06:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Divulgação

Há seis anos, o mês de outubro é o mais agitado do ano para Paola Braga, 44 anos. Hoje, ela se divide entre trabalho, família, amigos e inúmeras campanhas de prevenção ao câncer de mama. São ensaios fotográficos, entrevistas e palestras pra falar sobre a experiência que teve com a doença aos 38 anos.

“Eu adoro! Eu gosto mais ainda quando as pessoas me convidam para falar com as mulheres. Eu encontro muitas que se deprimem, que não têm apoio dentro de casa e que ficam com baixa estima quando são diagnosticadas com câncer de mama. Eu procuro mostrar para elas que é tão passageiro e que passa tão rápido”, conta Paola, sempre muito otimista.

Quando descobriu o câncer, a cearense foi convencida pelo médico de que seria curada, apesar de já ter perdido a mãe e a irmã com a doença, ambas aos 40 anos. Com a apoio da família, teve certeza que iria superar o problema. “Eu acreditei no médico e tive certeza absoluta que eu ia passar por aquele transtorno. Sabia que ia ficar boa, que tinha ainda muita coisa para viver e agradeço todos os dias por estar curada. Como eu sou sortuda, cara, de estar com meus filhos, meus sobrinhos, meu amigos”, comemora Paola. Essa determinação do paciente, segundo o oncologista do Hapvida Vagner Martins, é fator decisivo em um tratamento de câncer. Famílias e pacientes otimistas apresentam um índice de melhora significativa em todos os sentidos: tolerância aos efeitos quimioterápicos, menos efeitos colaterais e menos intercorrências clínicas. “É fundamental se manter otimista. Creio que o tratamento do câncer é um tripé, onde além do tratamento específico e aderência ao mesmo, a forma como se encara o problema através de otimismo, resiliência, coragem em enfrentar as lutas diárias, e tendo apoio tanto familiar e espiritual torna nítida a evolução”, destaca.

Independentemente do caso e do paciente, identificar o que é possível se fazer apesar do sofrimento é essencial, segundo a psicóloga do Hapvida Amanda Valentine Braga. “A vida é constituída a partir do investimento emocional, afetivo que fazemos em nós mesmas/mesmos e nos outros.  Portanto, continuar investindo na vida, nos vínculos que são mais próximos, se aproximar de grupos e/ou movimentos que discutam sobre saúde, buscar atividades que envolvam bem-estar, como arte, escrita, música, enfim, serão soluções singulares que cada pessoa pode lançar mão neste momento para conseguir lidar com as adversidades”, indica.“A vida é constituída a partir do investimento emocional, afetivo que fazemos em nós mesmas/mesmos e nos outros. Portanto, continuar investindo na vida, nos vínculos que são mais próximos, se aproximar de grupos e/ou movimentos que discutam sobre saúde, buscar atividades que envolvam bem-estar, como arte, escrita, música, enfim, serão soluções singulares que cada pessoa pode lançar mão neste momento para conseguir lidar com as adversidades”

Amanda Valentine Braga, psicóloga do HapvidaCâncer Buscar o bem-estar através de uma vida mais saudável pode, inclusive, evitar alguns tipos de cânceres. É que a doença, caracterizada pelo aumento incontrolável de células anormais no organismo, tem várias causas, sendo que uma das principais está relacionada com hábitos e costumes. Algumas bastante conhecidas são a exposição excessiva ao sol, que pode levar uma pessoa a ter câncer de pele, e o vício em cigarro, que desencadeia um câncer de pulmão ou de garganta.

Paola era fumante há 14 anos quando descobriu o câncer. E apesar de o médico afirmar que não tinha qualquer relação entre a doença que havia sido diagnosticada nela e o cigarro, preferiu evitar que um novo foco da doença aparecesse no futuro por conta do tabagismo. “Eu sempre fui uma pessoa positiva, mas eu me preocupava muito com coisas que não valiam a pena. Trabalhava muito, fumava, não cuidava da minha alimentação e nem praticava atividades físicas. Hoje eu amo ter a minha qualidade de vida. Me sinto mais viva, mais bonita e muito mais disposta. Isso foi uma das coisas que este tratamento despertou em mim”, conta Paola. 

O câncer de mama diagnosticado nela estava associado a fatores genéticos, mas existem ainda causas decorrentes do uso crônico de medicamentos, de agentes radionizantes e até o desenvolvimento secundário relacionado ao uso prévio de quimioterápicos. “Vale frisar que cada patologia tem suas particularidades e fatores predisponentes ao desenvolvimento dos mesmos”, ressalta o oncologista do Hapvida.

Tratamento O câncer é, muitas vezes, silencioso. “Não tinha nada, nem dor, nem tosse. Não me dava nem uma dor na unha”, lembra Paola Braga. Um dos grandes aliados na prevenção da doença é fazer exames periódicos. “Além de auxiliar no diagnóstico, torna-se fundamental tanto para detecção precoce do câncer, quanto para outras doenças. Hoje, a maior parte da atenção ao tratamento e o aumento da sobrevida dos pacientes oncológicos estão relacionados ao diagnóstico precoce”, explica Vagner Martins.

A diversidade de tipos de câncer é um dos grandes empecilhos para os avanços no tratamento da doença. “A imunoterapia é o grande boom do momento, mas de nada adianta ficar restrito à quem está nos grandes centros urbanos e tem poder aquisitivo. Na verdade, percebo que o grande desafio é permitir que todos tenham possibilidades de cura através de diagnóstico precoce e tratamento específico o mais breve possível”, destaca o oncologista.

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