PMs tentam assaltar outro PM e dois morrem após tiroteio em São Paulo

Policial reagiu a abordagem de colegas de farda em Diadema; ‘PM-ladrão’ foi preso

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  • Da Redação

Publicado em 25 de agosto de 2020 às 21:04

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Reprodução

Local onde houve uma tentativa de assalto a um grupo de pessoas seguida de troca de tiros (Foto: Reprodução) Um tiroteio envolvendo três policiais militares terminou com a morte de dois deles e um detido em Diadema, na Grande São Paulo, na manhã de domingo (23). Segundo as investigações, tudo indica que a troca de tiros envolveu uma tentativa de roubo. As informações são do site Ponte Jornalismo.

Segundo o boletim de ocorrência registrado no 3º DP de Diadema, o PM André Monteiro Malfati, 33 anos, acompanhado do cabo João Paulo de Araújo Silva, 28, anunciou um assalto para algumas pessoas na rua.

Uma das vítimas seria o PM Josimar Lima da Silva, 32, que revidou, efetuando disparos de arma de fogo que atingiram “o policial que anunciara o roubo”, como descreveu o delegado Luciano Galvão Elias. 

Josimar estava com outras pessoas na porta da casa do sobrinho, que comemorava seu aniversário, quando foram surpreendidos pelos assaltantes na Avenida das Nações, no Jardim das Nações.

João Paulo, segundo as testemunhas relataram na delegacia, estaria acompanhando André no roubo e seria quem efetuou disparos contra Josimar. 

Os disparos atribuídos a João Paulo também teriam atingido a namorada de Josimar, que está internada.

O Ponte Jornalismo ouviu uma das seis testemunhas do caso, sob a condição de anonimato. A familiar disse que os policiais assaltantes chegaram pedindo para as pessoas levantarem as blusas e dar tudo o que tinham com elas.

"Eles não se identificaram como policiais nesse momento. O Josimar conseguiu balear o policial André e o policial João Paulo baleou o Josimar. Ele estava desnorteado, aparentemente drogado. Depois que atirou, ficou falando que era policial, para ninguém chegar perto dele", relatou.

O PM João Paulo, lotado 24º Batalhão da PM paulista (Diadema), foi preso em flagrante por latrocínio (roubo seguido de morte), que tem pena de 15 a 30 anos de prisão, e organização de grupo para prática de violência, que tem pena de quatro a oito anos – ambos os crimes fazem parte do Código Penal Militar, que rege o caso uma vez que o enfrentamento ocorreu entre militares. 

Em depoimento na delegacia, definiu o caso como “entrei em uma furada”.

Ainda segundo a publicação, todos os policiais estavam fora do horário de trabalho e usavam roupas comuns. André, também lotado no 24º Batalhão, e Josimar, do 6º Batalhão de PM, foram socorridos no Hospital Municipal de Diadema, onde foram constatados os óbitos.

João Paulo foi preso no Comando de Policiamento de Área Metropolitano (CPA), onde alegou que agiu em legítima defesa de terceiro. Posteriormente, foi encaminhado para o Presídio Militar Romão Gomes, na Vila Albertina, na capital paulista.

Outro lado Procurada, a advogada Flávia Artilheiro, que cuida da defesa do PM João Paulo, afirmou por WhatsApp que “o Cabo Araújo é inocente e a legitimidade de sua conduta restará demonstrada ao final das investigações”.

A reportagem também questionou a Secretaria da Segurança Pública e a Polícia Militar sobre o caso, perguntando também sobre a permanência de João Paulo na corporação.

Em nota, a SSP se limitou a dizer que o caso havia sido registrado no 3º DP da cidade, “que instaurou inquérito policial para apurar todas as circunstâncias do fato”. “A ocorrência também é investigada pela Polícia Militar meio de IPM. O policial militar segue detido no Presídio Romão Gomes”, finalizou a pasta.