Poesia para curtir: jovens poetas e escritores fazem sucesso em redes sociais

Na internet, jovens poetas e escritores usam perfis para difundir textos e artes que conquistam, além de fãs, livrarias pelo país inteiro. Abra o aplicativo e boa leitura

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  • Daniel Silveira

Publicado em 1 de março de 2016 às 13:45

- Atualizado há um ano

Muita gente, quando pensa em poesia, certamente imagina alguém lendo um livro embaixo de uma árvore ou declamando versos em uma praça. Mas, depois da ascensão das redes sociais, basta deslizar o dedo na tela do smartphone para ler, curtir e compartilhar textos e trabalhos de artistas e escritores. Eles usam perfis no Facebook e Instagram para expor sentimentos ou contar histórias e situações.

Muitos acabam ajudando outras pessoas, como é o caso do baiano Matheus Rocha, criador do Neologismo, que costuma receber mensagens com agradecimentos e pedidos de conselhos. “Acho que ultrapassa a relação escritor e leitor”, afirma o feirense.

O sucesso nas redes é tão grande que alguns migram para os livros. De acordo com Alessandra Ruiz, do departamento de aquisições da editora Sextante, o crédito é todo dos autores. “Pessoas que escrevem agora podem mostrar seu trabalho e arrebanhar leitores antes de publicar um livro”, diz. A empresa  vai  publicar, ainda este ano, o livro do Neologismo.

@Coisasboasacontecem - 153 mil seguidores no InstagramQuem faz  O designer e ilustrador Phellipe Wanderley, que mora em São Paulo e tem 23 anos.Phellipe WanderleyQuando começou Há quase dois anos, para elevar a autoestima. “Comecei a fazer artezinhas e  escrever umas frases que dizia pra mim mesmo. Algumas pessoas se identificaram”, explica.

Inspiração “Me inspiro em situações que vivo, conversas com amigos e no que sinto”.

Fora das redesAs artes ganharam quadros, agendas, cases para celulares e até camisetas. O autor também já fez trabalhos para a TV Globo e prepara um livro.@umcartão - 915 mil seguidores no InstagramQuem faz O advogado carioca Pedro Henrique, que trocou lições para concurso pela poesia cotidiana.Pedro HenriqueQuando começou “Os cartões surgiram em maio de 2014 da minha necessidade em abreviar os sentimentos”.

Inspiração  “Os cartões são uma forma de resgatar a energia de que as coisas acontecem por um motivo e que só dependem de nossa vontade pra que se tornem positivas”.

Fora das redes  Um Cartão virou um livro em 2015. “É o Instagram da vida real.” As artes também estão em cadernos e canecas, à venda no site umcartao.art.br.@Neologismo - 193 mil seguidores no InstagramQuem faz  O jornalista feirense Matheus Rocha, de 24 anos Matheus RochaQuando começou  Os primeiros textos são de quando ele tinha 16 anos. “Comecei a colocar tudo que eu sentia e o que eu vivia”.

Inspiração  “Escrevo sobre relacionamentos, sonhos, aspirações pessoais e profissionais. Quando olho para o Neologismo vejo que minha história está ali”.

Fora das redes  Matheus vai lançar um livro pela editora Sextante ainda no primeiro semestre deste ano. “Sempre foi um sonho transformar isso em físico. O livro vai ser uma coletânea de textos”.

@donaoncinha - 78 mil seguidores no InstagramQuem faz O Instagram, Facebook, Twitter, Snapchat e o blog, todos com o mesmo nome, são uma ideia da paulista Juliana Manzato, 27.Juliana ManzatoQuando começou  Em 2010, trabalhando com moda, ela percebeu insegurança em muitas mulheres e resolveu escrever para ajudá-las.

Inspiração  “Escrevo para inspirar mulheres a serem elas mesmas. Gente me inspira. Pessoas e suas histórias”.

Fora das redes  Juliana ainda vai demorar para levar o Dona Oncinha para o papel. “Não sei o quanto estou preparada para escrever um livro, mas estou aberta a isso”.@ZackMagiezi - 536 mil seguidores no InstagramQuem faz Zack é mineiro, mas morou um tempo em Salvador. “Amo essa cidade, as pessoas e, sobretudo, o mar”, conta. Recentemente, mudou-se para São Paulo.

Zack MagieziComo começou  Tudo teve início em 2014. “Já carregava comigo o desejo de falar sobre as coisas que me perturbam e me encantam”.

Inspiração  “Falo sobre a minha visão de mundo, minha angústia, das coisas de dentro, fotografo sentimentos”.

Fora das redes  Em março, ele lança seu primeiro livro. “É um sonho que nunca foi sonhado por mim, mas que insistiu em acontecer”.@eumechamoantonio - 691 mil seguidores no InstagramQuem faz Pedro Antônio, 32, nascido em Jamena, na África. Mora no Rio de Janeiro.Pedro AntônioComo começou  A página surgiu em 2012, quando ele resolveu compartilhar o que rabiscava com caneta em guardanapos nas noites do Rio.

Inspiração  “Meus guardanapos são como pequenos espelhos, que esclarecem externamente coisas que ainda não estão muito claras dentro de mim”.

Fora das redes  Pedro lançou dois livros: Eu me Chamo Antônio (2013) e Segundo – Eu me Chamo Antônio (2014), que venderam mais de 180 mil exemplares.