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Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância investiga participantes
Da Redação
Publicado em 11 de fevereiro de 2019 às 12:37
- Atualizado há um ano
Conversas de participantes do Big Brother Brasil 19 (BBB19) estão sendo analisadas pela Polícia Civil do Rio de Janeiro, que abriu inquérito para verificar se houve crimes de racismo e intolerância religiosa.
Segundo o jornal carioca Extra, no centro da polêmica estão Maycon e Paula, que lideram as reclamações em redes sociais.
Em nota, a Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância do Rio informou que está apurando as declarações. “De acordo com informações da Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) foi instaurado inquérito para apurar o ocorrido. As investigações estão sob sigilo”, diz o comunicado.
Atos de discriminação por raça e cor são considerados crimes no Brasil desde 1989. Além deles, há também a conduta de injúria racial, que é detectada em atos que ofendem a honra de alguém valendo-se de elementos referentes à raça, cor, etnia, religião ou origem.
O jornal cita um dos casos mais recentes, em que Maycon conta que ao ver Gabriela e Rodrigo (participantes negros e adeptos de religiões de matriz africana) dançam uma música de Jorge Aragão. Ao relembrar o episódio, ele disse ter sentido um arrepio ao ouvir "músicas esquisitas".
Na semana passada, a mineira Paula, em conversa com Hariany, disse ter medo das religiões africanas. "Eu tenho muito medo do Rodrigo. Ele fala o tempo todo desse negócio de Oxum deles lá, que ele conhece. Eu tenho medo disso, mas nosso Deus é maior", comentou.
Em nota, a Globo afirmou que não foi notificada pela polícia, mas reforça que "respeita a diversidade, a liberdade de expressão e repudia com veemência qualquer tipo de intolerância e preconceito, em todas as suas formas". "Desta forma, é importante reiterar que qualquer manifestação pessoal, equivocada ou não, feita pelos participantes do programa, não reflete o posicionamento da emissora", completa.
Confira a nota da Globo na íntegra:
"Não fomos notificados, mas é importante pontuar que a Globo respeita a diversidade, a liberdade de expressão e repudia com veemência qualquer tipo de intolerância e preconceito, em todas as suas formas. Desde 2016 a emissora mantém no ar a campanha ‘Tudo começa pelo Respeito’, em parceria com UNESCO, UNICEF, UNAIDS e ONU MULHERES, que atua na mobilização da sociedade para o fortalecimento de uma cultura que não apenas tolere, mas respeite e discuta amplamente os direitos de públicos vulneráveis à discriminação e ao preconceito. Desta forma, é importante reiterar que qualquer manifestação pessoal, equivocada ou não, feita pelos participantes do programa, não reflete o posicionamento da emissora".