Polícia vai exigir crachás de taxistas durante blitze

Este ano, 101 trabalhadores já foram assaltados; Costa Azul, Liberdade, Fazenda Grande do Retiro, Federação estão entre os locais mais perigosos

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  • Gil Santos

Publicado em 23 de junho de 2018 às 06:00

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Os taxistas que forem abordados pela polícia durante as blitze terão que apresentar o crachá de identificação. A Secretaria da Segurança Pública da Bahia (SSP-BA) informou, em nota, que a decisão foi tomada após queixas da categoria sobre a insegurança e os recentes assaltos. 

Segundo o levantamento feito pela Associação Geral dos Taxistas (AGT), de janeiro até esta quinta-feira (21), 101 taxistas foram assaltados em Salvador e Região Metropolitana, sendo que 11 casos aconteceram na última semana. O número não foi confirmado pela SSP-BA.

"A Secretaria da Segurança Pública informa que, após contato com a Associação de Taxistas intensificará as abordagens e ações de inteligência, nos bairros e avenidas citados. Ressalta que, a pedido da categoria, solicitará também os crachás dos taxistas, nas blitze, e ampliará as revistas dos passageiros", diz a nota. Policiamento está reforçado por conta do São João (Foto: Divulgação/ Secom-BA) O presidente da AGT, Ademilton Paim, contou que em quase 80% das ocorrências os bandidos levaram o dinheiro, celular e também o carro do trabalhador. Entre a sexta-feira (15) e a quinta (21) foram 11 casos registrados. A orientação da associação é para que os taxistas fiquem atentos e evitem usar dinheiro nas corridas.

“Eles roubam o carro para depois usar em assaltos. Eles pensam que temos dinheiro, mas, hoje em dia, o taxista não anda mais com dinheiro porque muitas corridas são pelos aplicativos e muitos trabalhadores estão usando máquina de cartão para os pagamentos. Nossa orientação é, justamente, que ele evite circular com muito dinheiro”, disse.

Os crimes acontecem, na maioria das vezes, à noite, mas a associação tem observado crescimento nos assaltos também durante o dia. Segundo Paim, o modus operandi dos bandidos tem sido usar uma mulher nas abordagens. Geralmente, um casal pega o táxi e anuncia o assalto no final da corrida.

Segundo a representação da categoria, os locais mais violentos são Costa Azul, Liberdade, Fazenda Grande do Retiro, Federação. Sussuarana (Avenida Gal Costa), Itapuã, Cabula, Cajazeiras e Cia Aeroporto.

A associação não tem número de feridos, mas afirmou que os bandidos estão mais violentos e que alguns taxistas foram esfaqueados durante os assaltos. 

Atenção Para João Adorno, da Comissão dos Taxistas da Bahia, a categoria precisa ter cuidado porque nesta época o número de criminosos aumenta. Ele contou que a forma de os bandidos agirem tem mudado nos últimos anos.

"O trabalhador precisa ter a atenção redobrada porque esse é o período em que os oportunistas surgem para se aproveitar. Cerca de 40% dos assalstos tem participação de mulheres, ou seja, é ela quem solicita o táxi, que está com o assaltante ou quem comete o crime. Eles, geralmente, pegam o táxi em um local seguro, como na porta de um shopping, por exemplo, e anunciam o assalto depois", disse. 

A Secretaria de Comunicação Social da Bahia (Secom) informou que o policiamento será reforçado em Salvador e no interior do estado durante o São João. Quase 19 mil policiais vão trabalhar em regime de plantão.

Na capital, os locais com maior destaque são o Pelourinho e Paripe, no Subúrbio Ferroviários, onde acontecem as festas de São João, e a Barra, por conta dos jogos da seleção brasileira na Copa do Mundo.