Presídio: 'A meta é subir neste ano e em 2020 o título nacional'

Candidato quer elevar média de público do Vitória para 20 mil pessoas por jogo

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  • Vitor Villar

Publicado em 19 de abril de 2019 às 05:15

- Atualizado há um ano

. Crédito: Almiro Lopes / CORREIO

Na última eleição, em dezembro de 2017, Gílson Presídio concorreu pela primeira vez à presidência e obteve sete votos. Pouco mais de um ano depois ele reaparece no pleito rubro-negro pela chapa 'Vitória campeão nacional de 2020'. A votação será no dia 24 de abril, das 9h às 21h, no Barradão.

O nome da chapa é também a sua maior promessa: tornar o Leão campeão brasileiro já no ano que vem. Nesta entrevista ao CORREIO, o candidato fala em aumentar a média de público para 20 mil pessoas por jogo e gerir o clube com a ajuda da torcida, por meio de um aplicativo de enquetes. Para completar, diz que contratará um ex-presidente para ajudá-lo na função.

Pelas regras, as primeiras perguntas serão igualmente feitas para todos os candidatos. As últimas cinco foram elaboradas especialmente para cada entrevistado, observando sua trajetória.

O CORREIO já publicou entrevistas com os candidatos Raimundo Viana e com Isaura Maria. Na sequência, será a vez de Paulo Carneiro. O candidato Walter Seijo não quis conceder entrevista.

Confira a entrevista completa:

Por que você decidiu voltar a concorrer à presidência do Vitória?

Eu tenho muita preocupação com o retorno de um determinado ex-presidente (Presídio está falando de Paulo Carneiro) que causou muito mal ao clube e chegou a colocar o Vitória na Justiça. No quadro eleitoral atual, Raimundo Viana não teria jeito para fazer as abordagens a ele do jeito que eu quero fazer. É uma eleição polarizada, em que o torcedor vai ter que escolher se quer ou não a volta de um presidente que foi para o rival, beijou camisa e tudo, além de ter deixado o clube na Série C.

Você recebeu sete votos na última eleição. Por que acha que dessa vez será diferente?

Na passada eu não estava tão inteirado das questões judiciais do Vitória, dos bastidores. De lá para cá andei pesquisando e me sinto mais preparado. Venho recebendo um retorno muito bom da torcida, principalmente por minha disposição de enfrentar o opositor (Paulo Carneiro). Ainda mais depois que entrei com um pedido de impugnação da chapa dele (que acabou indeferido).Venho recebendo um retorno muito bom da torcida, principalmente por minha disposição de enfrentar o opositor (Paulo Carneiro).De onde tirar dinheiro agora, a curto prazo, para investir e tirar o time da Série B?

Queremos elevar o orçamento ao patamar par ao nível que tinha em 2017. Queremos mostrar aos patrocinadores que o clube tem milhões de seguidores que podem virar seus consumidores. Aí vamos precisar do comprometimento desses sócios, que se tornem clientes dos parceiros. Outra ideia é criar uma área coberta no Barradão, tanto para proteger a arquibancada como para receber eventos.

Como fazer uma reformulação no time sem dinheiro?

Só vamos contratar seguindo as recomendações do treinador e do ex-presidente de clube que vamos contratar. Eles devem conhecer jogadores baratos e que foram bem com eles. Vamos trabalhar com o recurso que estiver disponível. Não vamos ficar no chororô por falta de dinheiro. Se não tiver dinheiro, vamos trabalhar com o time que está aí. Vamos incentivar os contratos por resultados. Ou seja, por número de vitórias, títulos... Não pode ser todo mundo por número de gols porque senão vai todo mundo querer ser atacante, até zagueiro vai querer.

Como trazer a torcida de volta para o estádio?

Queremos colocar uma média de público no Barradão de no mínimo 20 mil por jogo. Como vamos fazer? São detalhes que eu não posso dizer porque são estratégicos da nossa campanha. Mas o básico é proporcionar ao torcedor higiene, segurança, conforto. Por isso vamos colocar a cobertura que falei. Nada no padrão arena, algo simples. Outro ponto serão os resultados em campo. A torcida do Vitória é diferente nisso em relação à do nosso rival. Quando o time está mal, a torcida do Vitória abandona o estádio. A do rival abraça, levanta até defunto. Lá, quando tem uma série de jogos bons, vira o melhor time do mundo, é Fernandão na seleção... A torcida do Vitória é exigente, a do Bahia, condescendente. A do Vitória é burra, no sentido de abandonar o time. A do Bahia, besta demais.A torcida do Vitória é exigente, a do Bahia, condescendente. A torcida do Vitória é burra, no sentido de abandonar o time. A do Bahia, besta demais.O técnico Claudio Tencati e o gerente de futebol Alarcon Pacheco ficam?

Não tive tempo ainda para avaliar o técnico no Vitória, se é uma pessoa adequada para nossas metas. Nesse primeiro momento não mexeria em nada. Porém, avaliaria tanto ele como o gerente ao longo do trabalho.

Você não tem nenhuma experiência em futebol. Essa falta de experiência não te prejudica?

Não me prejudica, na verdade me credencia. Não é só ser novo, mas é ter determinação de ser campeão nacional, de entender que preciso me assessorar com profissionais especializados na área, de dar espaço para a torcida decidir questões do clube, não atuar apenas como clientes. No futebol tem torcedor que entende de futebol, sabe como o jogador e o time deveriam jogar. Tem torcedor que conhece, já jogou bola. Por sinal eu também já joguei. Fui sub-15 do Vitória, reserva de Joel Zanata. Só larguei porque fui estudar.No futebol tem torcedor que entende de futebol, sabe como o jogador e o time deveriam jogar. Tem torcedor que conhece, já jogou bola.Como pretende ser presidente do Vitória sem nenhum apoio político?

Não é por isso que não tenha um bom relacionamento, especialmente com Raimundo Viana. Uma pessoa que respeito muito e que não se negaria a me ajudar. Alexi Portela também, pois temos relações familiares próximas. Adhemar Lemos atua no mesmo ramo que um cunhado meu, me conhece. Manoel Matos e eu fomos colegas na indústria petroquímica.

Uma das suas propostas é contratar um ex-presidente de clube de futebol para te ajudar ao gerir o Vitória. Como seria isso?

Quero contratar um ex-presidente de clube de futebol para me orientar como presidente, especialmente neste primeiro momento. Não tenho um nome ainda, mas tenho um perfil. Ele teria que vir de outro estado e precisa ter sido bem sucedido, com títulos na sua gestão. Ele seria contratado como um consultor, para que me passasse a sua experiência até que eu me sentisse seguro para tomar decisões.Quero contratar um ex-presidente de clube de futebol para me orientar como presidente, especialmente neste primeiro momento.A sua principal promessa de campanha é o título nacional em 2020. Como?

Vai ser assim: logo nos primeiros dias vamos elaborar um planejamento estratégico para atingir esse objetivo. Não é só dizer que quer ser campeão, é definir as metas, ações concretas para chegar a esse patamar em 2020. Tudo com prazo determinado para ser atingida, setor exato em que serão colocados os recursos etc. Uma coisa bem técnica. Como presidente, vou coordenar tudo, não executar. O presidente não tem que ser conhecedor de futebol, tem que ser um gestor eficiente. Para executar, vou contratar os especialistas em futebol, que é o caso do ex-presidente consultor, do técnico... Mas assim que tiver uma folga vou fazer os cursos que a CBF oferece. Se eu não obter o título em 2020 eu vou colocar meu cargo à disposição. Nossa meta é a Série A neste ano e em 2020 o título nacional. Agora, se tivermos um percalço ou um problema maior e não subirmos em 2019, aí só me resta, para cumprir a meta, ser campeão da Série B em 2020.

Outra promessa é gerir o clube dando poder de algumas decisões à torcida. Como vai ser isso?

Vai funcionar da seguinte maneira: todas as decisões relevantes do clube serão levadas para a torcida decidir através de um aplicativo de nome ‘Eu Decido no Vitória’. Por exemplo: se tiver de mudar de técnico, a gente vai ao mercado e levanta as opções ao alcance do Vitória. Daí, apresenta a lista para a torcida no aplicativo e ela vai escolher numa enquete. Envolver o torcedor assim vai comprometê-lo com o clube, porque foi ele quem escolheu o treinador. Então depois não venha pra cá dizendo que contratou mal, porque não vai caber.

Quem é Gilson Presídio Gilson Presídio é auditor do Tribunal de Justiça da Bahia e tem graduação em Direito, Engenharia e Administração. Ele concorreu na eleição de 2017, quando Ricardo David foi o vencedor.