Prisão de Lula completa um mês nesta segunda-feira (07)

Ex-presidente está preso em prédio da Polícia Federal em Curitiba (PR); prefeitura pede transferência

Publicado em 7 de maio de 2018 às 10:22

- Atualizado há um ano

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Após um mês da prisão do ex-presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, a vigília dos apoiadores do petista diminuiu e o ambiente fica cada vez mais tenso, em frente ao prédio da Polícia Federal onde Lula está preso. Os episódios recorrentes de conflitos levaram na última semana o prefeito de Curitiba (PR), o urbanista Rafael Greca (PMN), a fazer uma “súplica” à Justiça.

Ele já vem cobrando a saída de Lula – e dos manifestantes – do local e disse que e o zoneamento urbano do bairro onde está a sede da PF pode até comportar um prédio com o serviço de emissão de passaportes, mas não “alojar, em caráter de confinamento penitenciário, um preso com a expressiva trajetória política do líder sindical, mentor e líder de movimentos sociais, ex-presidente da República”.

Um drone branco sobrevoa diariamente o prédio. Pela câmera da mini aeronave não tripulada, policiais monitoram o movimento dos moradores locais e dos “acampados” na área sitiada do entorno da Superintendência da PF.

O zumbido diário do drone da PF é mais um dos barulhos da nova rotina do antes sossegado bairro Jardim Santa Cândida, local arborizado num dos extremos de Curitiba. Desde a chegada de Lula e do grupo de apoiadores, a área virou palco de relações conflituosas.

Do alto, as imagens do drone registram desde o dia 7 de abril o esvaziamento do acampamento – organizado pelo PT e pelo MST e batizado de “Lula Livre”. Nas duas primeiras semanas, após a chegada do ex-presidente, cerca de 500 manifestantes formavam o acampamento, com barracas espalhadas nas ruas do bairro e sobre as calçadas. 

Com ele vieram o comércio clandestino, a cantorias, os gritos de ordem, o futebol nas ruas, a constante presença policial, os bloqueios de tráfego e a quebra da rotina.

Desde o dia 17, são cerca de 70 pessoas, segundo a organização, que passaram a dormir em barracas em um terreno alugado há 800 metros do ponto principal dos protestos, a “esquina Olga Benário”, como batizaram os acampados o encontro da rua Guilherme Matter com a Dr. Barreto Coutinho. O cruzamento é o marco zero do acampamento, que está bloqueado pelos manifestantes e pelo cordão da isolamento da Polícia Militar – que cumpre ordem da Justiça estadual de interdito da área do entorno da PF.

No local, permanecem quatro barracas da estrutura operacional do movimento: a que recebe os donativos, a da comunicação, a da organização e a das caixas de som. É no local que todos os dias o grito em coro, amplificado, quebra o silêncio das manhãs do bairro: “Bom dia, presidente Lula! Bom dia, presidente Lula! Bom dia, presidente Lula”. Uma saudação-protesto que se repete no “boa tarde” e no “boa noite”, diariamente.