Projeto usa atividades lúdicas para elevar autoestima de crianças negras

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  • Alexandre Lyrio

Publicado em 1 de dezembro de 2019 às 06:00

- Atualizado há um ano

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Se para um adulto é difícil lidar com o racismo, será possível imaginar o que se passa na cabeça de uma criança que tem o cabelo criticado pelos coleguinhas e a cor da pele motivo de chacota? Miguel Diogo, 8 anos, sempre voltava para casa com questionamentos. Hoje, sabe se defender e leva isso para outras crianças negras. 

Uma das formas de mexer com a cabecinha de Miguel foi apresentar a ele formas diferentes de se divertir. Espaços de empoderamento negro infantil como o que foi montado no Largo do Cruzeiro de São Francisco, no Pelourinho, durante o Afro Fashion Day, mostraram a Miguel que ele é regra e não exceção.  

“A gente ensina sobre o racismo para ele. Hoje ele sabe se defender e ainda passa isso para outras crianças”, disse a produtora cultural Verônika Santtanna, tia de Miguel. Novidade no AFD, o Espaço Kids teve atividades lúdicas voltadas para meninos e meninas negras, um projeto da design de moda Najara Black. 

“Com brincadeiras ‘pé no chão’ e esquecendo um pouco esse mundo digital, a gente trabalha neles a empatia e o empoderamento. Aqui eles podem ver crianças com o mesmo cabelo, com a mesma cor de pele”, diz Najara, prestes a organizar uma ‘galinha goorda’. 

Além do Clubinho da Tia Lalala, o espaço teve pintura de símbolos africanos, amarração de turbantes, apresentações de dança e rap cantado por crianças. A auxiliar administrativa Alini Gomes tem lições diárias da própria filha, Maria Eduarda, de 5 anos. A mãe insere a menina em ambientes de empoderamento negro infantil. Acaba que ela também aprende. “Duda se aceita mais do que eu. Antes meu cabelo era alisado e ela pedia para eu deixar natural. Foi o que fiz”, diz Alini. 

Feira da Sé

Além do Espço Kids, a Feira da Sé também foi realizada durante o Afro Fashion Day. Em edição especial, a feira levou 25 marcas baianas para o Terreiro de Jesus. Realizada pelo Instituto ACM de Ação, a feira privilegiou os expositores de moda e convidou seis grifes que participaram do desfile para montar suas barracas. 

“Normalmente temos artesanato, moda, cosméticos, gastronomia e muito mais, mas para o Afro nossa curadoria focou mais nas roupas”, explicou Lili Bião, coordenadora da Feira da Sé, que acontece sempre no segundo final de semana do mês, na Praça da Sé. “A moda voltada para o negro é uma proposta maravilhosa e tem muito mercado”, disse Diana Lima, modelo e vendedora da Negrife, uma das marcas presentes tanto na feira quanto no desfile. 

O Afro Fashion Day é uma realização do jornal Correio, com o patrocínio do Salvador Shopping, apoio institucional da Saltur, Vem Pro Centro, Pelourinho Dia & Noite e Prefeitura Municipal de Salvador, apoio Instituto ACM e Salvador Bahia Airport e parceria Sebrae, Melissa, Vizzano e Imaginarte.