Retinoblastoma: entenda o que é e saiba os sintomas do câncer da filha de Tiago Leifert

Ao lado da esposa, Daiana Garbin, apresentador revelou câncer raro

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  • Da Redação

Publicado em 29 de janeiro de 2022 às 17:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Reprodução

O apresentador Tiago Leifert usou suas redes sociais para anunciar que sua filha, Lua, de apenas 1 ano, está com um câncer raro nos olhos. O anúncio foi feito na rede social do jornalista, que fez o relato ao lado da esposa, Daiana Garbin.

"No comecinho de outubro do ano passado a gente descobriu que a nossa filha Lua está com câncer. Ela está com um tipo de câncer nos olhos muito raro, que se chama  retinoblastoma. É um câncer que acontece nas células da retina. Elas acabam tendo um crescimento desordenado e formando tumores, que podem ser em um olhinho só ou, como no caso da nossa filha, bilateral. Ela está com um tumor em cada olho", anunciou a esposa de Leifert, que foi apresentador do Big Brother Brasil. 

Daiana explicou que esse tipo de doença é difícil de ser percebida e acomete, na maioria das vezes, crianças de 2 a 3 anos de vida, que perdem a visão e não conseguem explicar o que está acontecendo para os pais. "A gente teve muita sorte de descobrir, porque a Lua sempre enxergava tudo, um fiozinho de cabelo, uma sujeirinha no chão. Então, a gente nunca imaginou que tivesse algo impedindo a visão dela. Só que o Tiago começou a perceber um movimento estranho no olhinho da Lua, com movimentos irregulares, e ele me dizia que tinha algo errado, uma luz branca estranha".

O casal notou a mancha no olho e levou a criança para um especialista. 

Entenda o que é e quais são os sintomas do retinoblastoma, segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA):

1. O que é O retinoblastoma é um tumor maligno originário das células da retina, que é a parte do olho responsável pela visão, afetando um ou ambos os olhos. Geralmente ocorre antes dos 5 anos de idade.

2. Sinais e sintomas A principal manifestação é um reflexo brilhante no olho doente, parecido com o brilho que apresentam os olhos de um gato quando iluminados à noite. As crianças podem ainda ficar estrábicas (vesgas), ter dor e inchaço nos olhos ou perder a visão.

3. Diagnóstico Os casos podem ser diagnosticados por médicos experientes por meio de exame do fundo de olho, com a pupila bem dilatada. Em geral, não se deve realizar biópsias.

Todos os pacientes devem passar por estudo de aconselhamento genético para identificação de casos que são hereditários.

Se outras pessoas da família já tiveram o tumor, as crianças devem ser examinadas por um oftalmologista experiente desde a hora do nascimento, e durante os primeiros anos de vida, para que o diagnóstico seja o mais precoce possível.

4. Tratamento Os tumores pequenos podem ser tratados com métodos especiais, que permitem que a criança continue a enxergar normalmente. Nos casos mais avançados, o olho pode precisar ser retirado e a criança pode precisar de quimioterapia e/ou radioterapia.

Nas aulas ou em casa, observe a criança; Veja 9 sinais que podem indicar problemas na visão:  

1.    Pisca ou esfrega os olhos com frequência – O motivo talvez seja erro de refração (miopia, astigmatismo ou hipermetropia), reação à alergia (por diferentes fatores) ou a algum corpo estranho no olho, ou tique por ansiedade, estresse. O ideal é consultar o oftalmopediatra.

2.    Fica desatenta às atividades escolares – Crianças com problema de vista costumam perder interesse por atividades em sala de aula, evitar ler, desenhar, jogar ou fazer outros projetos que precisam de foco de perto. Elas podem ser sutis sobre isso e não falar sobre o que estão sentindo.

3.    Tem olhos desalinhados – um olho pode estar fixando para frente, enquanto o outro, para dentro, para fora, cima ou baixo. Assim os olhos não fixam exatamente na mesma direção ao mesmo tempo. Se não for resolvido, há risco de perda de visão no olho com desvio.

4.    Olhos dilatados ou pupilas grandes – É comum que as pupilas das crianças pareçam maiores do que as dos adultos, principalmente nos olhos claros expostos à luz natural ou artificial. Certos medicamentos afetam o tamanho da pupila. Por exemplo, os fármacos receitados para transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (o TDAH). Se uma pupila parece consistentemente maior do que a outra ou há dúvida, consulte a oftalmopediatra.

5.    Desconforto ou coceira – A coceira e/ou desconforto costuma ser condição temporária associada a alergias. Pode ser acompanhada de lacrimejamento e/ou sensação de queimação e/ou pálpebras inchadas. Se a queixa for acompanhada de vermelhidão e secreção pegajosa, desconfie de conjuntivite. Evite que a criança crie o hábito de coçar os olhos, porque isso é prejudicial à córnea e pode produzir ceratocone, alteração grave na visão.

6.    Dorme com os olhos abertos – Quando as crianças entram em sono profundo, é comum que seus olhos se abram um pouco e até se movam. Isso geralmente não deve ser motivo de preocupação. Se costumam dormir com os olhos abertos em local com ar condicionado ou ventilador, os olhos podem ficar secos, vermelhos ao acordar. O oftalmologista receita, se necessário, pomada ou colírio para manter os olhos suficientemente úmidos e evitar danos à córnea.

7.    Apresenta crosta ou gosma nos olhos – A secreção do olho pode secar nas pálpebras e nos cílios e formar crostas. A inflamação das bordas das pálpebras (blefarite) e nas glândulas sebáceas das pálpebras podem ser o motivo. O entupimento do canal lacrimal também forma crostas. Nesses casos, é preciso consultar o oftalmopediatra.

8.    Inclina a cabeça ou cobre um olho – Isso acontece porque a criança sente necessidade de ajustar o ângulo para uma melhor visão. A consulta a oftalmopediatra vai esclarecer se o comportamento é decorrente de desalinhamento dos olhos, olho preguiçoso (ambliopia) ou outra disfunção. Inclinar a cabeça também pode ser hábito por erro de refração. Algumas crianças com astigmatismo viram o rosto para o lado para ver com mais clareza.

9.    Passa muito tempo diante de telas – Observe se a criança passa horas diante de telas e pouco tempo em ambientes ao ar livre sem exposição à luz solar (nos horários recomendados por pediatras e dermatologistas). Esse hábito prejudica a saúde, inclusive ocular, como, por exemplo, eleva o risco de desenvolver ou agravar miopia. Isso já foi constatado em diferentes estudos internacionais. O mais recente, publicado na revista científica The Lancet, aponta que, com o necessário confinamento na pandemia da Covid-19, crianças e jovens de 5 a 18 anos apresentaram um aumento médio na miopia de 40% entre 2019 e 2020. A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) tem publicação sobre o tema para o público leigo: o “Manual de Orientação #MenosTelas #MaisSaúde”.

 

Fontes: oftalmopediatra Grupo Opty e Academia Americana de Oftalmologia.