Retrospectiva do futebol em 2018

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  • Miro Palma

Publicado em 28 de dezembro de 2018 às 05:00

- Atualizado há um ano

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Existem duas coisas que nunca faltam em todo final de ano: a guerra dos que são contra e dos que são a favor da uva-passa e uma boa retrospectiva. Como eu imagino que, pela data, vocês já passaram pela primeira, vou aproveitar a última coluna do ano para fazer uma retrospectiva dos momentos que mais marcaram o futebol em 2018. 

Por aqui, o ano prometia começar bem. O primeiro Ba-Vi marcou o retorno das duas torcidas ao estádio depois de seis partidas. O “Ba-Vi da Paz” tinha tudo para ser um marco no combate à violência no futebol, a galera fazendo festa, os jogadores de mãos dadas no centro do campo pedindo. Tinha tudo, mas não foi. 

Depois de uma comemoração provocativa do meia Vinícius, uma confusão com socos vindos dos rubro-negros Kanu, Yago e Denilson e do tricolor Edson terminou com sete expulsos. Como se já não fosse o suficiente, o zagueiro rubro-negro Bruno Bispo forçou sua própria expulsão pra não dar continuidade ao jogo. A atitude antidesportiva ficou ainda mais vergonhosa depois que as câmeras de TV registraram a movimentação da comissão técnica do Vitória, incluindo o então comandante Vagner Mancini, instruindo os jogadores para que provocassem o encerramento da partida. 

Se por aqui o futebol não estava bom, na Seleção Brasileira a coisa não estava muito melhor. Depositamos todas as nossas fichas em Tite. O técnico tão sonhado por 11 em cada dez brasileiros era a nossa esperança de levantar pela sexta vez a taça de melhores do mundo. Mas não foi dessa vez. E olha que a gente acreditou. A fé era resultado de um começo de temporada promissor. Até a Alemanha nós vencemos em março. Mal sabíamos que estávamos encarando um reflexo cansado do time que nos humilhou quatro anos antes, no Mineirão. 

Estava tudo muito bom e nem mesmo uma fissura no quinto metatarso do pé direito de Neymar diminuiu nossas expectativas. Neymar recuperado, jogadores e comissão na Rússia, o espetáculo começou. Mas nem esquentamos cadeira, o Brasil foi eliminado nas quartas de final pela Bélgica. 

Apesar da eliminação e do desempenho abaixo do esperado, a Seleção se reencontrou com a torcida. Fizemos uma festa bonita nas arquibancadas da Rússia e espalhados pelas casas, bares e afins aqui no Brasil. Contribuímos com o espetáculo. 

E por falar em espetáculo, Neymar, mais uma vez, ficou marcado pela encenação em campo. Se já tinha fama de “cai cai”, na Copa ela deitou na cama. Deitou e rolou e rolou e rolou. O jogador virou piada no mundial pela valorização nas quedas e nas faltas. Memes não faltaram na internet. Pois é, também passamos vergonha por lá.

Pode até não parecer, mas o ano de 2018 trouxe também coisas boas. E se tem uma coisa boa que não vamos esquecer é o VAR. Nos encantamos pelo árbitro de vídeo na Copa da Rússia. Cada vez que o juiz levantava os braços e desenhava um retângulo no ar se ouvia mais gritos que em muitos gols. Ágil e preciso, o VAR da Copa do Mundo foi um sucesso. E aí ele chegou em nossas competições e todo aquele encantamento se transformou em frustração. Árbitros mal treinados nem com VAR operam milagres. Erros e mais erros se tornaram ainda mais grotescos com o reforço do vídeo. O Bahia que o diga. Uma pena.

Que 2019 seja mais generoso com nossos representantes. Que o Bahia siga nessa ascendente e alcance resultados ainda melhores no próximo ciclo. Que o Vitória, por sua vez, tire todas as lições possíveis desse período de penúria e retorne logo para a Série A. E que a nossa Seleção se revigore e nos surpreenda. É ano de Copa América no Brasil. Que tenhamos bons momentos para registrar na próxima retrospectiva.

Miro Palma é subeditor de Esporte e escreve às sextas-feiras