Sem nunca ter visto neve, venezuelano participa de Mundial de Esqui Nórdico

Adrian Solano, de 22 anos, treinava em esqui sobre rodas e acabou desclassificado após diversas quedas; ele está sendo chamado de 'pior esquiador do mundo'

Uma escorregada logo na saída. Dificuldade para permanecer em pé. Ficou claro que o venezuelano Adrian Solano era um peixe fora d'água, quando iniciou sua prova na qualificatória de cross country no Mundial de Esqui Nórdico, na Finlândia.Solano cai durante prova de cross country no Mundial de Esqui Nórdico, na Finlândia (Foto: Jonathan Nackstrand/AFP)Após cair inúmeras vezes, quase na metade da prova e quando já estava cerca de 30 minutos atrás do vencedor, ele foi desclassificado. Mesmo assim ganhou o mundo. Solano foi comparado a Eric Moussambani, nadador que se tornou famoso graças ao pífio desempenho na Olimpíada de Sydney, em 2000.

Ele escreveu nas redes sociais que esta havia sido a primeira vez que tinha visto neve e que treinava com esqui sobre rodas: “Talvez tenha caído muitas vezes, mas o que realmente conta é que sempre seguirei levantando”, escreveu.

O venezuelano de 22 anos passou por um drama a caminho do Mundial. Ele pretendia treinar por um mês na Suécia, mas foi parado na França e deportado.  “Quando cheguei a Paris, em janeiro, expliquei que ia treinar, mas os policiais não acreditaram que eu esquiava na Venezuela. Eu só tinha 28 euros e me acusaram de tentar imigrar pois a situação estava ruim no meu país”, contou Solano à AFP, que conseguiu viajar ao Mundial graças a contribuições. “Fui discriminado por causa das minhas roupas, da aparência”, completou.

O Ministro das Relações Exteriores da Venezuela escreveu nas redes sociais que vai protestar contra a atitude do governo francês.