Senegal é a única seleção africana a vencer até agora no Mundial

Equipe bateu a Polônia por 2x1, pelo Grupo H, na partida derradeira da primeira rodada

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  • Bruno Queiroz

Publicado em 20 de junho de 2018 às 08:18

- Atualizado há um ano

. Crédito: PATRIK STOLLARZ/AFP

Entre todos os continentes representados na Copa do Mundo da Rússia, o último a conquistar uma vitória foi o africano, quando Senegal bateu a Polônia por 2x1, pelo Grupo H, em Moscou, justamente na partida derradeira da primeira rodada. Os gols senegaleses foram marcados pelo brasileiro naturalizado polonês Cionek, contra, e Niang. Krychowiak descontou para os poloneses.

Em 1987, os compositores Tropicalia Ytthamar e Valmir Brito escreveram a letra de “Canto pro Senegal”, canção que pode ser ouvida até hoje nos carnavais de Salvador e que voltou a ficar em evidência  principalmente em 2002, no Mundial do Japão e da Coreia do Sul, quando Senegal venceu a então campeã França na estreia, por 1x0, e conseguiu chegar às quartas de final da competição.

A música lançada pela banda Reflexu’s no álbum Reflexu’s de Mãe África e gravada pelo Olodum traz no refrão: “Diz povão, Senegal região”, profetizando o que acontece hoje na Rússia: Senegal é protagonista da África, a seleção que melhor representa o continente até então.    Egito, Marrocos, Nigéria e Tunísia foram derrotados em suas respectivas estreias. O primeiro, inclusive, perdeu também pela segunda rodada, na terça-feira (19), desta vez para a anfitriã Rússia, por 3x1, e praticamente está eliminado do torneio. Só uma combinação de resultados improvável classifica a equipe do craque Salah.     A campanha de Senegal em 2002 se igualou à dos melhores times africanos em Copas. Em 1990, Camarões parou nas quartas de final, assim como Gana, em 2010. Nigéria e Camarões são as que têm mais participações em relação às outras seleções do mesmo continente: sete vezes cada uma.

Treinador  Presente como jogador em 2002, Aliou Cissé hoje é treinador de Senegal, único negro na Rússia ocupando a função. O comandante, inclusive, falou sobre o fato antes da partida contra a Polônia. “É verdade, sou o único negro, mas este é um longo debate e não tem a ver com futebol. O futebol é um esporte universal, a cor da pele não deveria ser algo relevante. Mas sim, é importante ter um técnico negro”, afirmou. 

Cissé é também o técnico de menor salário entre os 32 presentes na Copa do Mundo. Ele comentou a importância de haver técnicos africanos dirigindo as seleções do continente e mostrou confiança em ver, um dia, uma equipe africana vencendo o Mundial.   

“Tenho certeza que um time africano vai vencer a Copa do Mundo. Vinte anos atrás, seleções africanas vinham só para completar a Copa, fazer parte. Já mostramos que podemos fazer muito mais. Temos muitas dificuldades em nossos países, mas não temos nenhum tipo de complexo. E precisamos de técnicos africanos para isso”, acredita. 

O Egito é comandado pelo argentino Hector Cúper, a Nigéria tem como treinador o alemão Gernot Rohr e o comandante do Marrocos é o francês Hervé Renard. Apenas a Tunísia, assim como  a seleção senegalesa, é comandada por um treinador do próprio país, Nabil Maâloul.