Série Todas as Mulheres do Mundo estreia no Globoplay

Emilio Dantas vive o protagonista Paulo na produção baseada no filme homônimo de 1966

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  • Roberto Midlej

Publicado em 23 de abril de 2020 às 06:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: João Miguel Júnior/Globo

Depois de 54 anos, um dos clássicos do cinema brasileiro, Todas as Mulheres do Mundo (1966), de Domingos Oliveira (1936-2019), inspira uma série homônima, produzida para o Globoplay. No streaming, todos os 12 episódios estarão disponíveis a partir desta quinta (23). Na TV aberta, a Globo exibe, nesta noite, somente o primeiro episódio. Para conhecer toda a produção, só mesmo sendo assinante da plataforma. Matheus Nachtergaele é Cabral, amigo de Paulo (Foto: Victor Pollak/Globo) Emilio Dantas (Beto/Miguel da novela Segundo Sol) vive Paulo, um arquiteto morador de Copacabana que se apaixona à primeira vista por mulheres livres, inteligentes e autênticas. No episódio de estreia, ele se envolve com Maria Alice (Sophie Charlotte), uma bailarina que rompe o noivado após conhecê-lo em uma festa . Os dois passam a viver um intenso romance, até que ela decide morar na Alemanha, depois de algumas complicações no relacionamento.

A adaptação tem como autor Jorge Furtado, que é também corroteirista da série. Furtado é um dos responsáveis por algumas das melhores criações da TV brasileira, tendo sido roteirista de séries como Agosto, Memorial de Maria Moura e Programa Legal.  Dirigiu Comédias da Vida Privada, Decamerão e Doce de Mãe, que recebeu dois prêmios Emmy Internacional. Ele divide o roteiro de Todas as Mulheres com Janaína Fischer, que foi assistente de direção de Jorge Furtado nos filmes Saneamento Básico e O Mercado de Notícias.

Naturalista

Sete textos originais de Domingos foram usados como referência: Todas as Mulheres do Mundo; Amores; Separações; Os Inseparáveis; A Primeira Valsa; BR 716; e Largando o Escritório. “O filme Todas as Mulheres do Mundo foi muito importante para a época. Domingos conseguiu conduzir essa narrativa de uma forma muito naturalista em um período em que Glauber Rocha e Nelson Pereira dos Santos, por exemplo, faziam filmes mais políticos. E veio o Domingos fazendo essa dramaturgia mais leve, mais solar, e ao mesmo tempo, um retrato muito fiel da sociedade e das pessoas daquela época”, explica a diretora artística da série, Patricia Pedrosa. Maria Mariana, filha de Domingos Oliveira, participa da série (Foto: Victor Pollak/Globo) Depois que Maria Alice vai morar na Alemanha, Paulo conhece várias outras mulheres, como Adriana (Samya Pascotto), Elisa (Marina Provenzzano), Martinha (Veronica Debom) e Pâmela (Sara Antunes). Com todas, vive diferentes histórias de amor.    “O Paulo tem uma grande paixão, mas ele acha que todas as outras mulheres também são apaixonantes. A ideia de que fosse um amor à primeira vista a cada episódio foi da Patricia. Ela queria que, a cada capítulo, uma atriz fosse apresentada. Então, o Paulo vai se apaixonar à primeira vista e nós, espectadores, também vamos”, aponta Jorge Furtado, explicando a escolha proposital de atrizes menos conhecidas do grande público com a intenção de gerar, também na audiência, um amor à primeira vista. “Todas as Mulheres do Mundo’ é uma série sobre o amor, sobre liberdade. É uma oportunidade para os brasileiros conhecerem a poesia de um grande artista”, acrescenta o autor.

Amizade

Paulo tem dois confidentes, que são seus melhores amigos: Cabral (Matheus Nachtergaele) e Laura (Martha Nowill), com quem fala sobre sua vida e suas aventuras amorosas, assim como busca consolo para suas frustrações. No elenco, estão também Lilia Cabral, Fernanda Torres, Maria Ribeiro, Fábio Assunção e Felipe Camargo.

Emilio Dantas diz que Paulo tem uma personalidade repleta de afeto. “Ele distribui afeto. É muito afetuoso com o Cabral, com a Laura e com todas as mulheres com quem ele se relaciona. O que bate nele é a paixão por se conhecer alguém muito interessante. E, muitas vezes, uma paixão pode desvirtuar para uma bela amizade, para uma grande admiração, ou até para uma conquista, uma relação”.

Domingos Oliveira, que morreu em março do ano passado, contribuiu com a criação da série. Ele leu o roteiro e fez sugestões ao que havia sido escrito. "Domingos e eu trocamos muito sobre os personagens. Nos episódios, há vários trechos originais e poesias inéditas dele", observa Furtado.