Sertanejo com toque baiano: conheça a banda De Mainha

Banda encarta CD Se Liga no Recado hoje, no CORREIO

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  • Da Redação

Publicado em 5 de junho de 2018 às 06:07

- Atualizado há um ano

. Crédito: Evandro Veiga

À frente da banda De Mainha há pouco mais de três meses, a cantora Mika já chegou chegando, como dizem na Bahia. Gravou dois discos, um em estúdio somente com canções autorais e outro ao vivo, no qual regrava os sucessos mais bombados do momento. O primeiro é encartado hoje no CORREIO. Com nove faixas autorais, o disco Se Liga no Recado é uma ótima pedida para entrar no clima junino.  Quem ouve o nome De Mainha, em um primeiro momento pode imaginar que se trata de uma banda de pagode ou de samba, mas o grupo aposta mesmo é no sertanejo. "A banda existe desde 2014 e surgiu como uma banda de forró. De lá para cá foram várias formações e a conquista dessa nova identidade", lembra a vocalista. Sertanejo tipicamente baiano, com elementos do axé, do arrocha, da arrochadeira e, claro, do forró. Da sofrência à volta por cima, tudo está lá.

E qual o recado que a De Mainha quer dar? O de que a mulher é quem está no comando. "É uma homenagem às mulheres, mães ou não. Mulheres que são sinônimo de força, amor, alegria e capacidade de se reinventar", diz ao lembrar das mulheres que acordam cedo para cuidar dos filhos, trabalhar durante todo o dia, estudar à noite e  que, na sexta-feira, ainda encontra tempo para um happy hour com as amigas. Por isso, nada de músicas que as rebaixem ou as coloquem na contramão de tudo que já conquistaram.

Se Liga no Recado é uma das faixas que celebram esse poder de fazer o que se quer. "Eu não sou exclusiva de ninguém, propriedade de ninguém", diz um dos versos. Das nove faixas, a única que deixa dúvida sobre o propósito da banda de fazer as mulheres se sentirem poderosas é Amor Roxo, que fala de uma relação em que o homem leva e busca a mulher no trabalho e chega a deixar seu pescoço roxo de tanto amor. Mika afasta as impressões de que a música naturalize uma relação abusiva. "Tem homem que é cavalheiro, que gosta de abrir e fechar a porta do carro, de levar e buscar a mulher no trabalho. E tem mulheres que gostam disso, que vêem nessas coisas demonstração de afeto, de carinho", considera. 

A faixa mais sofrência do disco é No Meio da Balada e esse é o estilo que mais agrada Mika, que tem como inspiração artistas como Marcia Felipe, Mara Pavanelly e Ivete Sangalo. "Sou de lua e bastante eclética, mas a sofrência tem seu lugar", garante ela, que costuma compor quando está com o coração partido. Uma de suas composições, "Sou a Mulher Que Você Quer", gravada quando estava à frente da banda Filomena Bagaceira, chegou a ser rwgravada por Solange Almeida. "Foi uma emoção enorme ver a música que compus no quarto sendo cantada por ela, de quem eu sou fã também", comenta. 

Além da Filomena Bagaceira, Mika, que antes de adotar este nome artístico era conhecida como Michele Dhára, cantou em bandas como Melaço de Cana, Flor de Maracujá e Capitão Axé. "Comecei cedo na música. Aos 12 anos, já tinha uma banda de regggae com amigos, que depois virou uma banda de forró. O forró é minha grande paixão até hoje, apesar de eu cantar e curtir tudo", revela a cantora.

A cantora aposta que a mistura vai agradar ao público e acredita que a parceria com o CORREIO vai fazer com que a agenda de shows bombe. "Tem que chover show o ano inteiro, no São João, no inverno, no verão. Pra curtir a banda De Mainha não tem época do ano", ri. Com seu 1,84m e "30 forever" de idade, ela promete marcar seu lugar. "Sempre me chamaram de grandona e eu não gostava, me incomodava com a minha altura, mas agora, uso isso a meu favor, vai ser mais uma das minhas marcas". Ainda esse mês, a banda lança nas plaraformas digitais o disco ao vivo, com regravações de sucessos de Devinho Novaes, Mano Walter e Wesley Safadão.

Confira todas as faixas do disco:

1. O Pau Quebrou

2. Se Liga no Recado

3. Saideira

4. Plano A Plano B

5. Fofoqueira Invejosa

6. Amor Roxo

7. No Meio da Balada

8. Mesa Reservada

9. Outro Alguém