Seu Jorge e Pretinho da Serrinha fazem show intimista na Concha Acústica

Amigos há mais de 20 anos, artistas apresentam sucessos que compuseram juntos

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  • Da Redação

Publicado em 6 de setembro de 2019 às 06:20

- Atualizado há um ano

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São mais de 20 anos de amizade, que em julho desembocaram em um show cujo maior mérito é apresentar músicas que foram sucesso em rádio e novela de forma inédita. É assim o encontro entre Seu Jorge e Pretinho da Serrinha, que chegam a Salvador com a turnê Voz e Violão. A apresentação acontece neste sábado (7), às 19h, com ingressos variando de R$ 60 a R$ 240. 

O entrosamento entre os dois dispensou até os ensaios. "Não precisa, e essa é uma vantagem de nos conhecermos há tanto tempo e de nos conectarmos pela música", diz Seu Jorge, que conheceu Pretinho da Serrinha quando este tocava com Dudu Nobre. "Depois disso, ele participou do meu primeiro álbum e nunca mais nos separamos.. Em 2007, fizemos o América Brasil. Já tinhamos feito o Cru. Compusemos Burguesinha juntos. Ele faz parte da minha vida como amigo, compositor, colaborador...É um artista fabuloso", elogia Seu Jorge.

Músico experiente, acostumado a acompanhar grandes nomes música brasileira mundo afora, Pretinho da Serrinha lançou seu primeiro disco em março deste ano. De acordo com Seu Jorge, algumas músicas contidas no disco também estão no show. "Tem um momento reservado para isso, mas ele ainda fica tímido", diz, ao elogiar o comprometimento do amigo com a música. "Ele está em desenvolvimento de sua própria linguagem, e é herdeiro de uma tradição tão bonita que é a da Serrinha, do Império Serrano, de Dona Ivone Lara, Arlindo Cruz", explica Seu Jorge. 

Juntos, os dois têm enfileirando sucessos. Além da já citada Burguesinha, Mina do Condomínio, A Doida e Alma de Guerreiro. "Faltava esse momento de estarmos juntos, das pessoas conhecendo a origem, porque tudo começa com voz e violão. Só depois é que a música vai pro estúdio, ganha arranjos, vai para as rádios e se consagra".

Por isso, quem for ao show não deve ir esperando exatamente aquilo que já conhece. "Como o público brasileiro conhece muito minha trajetória, ele vai com a expectativa de ser um show mais dançante, mais pra cima, mas é um formato mais intimista, voz e violão, que não deixa de lado o suingue", adianta, ao destacar que o retorno à Bahia, e à Concha Acústica do TCA, é motivo de comemoração especial. 

Prestes a lançar um novo disco, intitulado The Other Side, Seu Jorge também divide espaço na agenda com a dramaturgia. Em novembro, ele estreia nos cinemas como Marighela, em filme dirigido por Wagner Moura; e em breve entra no ar a série A Irmandade, da Netflix, na qual ele interpreta o líder de uma organização criminosa.

"É mais um momento maravilhoso da minha carreira. Estou super em atividade, com essas duas matérias que eu amo muito, o cinema e  música. É um privilégio fazer esses filmes [ Marighella e Medida Provisória, de Lázaro Ramos], tão bem concebidos, tão importantes, envolvendo tanta gente bacana. Ainda tem uma série de lançamentos bacanas, como esse  da Netflix. Estou bastante feliz", avalia. 

É essa a expctativa que circunda o seu mais novo trabalho de estúdio, que depois de lançado, deve ganhar uma turnê internacional. Em The Other Side, ele faz uma imersão no trabalho como intérprete, olhando para a música e compositores que ele gosta. 

Acompanhado por seu quarteto e por uma orquestra, o cantor reinterpreta, de maneira classuda, canções da banda americana de funk Cane and Able ( Girl you move me ), do cantor inglês Nick Drake ( River man ) e dos brasileiros Milton Nascimento ( Crença ), Lô Borges ( Vento de maio , com Maria Rita) e Arthur Verocai ( Caboclo ). Com estas, vêm as inéditas Quando Chego  (do intérprete de Burguesinha , Marisa Monte e Arnaldo Antunes) e Luz da Escuridão  (de Cézar Mendes e Capinam). Segundo ele, já são 10 anos de preparação para o disco, em que ele inclusive toca saxofone. "Um sonho realizado", diz.

Para ele, um álbum que contempla a música mais clássica brasileira, "no sentido do cuidado com a sonoridade universal". "Faz muitos anos que eu transito pelo planeta tocando música brasileira, e nesses anos eu aprendi muito, me relacionei com todo tipo de gente, e vejo que nesse ano todo o mundo se conectou ao meu trabalho, sobretudo às obras que foram lançadas fora, no cinema. Tem trabalhos que nunca sairam no Brasil, mas me proporcionaram me relacioanar com todo mundo. Estar morando fora me deu esse suporte, essa confiança em acreditar nisso", diz ele, que não deixa de mirar alto.