SinoVac cobrou fim de ataques de Bolsonaro à China para enviar insumos da CoronaVac

Presidente da empresa chinesa pediu uma relação mais 'fluida' entre os países

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  • Da Redação

Publicado em 9 de junho de 2021 às 08:41

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Divulgação

Weidong Yan, presidente da SinoVac, adotou uma nova postura em maio deste ano após Jair Bolsonaro fazer novos ataques à China. O executivo chinês cobrou uma mudança de posicionamento do governo brasileiro para garantir o envio de insumos ao Instituto Butantan para a produção da vacina CoronaVac. As informações são de O Globo. 

Este posicionamento consta em documento sigiloso do Itamaraty enviado à CPI da Covid. O ofício reproduz uma carta enviada pela Embaixada do Brasil em Pequim ao Ministério das Relações Exteriores (MRE) com o relato de uma reunião ocorrida em 19 de maio entre diplomatas e representantes brasileiros com o presidente da SinoVac.

De acordo com o documento oficial, o executivo pediu uma mudança no posicionamento político do Brasil para que houvesse uma relação “mais fluida” entre os países e “fez questão de ressaltar a importância do apoio político para a realização das exportações, e mesmo a possibilidade de tratamento preferencial a determinados países”.

Após obterem o documento, os integrantes da CPI avaliaram que o material desmonta a tese defendida em depoimento à comissão por ministros como o titular da Saúde, Marcelo Queiroga, e o ex-chanceler Ernesto Araújo, de que as falas do presidente da República não tiveram impacto nas negociações com o país asiático para o fornecimento de imunizantes.

De acordo com o relato da embaixada brasileira, o presidente da SinoVac “disse ainda que, apesar do bom relacionamento da empresa com o Instituto Butantan e do apoio da Chancelaria à cooperação com o Brasil, poderia ser útil que o acordo entre as empresas fosse visto como uma demanda do governo brasileiro”.