Sob Moro, PF pede ao Coaf para analisar atividades financeiras de Greenwald

Segundo o site O Antagonista, polícia busca movimentações atípicas de jornalista

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  • Da Redação

Publicado em 2 de julho de 2019 às 16:06

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Estadão Conteúdo e AFP

O ex-juiz Sergio Moro e o jornalista Glenn Greenwald (Fotos: Estadão Conteúdo e AFP) A Polícia Federal (PF) decidiu solicitar ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) um relatório das atividades financeiras do jornalista Glenn Greenwald, que divulgou supostas trocas de mensagens entre o ex-juiz e atual ministro da Justiça Sergio Moro (atual chefe da PF) e o procurador federal Deltan Dallagnol, que demonstrariam parcialidade em diversas decisões da Operação Lava Jato.

Segundo o site O Antagonista, o objetivo é verificar qualquer movimentação atípica do jornalista americano -- que vem publicando uma série de mensagens denominada Vaza Jato -- que possa estar relacionada à invasão dos celulares de integrantes da operação que prendeu políticos importantes, com especial destaque ao caso do ex-presidente Lula.

“Trata-se de uma ação de inteligência”, afirma o site, que costuma divulgar informações de bastidores do governo Bolsonaro.

“O advogado americano só será investigado se houver algum indício de que tenha encomendado o serviço criminoso”, comenta a publicação.

Reação O próprio Greenwald se manifestou através do Twitter, após a notícia veiculada pelo site. “Como eu disse desde o início - tanto no caso Snowden quanto no caso Moro LJ -, nenhuma intimidação ou ameaça interromperá as reportagens. Ameaças do estado só servem para expor seu verdadeiro rosto: abuso do poder - e por que eles precisam de transparência de uma imprensa livre”, comentou o jornalista norte-americano, que é casado com o deputado federal David Miranda (PSol).

Em mensagem direta a Moro, ele sugeriu que o ministro da Justiça "investigue tudo o que quiser”.

“Grupos de liberdade de imprensa em todo o mundo terão muito a dizer sobre isso. Enquanto você usa táticas tirânicas, eu continuarei reportando junto com muitos outros jornalistas de muitos outros jornais e revistas”, complementou.

Até a publicação da reportagem, Moro ainda não havia feito nenhum comentário sobre as publicações.