Suspeito envolvido em assassinato de estudante é morto em São Cristóvão

Vítima Jamile Sanches Araújo Miranda, morreu em outubro de 2021, quando deixava uma amiga em casa

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  • Da Redação

Publicado em 2 de junho de 2022 às 19:38

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Reprodução/Bruno Wendel/CORREIO

Paulo Henrique Silva de Ataíde, de 23 anos, foi morto em confronto com a Polícia Civil nesta quinta-feira (2), em São Cristovão. Ele é suspeito de envolvimento na morte de Jamile Sanches Araújo Miranda, ocorrida em outubro de 2021, quando deixava uma amiga em casa. Crack, maconha e um revólver calibre 38 foram apreendidos com ele.

Segundo a delegada Pilly Dantas, as equipes realizavam incursões na região para levantar informações sobre as mortes de duas mulheres, cujos corpos foram encontrados dentro de um saco e com marcas de tiros, na região de Iolanda Pires, na manhã desta quinta. Quando a equipe chegou ao local se deparou com dez homens armados, sendo um deles Paulo Henrique. O suspeito foi atingido durante uma troca de tiros com policiais do Grupo de Capturas do DHPP e da 1ª Delegacia de Homicídios (DH/Atlântico), mas não resistiu aos ferimentos.

“Apuramos que a motivação do duplo homicídio pode ter relação com o tráfico de drogas e que os suspeitos integram um grupo criminoso com atuação na localidade do Planeta dos Macacos”, informou a coordenadora da 1ª DT/Atlântico, delegada Pilly Dantas, acrescentando que quando a equipe chegou no local se deparou com dez homens armados, sendo um deles Paulo Henrique, que morreu durante o confronto.  Foto: Ascom-PC/Divulgação Outros dois adolescentes que estavam no grupo que atirou contra os policiais foram apreendidos com um simulacro de arma de fogo e encaminhados à Delegacia para o Adolescente Infrator (DAI).

Relembre o caso A bolha de proteção da família para tentar dar mais segurança à estudante Jamile Sanches Araújo Miranda, 18 anos, não conseguiu evitar que ela fosse mais uma vítima da violência. Jamile estava no carro com os pais quando foi baleada no bairro de São Cristóvão, na noite do dia 27 de outubro do ano passado.

Segundo informações de familiares, Jamile tinha ido ao cinema com os pais e uma amiga, que não via há 2 anos. Na volta, o pai de Jamile resolveu dar uma carona para a jovem, que morava na Rua Iolanda Pires. Inicialmente, a Polícia Militar havia informado que a jovem estava em um carro por aplicativo.

A amiga de Jamile fez todas as indicações para que eles chegassem e saíssem do local com segurança, mas, na hora de sair do bairro, eles foram abordados por dois homens armados, que mandaram a família sair do local com brevidade. Depois, outros dois homens apareceram atrás do carro, também armados, e atiraram. Um tiro foi para o alto e o outro, na direção do carro, atingindo Jamile na cabeça.

"Vimos dois meliantes apontando a arma para gente e mandaram a gente voltar de ré e eu voltei de ré. Por estar voltando de ré, e saíram mais duas pessoas na rua e não percebi fizemos a manobra pelo final da rua. Por nós termos passado um pouco antes e termos passado com sucesso, eu já estava com uma velocidade acima do permitido, tentando sair dali. Ao chegar em um certo ponto, eu não vi mais ninguém. O meliante saiu e eu não percebi, só vi quando já estava do meu lado, do motorista, e ele deu dois tiros. Minha esposa disse que ele deu um para cima e o outro tiro atingiu o vidro do carro, o encosto, e depois a cabeça da minha filha", relatou o pai em entrevista à TV Bahia. 

"A luz interna estava acesa, farol baixo, com todo o protocolo de segurança. Segundo o pai, dava para ver que só estavam os três no carro, mas mesmo assim, o cara atirou na maldade, pra matar e atingiu ela na cabeça, que estava sentada no banco de trás", detalhou o parente.

Jamile era filha única do casal, que está em choque com a perda. "Os pais estão em estado de choque. Ela era filha única deles. E era muito querida. Eles tinham tanto cuidado com ela, por conta da violência, que não deixavam ela pegar ônibus e no entanto ela morreu dentro do carro", desabafou o parente."Nesses 18 anos eu tentei evitar isso, nunca deixei ela andar sozinha, de ônibus, de metrô, porque eu tinha muito medo de acontecer alguma coisa", disse o pai em entrevista à TV Bahia.A jovem já tinha concluído o ensino médio e se preparava para ingressar no ensino superior. "Era uma menina exemplar. Já tinha concluído os estudos e sonhava fazer medicina veterinária. Toda a família está arrasada. Ela tinha acabado de completar 18 anos no dia 24 de setembro", lamentou.

Socorro Os policiais ajudaram a socorrer a vítima, que foi encaminhada para o Hospital Menandro de Farias e, após a regulação, para o Hospital Geral do Estado (HGE). Jamile não resistiu aos ferimentos e morreu no hospital.

No entanto, em nota, a Polícia Civil informou que a jovem estava em um carro da família e passava pela Rua da Adutora, em uma localidade conhecida como Planeta dos Macacos, quando foi atingida pelo disparo. O caso está sendo investigado pela 1ª Delegacia de Homicídios (DH/Atlântico).