Tite é o maestro que faltava na Seleção, o primeiro na escalação do torcedor

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Publicado em 13 de junho de 2018 às 05:00

- Atualizado há um ano

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Para mim, o grande nome da Seleção Brasileira que já está na Rússia para disputa da Copa do Mundo chama-se Adenor. “Quem?”, você pode estar se perguntando. Basta olhar para todos os lados, desde as notícias nos jornais, passando pelas mais diversas postagens na internet, até as propagandas de todo tipo de produto. Quem segue incontestável na escalação de qualquer torcedor é o técnico Tite. 

“E Neymar?”, lá vem você de novo a me indagar. Calma, jovem. Neymar é a nossa grande estrela, o craque do time. No entanto, nenhum outro elemento desta equipe nos passa mais confiança de que dessa vez estamos mais próximos do hexacampeonato do que Tite. E essa situação é tão nova pra mim quanto é para você.

O primeiro Mundial que lembro de ter acompanhado, no alto dos meus 8 anos, foi o de 1994 (Estados Unidos). Nele, Romário era o nome da vez. Era no talento do baixinho que todos nós depositávamos nossas fichas. Em 1998 (França), foi Ronaldo quem roubou as atenções e, mesmo voltando de contusão, também foi o ponto de referência da nossa equipe canarinho em 2002 (Coreia do Sul e Japão). Ronaldinho Gaúcho foi aquele que marcou a equipe que disputou o torneio de 2006 (Alemanha) e, quatro anos depois, na África do Sul, foi a vez de Kaká ser a unanimidade na cabeça da torcida. Aí chegou Neymar, e foi na sua excepcionalidade que nos apegamos em 2014, na nossa casa.

Tradicionalmente, sempre assistimos jogadores como a representação da esperança, do trunfo que nos levaria mais longe, que nos faria levantar aquela taça, já tão conhecida nossa. Entretanto, quis o destino que o gaúcho, filho ilustre de Caxias do Sul, se tornasse o símbolo desse time do Brasil que inicia o Mundial de 2018. E todo esse otimismo – diria até que a palavra certa é segurança – que o técnico nos transmite, pode ser traduzido em números. Foram 21 jogos no comando da Seleção e apenas uma derrota, diante da Argentina. Incapaz ela, porém, de dar aquela estremecida nessa relação de amor entre o comandante e a torcida. Em contrapartida, a equipe de Tite teve 17 vitórias e três empates. Um largo aproveitamento de 82%. Como não se animar?!

Ele, que tanto procurou um jogador ritmista para a sua orquestra, alguém para ser seu regente em campo, é na verdade o grande maestro que estava nos faltando. Foi sob sua batuta que o Brasil construiu uma defesa tão sólida que, nesses mesmos 21 jogos disputados, levou apenas cinco gols – tendo uma média de 1 gol sofrido a cada quatro jogos –, sem deixar de embalar o ataque, que nesse período balançou as redes adversárias por 47 vezes – uma média de dois gols a cada 90 minutos de bola rolando.

Tite representa muito bem esse time. O entrosamento, a organização e os resultados, tudo isso vem com os seus contornos. E por mais que nomes como Neymar, Gabriel Jesus e Philippe Coutinho realizem façanhas que, se Deus quiser – e se ele é mesmo brasileiro, há de querer – nos leve ao sexto título mundial, Tite vai ser aquele de quem vou lembrar daqui a 10, 20 ou 30 anos como sendo o bola da vez, o nome que resgatou o orgulho do torcedor brasileiro pós 7x1. Quem sabe eu até consiga colocar o nome dele em uma camisa. Qual deles? Adenor, Tite, tanto faz. Daqui a alguns dias espero chamá-lo só de campeão.

Miro Palma é subeditor de Esporte e escreve às quartas-feiras