Trabalho informal é recorde em 19 Estados e no DF, aponta IBGE

Na média do Brasil, a taxa de informalidade foi de 41,1%, o equivalente a 38,4 milhões de pessoas

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  • Da Redação

Publicado em 14 de fevereiro de 2020 às 14:47

- Atualizado há um ano

. Crédito: Wilson Dias/Agência Brasil

A melhora na qualidade do emprego gerado no País ainda está concentrada em poucos locais, especialmente em São Paulo, segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada nesta sexta-feira, 14, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

No ano de 2019, a taxa de informalidade alcançou recorde em 19 Estados, além do Distrito Federal. Na média do Brasil, a taxa de informalidade foi de 41,1%, o equivalente a 38,4 milhões de pessoas entre os trabalhadores ocupados. Mas esse porcentual subia a 62,4% no Pará. No Maranhão, 60,5% dos trabalhadores ocupados eram informais. No Estado de São Paulo, a taxa de informalidade média foi de 32,0% no ano passado, também o patamar mais elevado da série histórica iniciada em 2016.

“O ano de 2019 é importante, porque é o terceiro ano seguido com aumento na ocupação. Mas outros indicadores mostram que a qualidade desse trabalho que está sendo gerado ainda carece de uma melhora”, ponderou Adriana Beringuy, analista da Coordenação de Trabalho e Rendimento do IBGE.

Na passagem do terceiro trimestre de 2019 para o quarto trimestre do ano, a taxa de desemprego teve um recuo estatisticamente significativo – ou seja, superou a margem de erro - em apenas 9 das 27 Unidades da Federação. Em São Paulo, a taxa de desemprego desceu de 12,0% para 11,5%, movimento semelhante ao da média nacional, que saiu de 11,8% para 11,0% no período.

Foram abertas 593 mil vagas com carteira assinada no setor privado em todo o País no último trimestre do ano passado, sendo mais da metade delas em São Paulo, que gerou 324 mil postos formais a mais no período. Apenas quatro Estados tiveram avanço significativo na carteira assinada no último trimestre do ano: São Paulo, Rondônia, Paraíba e Sergipe.

“O pico de carteira que a gente teve no final do ano não foi algo disseminado pelo País”, resumiu Adriana Beringuy. “O leve aumento da carteira no quarto trimestre não foi difundido, ficou concentrado em quatro estados, principalmente em São Paulo.”

O Estado de São Paulo abriu 473 mil vagas formais no setor privado no período de um ano. “A gente não vê nenhuma atividade se destacando. Tudo indica que foi uma soma de pequenas reações setoriais. Não foi a indústria que reagiu em São Paulo e começou a contratar com carteira na região. Não parece ser isso”, disse Adriana.

No quarto trimestre de 2019, o País ainda tinha 11,632 milhões de desempregados, sendo 2,910 milhões deles em busca de emprego há pelo menos dois anos.