Traficante do BDM morto pela polícia é suspeito de lavagem de dinheiro 

Segundo Polícia Federal, Marreno tinha contas em Porto Seguro e morava em casa de luxo em Maceió

  • D
  • Da Redação

Publicado em 26 de setembro de 2017 às 12:23

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Alberto Maraux/SSP
Bens encontrados em operação da PF e SSP nesta terça (26) por (Fotos: Divulgação/SSP)

O patrimônio do traficante apontado pela polícia como líder da facção criminosa Bonde do Maluco (BDM), Marcelo Batista dos Santos, o Marreno, é alvo de operação da Polícia Federal e da Secretaria da Segurança Pública, deflagrada nesta terça-feira (26).

Foram cumpridos cinco mandados de busca e apreensão nas cidades de Porto Seguro (BA), Eunápolis (BA) e Maceió (AL), além de mandados de sequestro de bens e bloqueio de valores em contas bancárias. Marreno morreu em confronto com a polícia no dia 9 de agosto e polícia investiga crimes de lavagem de dinheiro decorrente do tráfico de drogas.

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Um imóvel avaliado em R$ 3 milhões, na cidade de Maceió, carro, joias, dinheiro (em contas bancárias e espécie) encontrados em endereços, nos municípios baianos, atribuídos pela SSP ao traficante e homicida 'Marreno' foram sequestrados.

"A investigação, iniciada após a morte do criminoso, detectou que ele vinha utilizando nome falso para ocultar o patrimônio adquirido com os recursos oriundos do tráfico de drogas e outros crimes praticados pela facção BDM, bem como para se furtar à ação policial", afirmou a Polícia Federal, em nota.

“Em conjunto com a Polícia Federal aprofundamos as investigações em torno deste criminoso. Obviamente ele estava lavando o dinheiro sujo da venda de drogas e, aos poucos, vamos chegando em todos os bens”, explicou o coordenador da força-tarefa da SSP, major Marcelo Barreto.Nas buscas desta terça (26) foram identificados, de acordo com a Polícia Federal, nomes falsos utilizados pelo traficante, além de documentos indicando movimentação bancária e comprovação de propriedades ocultadas. Marreno utilizava um documento falso com o nome de Mário Batista dos Santos. Através dessa nova identidade, segundo investigações, ele lavava dinheiro adquirido com a venda de drogas da facção criminosa que liderava. 

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Ele acrescentou que algumas contas bancárias foram bloqueadas, o que deve impactar na movimentação do tráfico, tanto na parte da compra de entorpecentes, armas, entre outros materiais.

"A investigação visa recuperar os bens adquiridos com o dinheiro do crime, bem como identificar os demais integrantes da organização criminosa que atuaram na lavagem do dinheiro obtido ilicitamente", destacou a PF sem informar também os valores movimentados por Marreno ou pela facção.

Marreno era um dos bandidos mais procurados pela polícia  Marcelo ocupava um dos lugares principais da lista com aproximadamente 80 alvos principais da SSP. Segundo monitoramento feito pela polícia, ele estava morando em uma cidade do interior de Alagoas e dando as ordens via telefone para os integrantes da facção que têm atuação em bairros de Salvador como Brotas, Cajazeiras e Liberdade. O BDM é reconhecido pela crueldade na execução de rivais ou desafetos. 

As investigações indicam que Marreno fazia contato com presos custodiados no sistema prisional e determinava o assassinato de rivais. Em janeiro de 2011, foi preso com outras nove pessoas suspeito de participar do assalto ao Banco do Brasil, ocorrido no município de Iaçu, no Centro-Norte do estado. Durante a ação, ele fez um delegado de refém e roubou a arma do investigador. 

Após a morte de Marreno,  toque de recolher aconteceu no bairro da Boca do Rio. A morte também teria relação com ônibus queimado na região do antigo Centro de Convenções em 10 de agosto.