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Treta acadêmica: acervo gera impasse na Ufba e motiva reestruturação em órgão

Coleção de objetos históricos do Museu de História Natural da Bahia divide professores no Ibio

  • Foto do(a) author(a) Thais Borges
  • Thais Borges

Publicado em 16 de julho de 2022 às 15:30

. Crédito: Foto: Ana Lucia Albuquerque/CORREIO

Mobiliário, livros históricos, vidrarias e equipamentos usados em laboratórios ao longo de 80 anos. Ao todo, seriam mais de mil peças. Somam-se, ainda, uma coleção de borboletas raras e dezenas de animais empalhados. Esses são alguns itens de um acervo que está no meio de um impasse no Museu de História Natural da Bahia (MHNBA), ligado ao Instituto de Biologia (Ibio) da Universidade Federal da Bahia (Ufba). 

Nos últimos meses, a possibilidade de saída de uma coleção de objetos históricos, também chamada Coleção Histórica do museu, tem sido alvo de debate de pesquisadores e professores do instituto. De um lado, defensores da manutenção do acervo afirmam que tem havido um movimento de retirada do acervo sem respeito à história dos cursos ligados às Ciências Biológicas. 

Por outro lado, parte dos pesquisadores do MHNBA acredita estar diante de um material que deve ser avaliado por museólogos antes de ser referendado numa coleção. Dentre os itens, haveria desde objetos replicados, que não têm relevância histórica, a coisas que podem até ter ligação com um museu - mas não necessariamente um de História Natural. Além disso, haveria, ainda, objetos inservíveis - em outras palavras, sucata. 

O destino desses materiais ainda não está definido. Depende de um processo que deve ter início com uma votação na congregação (órgão superior de cada instituto ou faculdade), sem duração especificada. Pode ser resolvido em semanas ou meses. Enquanto isso, porém, o dilema jogou luz sobre questões que vão desde a preservação do patrimônio aos processos internos de museus universitários.

Segundo a professora Rejâne Lira, titular do Ibio e curadora da coleção histórica, mover um acervo sem anuência do curador é inaceitável em qualquer instituição. Seria necessário dizer para onde vai e quem cuidará dos itens. “Isso seria impensável de se fazer com a coleção de répteis, que eu também sou curadora. Jamais fariam isso. Mas com a coleção histórica estão fazendo”, diz. 

No entanto, de acordo com o diretor do Ibio, o professor Francisco Kelmo, o assunto ainda está sendo discutido internamente e já contou, inclusive, com a produção de um relatório por uma comissão com duas museólogas. "Não existe coleção histórica. O que existe, aprovado em documentos oficiais, é uma coleção de objetos, que serão preservados independente do destino", explica. 

Origem A própria criação da coleção de objetos históricos é um dos pontos de divergência. Da data de aprovação à possibilidade de ser mantida, há diferentes visões entre os pesquisadores. A saga da coleção começou em 2012, segundo a professora Rejâne. 

Na época, ela promoveu um curso com a professora Marta Lourenço, pesquisadora de museologia da Universidade de Lisboa, e os itens começaram a ser coletados. Na época, estava havendo uma reforma no Ibio para a troca do mobiliário."Todo esse mobiliário iria para o lixo ou para sucata ou seria leiloado pela Ufba. Mas muitos desses objetos têm valor comercial altíssimo, então eu disse: 'não, vou criar uma coleção histórica", lembra. Mas a coleção histórica teria sido alvo de disputa desde o começo pela necessidade de espaço para abrigar os objetos. Ela conta que conseguiu registrar o acervo em ata, no museu, em 2015. Também foi naquele período que conseguiu criar o setor educativo do órgão. 

Hoje, a coleção histórica tem itens que vão de lupas e microscópios a estufas de madeira, balanças analíticas e exemplares de moluscos. De acordo com a professora Rejâne, a coleção remonta às pesquisas na área de Biologia, especialmente as conduzidas por cientistas mulheres. 

"Se você desaparece com uma coleção histórica, você desaparece com a memória das pessoas. No Butantan, existe um museu histórico. Na Fiocruz, existe a Casa de Oswaldo Cruz. Como entender a materialidade de como se pesquisava na época? Para muitas pessoas, o acervo histórico é lixo", argumenta. 

Os materiais também seriam uma referência ao período em que os primeiros laboratórios começaram a ser implantados no Ibio, já que o curso de Biologia da Ufba foi criado em 1942. Antes disso, existiam os chamados 'gabinetes de História Natural', coordenados por professores da Faculdade de Medicina. 

Aos poucos, porém, o curso de Medicina foi se transformando e gerou a necessidade da criação da graduação em Ciências Biológicas. "Aqueles materiais, aquelas balanças antigas, tudo isso ia para o lixo se eu não fosse uma pessoa que tem pós-doutorado na área e estuda coleções históricas", diz. 

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Sucata Atualmente, segundo ela, há peças da coleção de objetos históricos no hall do Ibio (na exposição), na sala de exposição permanente e numa das salas do terceiro andar. No ano passado, porém, a professora fez uma denúncia à direção do Ibio chamando a atenção para o sumiço de peças do acervo - especificamente as que estavam na sala do terceiro andar. 

Quando encontrou a sala parcialmente vazia, em meio à pandemia, no ano passado foi em busca dos materiais. A professora diz ter descoberto que os objetos estavam no setor de patrimônio do instituto, prestes a sair por um processo de sucata. 

"Tinha sucata? Tinha, mas nem tudo era sucata. Tinha vários objetos que eram do museu. É uma tentativa de transformar objetos que estavam sob uma curadoria em inservíveis. Eles não servem mais para uso, mas são objetos históricos", afirma Rejâne.

Alguns objetos teriam sido retirados porque não havia livro de tombo - ou seja, um catálogo com os números de identificação de cada item, de acordo com o diretor do Ibio, Francisco Kelmo. Assim, inicialmente foi definida uma comissão interna para avaliar todas as peças e definir o que precisaria sair. "Muitos deles não pertencem à biologia, como ventilador, computador, ou tem objetos repetidos e esse é um grande problema. Mas todos os professores foram consultados para tomar uma decisão, porque ninguém vai jogar patrimônio histórico fora”, reforça o diretor. "A administração só pode dizer: 'estou precisando de quatro mouses novos' se enviar quatro mouses ao setor de patrimônio como inservíveis. É uma forma de dizer que você está precisando disso", acrescenta. Segundo ele, havia objetos armazenados em espaços úteis do instituto servindo até de abrigo para animais. "O campus está em um fragmento de Mata Atlântica. Tem muitos insetos, morcegos, roedores, que de vez em quando vem passear nos prédios. A obrigação da administração é estar, de tempos em tempos, revisando o que é patrimônio, o que pode ser restaurado", diz. 

Depois que a professora fez uma denúncia quanto ao desaparecimento de alguns itens, foi instaurada uma segunda comissão - essa formada também por museólogas, incluindo uma professora do curso de Museologia da Ufba. Eles entregaram um relatório em março deste ano. 

O documento foi lido numa reunião com os docentes, mas a congregação não tomou nenhuma decisão quanto ao destino da coleção. Dali, cada um preferiu reler o documento com calma e trazer ideias para o que é melhor para o museu. 

"Se a congregação disser que existem objetos que devem ser incorporados, vai haver uma comissão que vai lá separar os objetos e eles vão fazer parte do acervo do museu. O restante vai ser avaliado por outra comissão e encaminhado ao setor de patrimônio para tomar providências", diz o diretor. A análise pela congregação deve começar em breve. 

Estrutura No entanto, parece haver um problema maior. O MHNBA não teria autorização para manter uma coleção histórica, como explica um dos coordenadores do órgão, o professor Adolfo Calor. Atualmente, o MHNBA está sendo coordenado coletivamente por três docentes. 

De fato, existiu uma aprovação da coleção de objetos históricos em ata no dia 18 de dezembro de 2014. No documento, obtido pela reportagem, há uma descrição uma reunião com a presença de cinco professores, há referência a objetos que estariam em um dos corredores e alguns deles "merecem ser preservados pois constituem as últimas peças históricas da memória do Instituto de Biologia". 

Para o professor Adolfo, é natural que quem é da área de Biologia, especialmente pesquisadores que estudam evolução, tenham interesse em História."Mas essa coleção foi aprovada por um número muito pequeno de professores. Não tinha essa pretensão de ser uma base histórica de Biologia ou do museu de forma geral, mas uma conexão com o setor educacional". O museu tem uma sala de exposições que é aberta ao público. Lá, ficam desde animais empalhados até armários antigos, lupas, microscópios. Esses itens já seriam parte da reserva técnica do museu. 

Após a aprovação da instauração da coleção de objetos, porém, teria havido um grande incremento de itens. "No relatório feito também pelas museólogas, elas entendem que essa coleção tomou outra dimensão a partir da visão da curadora. A coleção passou a destoar da missão e dos objetivos do Museu de História Natural", afirma. 

Assim, inicialmente, a coleção seria formada por um número reduzido de objetos, todos ligados às coleções biológicas já existentes. Se tivesse uma coleção de objetos históricos de fato, o professor afirma que o museu precisaria ter um profissional museólogo. Apenas um museólogo poderia fazer essa curadoria, não um biólogo. 

O que está na coleção histórica, hoje, poderia ser dividido entre dois grupos. "Parte do que está tombado na coleção de objetos já era a reserva técnica, já era mobília do próprio museu. São alguns armários antigos, armário com esqueleto humano dentro e peças que sempre foram parte de exposição. Esses itens a gente entende que já eram do museu e vão continuar", acrescenta. 

O restante, porém, deve passar por um caminho de avaliação individual que é burocrático. Entre eles, estão mesas, cadeiras, computadores e projetores. Todos os objetos pertencem ao patrimônio do Ibio e, portanto, da Ufba. Isso não quer dizer, de acordo com ele, que os materiais seriam direcionados à sucata. 

"Nós entendemos que, no nosso espaço, não tem profissional qualificado para fazer essa análise. A gente não seria ingênuo de falar o que tem relevância e o que não tem. Nossa resposta à direção foi de que há itens na lista que são nossos, do patrimônio de história natural, e devem continuar. Os demais itens devem passar por análise de museólogos para dar um direcionamento", explica. 

Museu Outro ponto seria a discussão sobre o próprio objetivo da coleção histórica. Para o professor Marcelo Napoli, que foi um dos fundadores do MHNBA, é preciso questionar se foi criada uma coleção de objetos para o museu ou para o Ibio. "A história do museu não é a mesma do Instituto de Biologia. Nem todos os objetos que fazem parte do Ibio cabem como reserva técnica do museu de história natural. É um universo mais limitado do que a memória da unidade como um todo", pondera ele, que já foi coordenador do MHNBA e também da parte de Zoologia. O museu tem uma trajetória que remonta às últimas oito décadas. Ainda que a proposta de criação do MHNBA tenha sido redigida apenas em 2003, os acervos que o compõem foram sendo catalogados desde a década de 1940. O Museu de História Natural é composto por uma fusão entre o Museu de Zoologia da Ufba e o Herbário Alexandre Leal Costa, todos liderados por docentes do Ibio. “A Bahia nunca teve um museu de história natural”, lembra Napoli.

Segundo ele, foi com o museu de Zoologia, por exemplo, que foi possível criar o programa de pós-graduação em Biodiversidade Animal (anos mais tarde, se tornou o primeiro doutorado em Zoologia da Bahia). 

“Foi muito importante esse alicerce que criamos lá atrás. Fortaleceu a criação do nosso programa de pós-graduação em Zoologia, que mais recentemente passou a se chamar Biodiversidade e Evolução, atrelado ao museu. Com isso, conseguimos atingir nosso objetivo inicial: a criação do programa de pós-graduação”, analisa. 

Para o professor Marcelo, não há possibilidade de descartar o que faz parte das coleções catalogadas ao longo de anos, a exemplo do que está na exposição de longa duração. 

“Todos os colegas estão tentando contribuir da forma que acham que devem, mas às vezes alguns equívocos podem criar ruídos de comunicação. Todos nós temos um carinho e uma paixão por essas coleções. Algumas delas são as mais importantes do país, as maiores da região Nordeste", diz. 

Borboletas Um dos casos de destaque seria a coleção de borboletas e mariposas, que foi doada pelo professor Pedro Araújo ainda na década de 1940. Segundo o site do Museu de Zoologia, há mais de mil exemplares coletados em todas as regiões brasileiras, sobretudo no Sul do país. 

Hoje, parte do acervo das borboletas está na exposição de longa duração 'Janelas Abertas para o Passado, Memórias para o Futuro', organizada pela professora Rejâne no andar térreo do Ibio. Desde o mês passado, a exposição está disponível para visitação. A coleção de borboletas foi doada na década de 1940 (Foto: Ana Lucia Albuquerque/CORREIO) Professores ouvidos pela reportagem dizem que as borboletas e mariposas não fazem parte da coleção histórica, mas sim do acervo entomológico do museu - ou seja, a coleção de insetos. Elas não seriam nem mesmo alvo da análise quanto ao destino futuro do material, já que são da reserva técnica do órgão. 

No entanto, a professora Rejâne defende que elas fazem parte das duas coleções: a de insetos e a histórica, por ter dado origem ao museu. “Isso é muito comum em diversos museus no mundo. Por exemplo, o Museu Britânico de História Natural de Londres tem as coleções de Darwin, que são históricas e estão alocadas em diversas coleções, como molusco, inseto, etc. Não deixam de ser históricas”, diz. 

Essa é uma visão compartilhada pelo professor Lázaro Benedito, que é curador da xiloteca do museu - ou seja, as coleções de madeira históricas, comerciais e nativas da Bahia e do Brasil. A xiloteca homenageia e leva o nome do professor José Pereira de Sousa e, por isso, Benedito acredita que o espólio do professor, uma das referências em Botânica no Ibio, deve fazer parte da coleção histórica. 

“Manter e apresentar às futuras gerações o acervo histórico que conta sobre a origem e o passado fará elas compreenderem melhor o presente. Acho prudente a manutenção de uma coleção histórica, porém, por conta da questão de espaço físico, que haja exemplares apenas em quantidade compatível com o espaço disponível”, sugere. 

Museólogo No relatório elaborado pela comissão que avaliou o museu e a coleção de objetos históricos, há uma recomendação para a contratação de museólogo. Um dos coordenadores do órgão, o professor Adolfo Calor ressalta que existem dificuldades institucionais para a contratação em tempo hábil, devido à própria situação financeira das universidades federais. A Ufba, assim como outras instituições de ensino, tem passado por seguidos cortes em seu orçamento nos últimos anos. "Fizemos uma proposição de contratação não apenas pela coleção, mas porque traria uma nova noção de gestão que nós, enquanto biólogos, não temos. Mas tem que abrir concurso, não é algo tão simples, já que estamos passando por um período extremamente complexo de desinvestimento nas universidades públicas", pondera. Até então, não havia necessidade de ter um museólogo diretamente ligado ao MHNBA pelo próprio perfil do museu, segundo o diretor do Ibio, Francisco Kelmo. Com a situação dos objetos, a direção encaminhou um ofício à Pró-Reitoria de Desenvolvimento de Pessoas da Ufba para que, no próximo concurso da instituição, haja uma vaga para museólogo especificamente do órgão.

Hoje, a Ufba tem um sistema universitário de museus que inclui o Museu de Arte Sacra, o Museu de Arqueologia e Etnologia e o Museu Afro-Brasileiro. O funcionamento deles, porém, é diferente do MHNBA. 

Enquanto não há concurso, que depende de autorização do governo federal, há uma museóloga trabalhando voluntariamente em um projeto de pesquisa no museu. "Ela tem interesse em fazer pesquisa nessa área e veio para ajudar a gente", completa Kelmo.  

As recomendações da comissão com as museólogas incluem uma revisão do museu com acompanhamento de profissionais da área, além da avaliação de itens da coleção de objetos históricos por um corpo colegiado de professores a partir de critérios estabelecidos de forma coletiva. 

Objetos podem ser destinados a outras instituições, diz museóloga

Mas o que pode acontecer com objetos que eventualmente não sejam considerados adequados para a coleção histórica? Segundo a museóloga Sabrina Damasceno, professora do programa de pós-graduação em Arqueologia e Patrimônio Cultural da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), há bons exemplos em museus naturais pelo mundo que podem servir de inspiração.

No Museu Nacional, por exemplo, onde ela atuou por 15 anos, os museólogos descobriram que muitos vidros que seriam substituídos por um novo lote tinham muito valor de mercado. Eles foram trazidos da Inglaterra, em tempos de grande investimento no órgão. "Será que não seria interessante encaminhar esse material para uma atividade de extensão ou para outra instituição menor, que possa reutilizar?", sugere Sabrina, que é professora da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio).  Além disso, há itens simbólicos que podem servir para outras instituições. Se um museu de ciência e tecnologia recebe um acervo de um cientista que inclui roupas, por exemplo, e outros itens que não costumam ser expostos no local, é possível fazer um trâmite entre museus. 

"Muito mobiliário do Museu Nacional foi remanejado para laboratórios na Cidade Universitária. A gente sabe que a universidade tem áreas que são extremamente carentes. Às vezes, você tem um curso pequeno que quer fazer uma atividade de extensão, por exemplo, e o mobiliário pode ajudar", diz, citando também as possibilidades de uso de vidrarias. 

Além disso, a coleção histórica em si pode ficar em uma sala do tipo gabinete de curiosidades, que mostra como as pesquisas eram feitas antes. Mas é importante fazer uma pesquisa sobre todos os materiais. 

"Muitos museus de história natural pelo mundo estão reconstituindo gabinetes de história natural, usando mobiliário antigo. Mas tudo isso você só tem quando tem uma pesquisa sólida", enfatiza. 

Ela reforça que uma coleção conta parte da história do museu. Descartá-la, simbolicamente, seria como descartar uma parte da história institucional. "Esse tipo de coisa acontece quando não tem um setor de museologia funcionando para dizer o que tem valor", acrescenta.

A possibilidade de doar materiais que porventura não fiquem na coleção de objetos históricos não é um problema, segundo o diretor do Instituto de Biologia, Francisco Kelmo. Na verdade, esse tipo de procedimento já teria sido adotado pela instituição em outros momentos. 

"Já fizemos uma transferência de 400 bancos de madeira para outra unidade da Ufba. A gente jamais jogaria fora coisas que poderiam ser reformadas. Estamos falando de coisas que não cabem primeiro num contexto de história natural, nem para entrar em museu nenhum", pondera Kelmo.