Um absurdo chamado calendário da CBF

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  • Ivan Dias Marques

Publicado em 7 de outubro de 2018 às 10:59

- Atualizado há um ano

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Contra o Grêmio, na noite de sábado (6), em Porto Alegre, o Bahia completou a sua 63ª partida em 2018. Para se ter uma ideia, o Real Madrid, campeão da Liga dos Campeões da Europa, disputou 62 partidas na temporada 2017/2018, quando esteve em seis competições oficiais.

Até terminar o ano, o tricolor entrará em campo, ao menos, mais 11 vezes, sendo nove pela Série A e duas pelas quartas de final da Copa Sul-Americana: 74 jogos. Se seguir em frente na competição continental, o Bahia pode disputar até outras quatro partidas, totalizando 78 ao longo de 2018. Já é o clube brasileiro que mais entrou em campo. O Palmeiras pode chegar até 75, caso vá à final da Libertadores (se vencer, jogará o Mundial Interclubes e chegará a 77). O Grêmio pode ir a 76, sob as mesmas condições.

No entanto, no caso dessas duas equipes, subretudo o alviverde paulista, os elencos são bem maiores e homogêneos que o do Bahia. O Palmeiras consegue manter praticamente o mesmo nível com seus reservas, que seriam - quase todos - titulares com a camisa tricolor. O Grêmio, atual campeão da Libertadores, também conta com um investimento maior.

Assim, fica muito difícil cobrar que jogadores como Zé Rafael, que chegou ontem a 58 jogos disputados no ano, mantenham seu rendimento durante toda a temporada. Cada vez mais, o físico é exigido e o mental também. Ainda que o corpo aguente, como é o de Zé, que raramente se machuca, a cabeça já não trabalha com a mesma avidez do primeiro semestre.

Aí, no meio da última semana, a CBF divulga seu novo calendário e existe a possibilidade do Bahia fazer mais jogos ainda em 2019. Vai começar a Copa do Brasil desde o início, por exemplo.

O ano de 2018 está ensinando ao Esquadrão - e a outras equipes também: sem a quantidade de investimento de clubes do Sul/Sudeste, que possuem dois times em nível semelhante, é impossível manter um nível de atuação decente até o final do ano.

Assim, é preciso fazer uma escolha: poupar os melhores nas competições mais fracas ou correr cada vez mais risco de chegar aos momentos decisivos da temporada completamente quebrado.

Novos tempos? Não adianta os novos donos dos direitos comerciais da Fórmula 1, os americanos da Liberty Media, investirem na melhoria do espetáculo da categoria - como de fato vem acontecendo - se os casos de “jogo de equipe”, com pilotos abrindo para seus companheiros passarem, seguirem acontecendo.

No GP da Rússia, Valtteri Bottas, que vinha tendo um ótimo final de semana, permitiu a passagem de Lewis Hamilton, interferindo no prosseguimento normal da disputa pelo título de 2018 com Sebastian Vettel. Assim não dá.

Vôlei Havia escrito neste mesmo espaço sobre a oscilação da seleção masculina e que a final de domingo passado poderia ser o fim desse estigma recente. Não foi. Os comandados de Renan Dal Zotto não resistiram à Polônia e perderam, novamente, a decisão do Mundial. Ainda que a campanha não seja apagada, um 3x0 na decisão nunca é um placar fácil de digerir.

Ivan Dias Marques é subeditor de Esporte e escreve aos sábados.