Veja como a sustentabilidade gera oportunidades de negócios para pequenos negócios

Estudo do Sebrae apresenta seis tendências alinhadas com a Agenda 2030 da ONU e que podem gerar lucro para micro e pequenas empresas brasileiras

  • Foto do(a) author(a) Murilo Gitel
  • Murilo Gitel

Publicado em 29 de abril de 2018 às 06:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: O consultor Ricardo Voltolini é o autor do estudo (foto: divulgação)

Contribuir com os empreendedores que desejam aplicar a sustentabilidade nos micro e pequenos negócios é o objetivo do Estudo de Tendências de Sustentabilidade para Pequenos Negócios, lançado neste mês pelo Centro Sebrae de Sustentabilidade (CSS). A pesquisa foi desenvolvida por Ricardo Voltolini, consultor em sustentabilidade empresarial e presidente da empresa de consultoria Ideia Sustentável.

O levantamento apresenta uma síntese com seis tendências, que se baseiam em pesquisas realizadas em 2013 e 2014. A publicação é resultado de análises, consultas e entrevistas realizadas junto a 70 especialistas nacionais e internacionais, 25 líderes empresariais e 35 livros, papers e conferências.

“Este estudo foi uma revisão dos estudos anteriores, que envolveu cinco consultores. Chegamos a estas seis tendências, que de alguma forma vão impactar os pequenos negócios. Elas são bastante oportunas e vão gerar oportunidades múltiplas para os empreendedores”, projeta Voltolini.

O autor do estudo sugere aos empresários e empreendedores analisar as empresas apresentadas nos casos de cada tendência; observar seu público-alvo (se está sendo impactado por alguma das tendências); e caso tenha observado que será positiva para sua marca e clientes, pensar sobre como vai oferecer ao mercado e quais mudanças terá de fazer para atendê-la.

Possibilidades“Estas tendências de mercado podem ajudar o empresário a tomar decisões, mas é importante ressaltar que não representam previsões exatas do futuro. São possibilidades”, ressalta Voltolini.As seis tendências são: Empreendedorismo como propósito; Diversidade como vantagem competitiva; Inovação e tecnologia em favor de negócios mais sustentáveis; Economia colaborativa como fonte de crescimento; Economia circular como oportunidade de negócio; Cidades sustentáveis, ambientes para o empreendedorismo.

Conheça detalhes das seis tendências apontadas no estudo:

1 - Empreendedorismo como propósito

As empresas com propósito são criadas por profissionais de diversas idades e áreas que se retiram do setor corporativo devido ao cansaço de negócios convencionais e pelo desejo de trabalhar em ambientes menos hierárquicos e mais abertos a novas ideias.

No estudo estão citados os casos das empresas: ColOff; Urban 3D; Rede Mulher Empreendedora. Há, ainda, informações sobre as novas formas de financiamento, os gaps socioambientais e soluções empresariais; 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030; Lucro admirado; geração Millenials.

2 - Diversidade como vantagem competitiva

Segmentos específicos da sociedade, até há pouco tempo marginalizados e não contemplados com produtos e serviços por grandes companhias, representam oportunidade para empreendedores como alternativa profissional. Integram estes segmentos o público LGBT; a população negra; pessoas com deficiência.

Os empreendedores desses segmentos são muitas vezes ligados aos quadros de grandes empresas, que ainda não definiram sua política de diversidade. Eles criam seus próprios negócios para atuar nesses nichos.

3 – Inovação e Tecnologia em favor de negócios mais sustentáveis

As mudanças climáticas e o desafio de preservar a continuidade da vida no planeta estimulam o surgimento de empreendimentos criadores de soluções disruptivas, livres de emissões de gases de efeito estufa, produtos a base de matérias-primas limpas e renováveis e com tecnologias digitais.

Enquanto as grandes companhias têm mais dificuldades de se adequar a grandes mudanças com agilidade, os pequenos negócios podem inovar radicalmente os métodos produtivos e satisfazer às novas necessidades humanas mais rapidamente.

4 – Economia colaborativa como fonte de crescimento

A propriedade vem sendo preterida em favor do acesso. Esta frase resume a força da colaboração, essência desta tendência, que está se fortalecendo na sociedade e nas empresas. Novos modelos de negócios, a criação de espaços de compartilhamento de ideias e projetos (coworkings), a organização de conteúdos na internet em plataformas digitais, etc, facilitam a troca de serviços e produtos.

A economia criativa deve movimentar US$ 335 bilhões em 2025, segundo projeções da consultoria PwC, especialmente nos setores: hospedagem, compartilhamento de veículos, transações financeiras peer-to-peer e plataformas de streaming de música e vídeo.

5 – Economia circular como oportunidade de negócio

A economia circular está ganhando espaço no mercado brasileiro, especialmente porque busca eliminar e ou reduzir a geração de resíduos ao longo das cadeias produtivas. Apesar de a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) ainda não ter avançado no país, este conceito significa oportunidades para micro e pequenas empresas.

As etapas da economia circular são: extração de recursos; processamento do material; fabricação; uso; e gestão de resíduos que podem retornar a um novo ciclo produtivo via reutilização, remanufaturação ou reciclagem.

6 – Cidades sustentáveis, ambientes para o empreendedorismo

Esta tendência está relacionada com o Objetivo do Desenvolvimento Sustetável de número 11 (ODS 11) da Agenda 2030: tornar as cidades e os assentamentos humanos inclusivos, seguros, resilientes e sustentáveis. O ODS 11 tem como meta a habitação, transporte, organização, patrimônio cultural e natural, catástrofes naturais e sociais, espaços públicos, mudanças climáticas e apoio a países menos desenvolvidos.

É preciso promover transformações ao criar negócios de modo a conciliar o lucro e o bem coletivo. O estudo diz que as micro e pequenas empresas são ágeis para realizar transformações.

Para acessar o estudo na íntegra, clique aqui