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Ei, Jorge Dino, pare de fazer caixão do Bahia

Leia artigo de Paulo Leandro

  • Foto do(a) author(a) Paulo Leandro
  • Paulo Leandro

Publicado em 4 de outubro de 2023 às 05:05

Paulo Leandro
Paulo Leandro Crédito: Angeluci Figueiredo

Tenho um vizinho muito fofo e um voluntário dedicado na busca ativa por imunizar as pessoas, mas basta perceber a dor de um apito final, e presta serviço funerário gratuito, esmerando-se em produzir caixões artísticos em seu galpão.

Mas a boa vontade dele, seu eterno retorno, aquilo que ele gostaria de ficar fazendo para sempre, é mesmo ajudar o clube coirmão, nos momentos nos quais a Decorativa dizia faltarem as palavras.

Lamento informar ao vizinho, conhecido por Jorge Dino (“não é a mamãe”), ter de adiar seu projeto de presentear o clube das arábias com mil e uma noites de sepultura, junto a “Cheirazade” e Aladim, em estrepitoso crepitar a três (eita!).

Uma vez, Dino ganhou um carro (sim, um carro) em disputa com torcedores no Barradão, ao acertar um pênalti numa promoção inventada pelo “Marquetingue”. Figura de bom coração, esse Dino, nunca vi maltratar gatinho.

Mas, Dino, aguarde um pouco: o Bahia tem mais 13 jogos, são 39 pontos! Não sei se Minho deixa escrever Vitória, uma vitória aqui, outra ali, um empatezinho fora, Raudinei vai tocar no trio com Pepeu e a Kósmica até o Bomfim.

Goiás, sábado, 16 horas. A semana está em suspense para o tricolor-raiz porque o chefe tá de olho no “ser” improdutivo tomado pela angústia do perigo esmeraldino, não acerta fazer nada, o olho da rua é logo ali...

Vamos trazer um ponto, tá bom. Depois, o Inter de 1988: o encanto de Zé Carlos, Edinho Jacaré I, Charles, Paulo Rodrigues, Ronaldão Passos, Alemão, plantel genteboa demais, com essa energia retroativa escaparemos da zona!

Olha, pensem direitinho: ser cliente na zona é pra quem “phode”, na antiga grafia, mas se não curtem o mel, fazer o quê, né, vamos trazer um ponto de Goiânia e fazer três em casa contra o Inter.

Sentirá o Fortaleza, dia 21, o sacolejar no lombo. O Cruzeiro, lá, dia 25, vai sempre lembrar um épico de 1977, por aí: o Bahia saiu atrás com 2x0 e foi buscar o empate – raça e amor!

O Palestra Itália, lá, nem se assanhem. Perde no apito, no VAR, nos acréscimos, são muitas as táticas de forjar o resultado desejado....O Fluminense é aqui! Oxe, dá pra ganhar; mas outra pedreira é o Grêmio, lá.

Vamos ganhar a dona Bete das apostas, meu Lado B! Ah, saudade do amigo Calculino, ele contava estes malditos pontos corridos para mim. Vencendo Cuiabá e Atlético-PR, somamos 17... com os 25 já acumulados dá quanto?

Torçam pelo Corinthians, pois se estiver livre, não vai se matar em campo, e o Bahia ganha no Itaquerão; na volta, o São “Paulete” (abs, Mau, me perdoe) é freguês de caderno (ou explorer) e até batizou o Esquadrão de Aço. Eram anos 1940, e a cidade cheirando a rosas virava um Godzilla de concreto e aço, arranha-céus e falsa imponência: ao meter-lhe 7 nos “garoentos” dos “dois pastel”, o Bahia virou representante deste tal “progresso”. O aço vem daí.

Na sequência da tabela, tem a mangaba (fruta fácil de tirar do pé): América, lá; e no adeus, o Atlético de Hulk, o melhor jogador do Brasil há 200 temporadas, o problema é ter caráter demais...

Agora, confirmem se a ordem dos jogos está certa porque é sempre bom duvidar de cronista. Jorge Dino, pare de fazer caixão, e responda: quem tem duas corcundas é o dromedário ou o camelo? Quem-lhe?

Paulo Leandro é jornalista e professor Doutor em Cultura e Sociedade.