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O novo inferno astral de Rui Costa, o governador reborn e a viagem improdutiva de Jerônimo à China

Leia a coluna na íntegra

  • Foto do(a) author(a) Pombo Correio
  • Pombo Correio

Publicado em 16 de maio de 2025 às 05:00

imagem gerada por IA
Governador Reborn Crédito: Imagem gerada por IA

Inferno astral

O ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), vive um novo inferno astral em Brasília após ser acusado de vazar para a imprensa o fatídico episódio da primeira-dama Janja da Silva com o presidente da China, Xi Jinping, sobre o Tik Tok, durante agenda do presidente Lula (PT) no país asiático. Nas rodas de conversa na capital federal, o caso não é novidade, visto que Rui já era suspeito de ter vazado para a mídia outros episódios envolvendo Janja e até “tretas” internas no Palácio do Planalto, especialmente aquelas relacionadas a desafetos dele. Diante do caso, o ministro vem sendo chamado de “plantador de notas oficial da República”. O mais curioso, apontam parlamentares, sob reserva, é que Rui sempre foi avesso ao trabalho da imprensa, vide sua passagem pelo governo da Bahia, onde costumava dar tratamento hostil a profissionais da comunicação.

Depois da queda, o coice

Para completar a nova fase turbulenta, Rui viu a Controladoria-Geral da União (CGU) constatar possíveis irregularidades dele no uso de verbas do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para obras nos municípios Ipiaú e Itagibá, na região onde ele supostamente tem uma fazenda registrada no nome de uma aliada política local. O caso, entretanto, foi arquivado pela Comissão de Ética Pública (CEP) da Presidência. A CGU, por outro lado, identificou “situações que podem configurar, em tese, conflito de interesses ou infração ao Código de Conduta da Alta Administração”. Congressistas já dizem que a oposição vai explorar o caso para desgastar ainda mais o ministro, que, de fato, vive um novo inferno astral.

Governador Reborn

Um comentário espirituoso fazendo menção à tendência dos “bebês reborn” arrancou risos de uma roda de políticos esta semana. O comparativo com os bonecos realistas, que parecem de verdade, mas não o são, mirou o desempenho do governador Jerônimo Rodrigues (PT). “É o nosso governador reborn, parece que é, mas não governa”, disse um crítico ácido do petista. Até aliados que ouviram a piada não conseguiram evitar a gargalhada.

Turismo oficial

Por falar em Jerônimo, a nova viagem do governador à China, integrando a comitiva de Lula, rendeu muitos vídeos para as redes sociais, é verdade, mas deve terminar sem nada de concreto para a Bahia. Não houve nenhum avanço em relação à Ponte Salvador-Itaparica, projeto tão alarmado por Jerônimo, mas que segue indefinido. Inclusive, numa reunião com o presidente chinês Xi Jinping, Lula levou seus ministros, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, e o deputado federal Elmar Nascimento, que representou a Câmara, mas Jerônimo ficou de fora. Ou seja, aparentemente, nem mesmo Lula está interessado no projeto da prometida ponte.

Realidade à porta

Tem sido cada vez mais raro ver aliados do governador Jerônimo Rodrigues na tribuna da Assembleia Legislativa defendendo ações da administração estadual, principalmente depois do próprio governador ter admitido publicamente que sua gestão não anda nada bem. Não foi diferente esta semana, quando o Atlas da Violência mostrou que pela nona vez consecutiva a Bahia segue no topo do ranking nacional de homicídios com quase sete mil ocorrências em 2023. O que se ouviu nos bastidores entre os governistas foi que o cenário não oferece mais margem para relativizar os números nem blindar o governador. “A realidade bateu à porta”, disse um apoiador do petista.

Envelheceu mal

Desta vez, o PT também não conseguiu sequer explorar aquela antiga tese de que o combate à violência não se faz apenas com polícia, mas com políticas sociais, educação, cultura, lazer e geração de empregos. Isso porque a Bahia também está com os piores indicadores sociais do Brasil: com a maior taxa de desempregados, com a segunda pior educação do país, com o maior número de pessoas analfabetas acima de 15 anos e com espaços culturais e de lazer completamente degradados, a exemplo do antigo Centro de Convenções, do Parque Metropolitano de Pituaçu e do Teatro Castro Alves - fechado desde janeiro de 2023 após um princípio de incêndio. O discurso petista envelheceu mal junto com um pacote de programas sociais que não entregaram o resultado esperado.

Desvio

A interdição da ponte sobre o rio Jequitinhonha, na BR-101, na altura de Itapebi, escancarou mais um sintoma da letargia do governo federal, que já vinha sendo alertado a tempos do risco na estrutura por lideranças da região. Finalmente quando a travessia foi interditada na semana passada, o estrago já estava feito: o desvio improvisado obriga agora os motoristas a rodarem mais 70 km por uma estrada de barro, em condições precárias. O prejuízo logístico atinge desde o transporte de cargas até a educação, já que o rio divide o município ao meio e os estudantes precisam encarar um verdadeiro malabarismo diário para chegar à escola. O episódio é mais uma prova de que o tão propalado alinhamento entre o governo da Bahia e o governo federal, ambos comandados pelo PT, tem falhado sistematicamente.

Por água abaixo

Deputados estaduais do PP consideram que naufragou a ideia de mudança em bloco para outro partido após a federação da legenda com o União Brasil. Como alguns deles desejam ficar na bancada governista, a expectativa é que eles migrassem para uma única sigla de forma a ter mais poder de barganha. Contudo, pelo menos dois parlamentares já avisaram que vão traçar seu próprio caminho e um deles confidenciou que, inclusive, pode não querer deixar o PP. “Aprendi com o senador Otto Alencar que decisão só se toma quando o momento exige”, disse, sob reserva.

Futuro incerto

Integrantes da base governista na Bahia preveem que o PDT pode passar por maus bocados nas eleições do ano que vem com o retorno à aliança com o PT. Analistas apontam que a formação das chapas de parlamentares estaduais e federais pode ser comprometida, a ponto de colocar em risco a reeleição do deputado Félix Mendonça Jr, presidente da legenda no estado. Caciques da base dizem que as diferenças entre Félix e Rui Costa são históricas e que o ministro não pretende mover uma palha para ajudar o pedetista. “Pelo contrário. Rui nunca engoliu a mudança de Félix no passado e se tiver a oportunidade vai matá-lo politicamente”, avaliou um influente parlamentar baiano.

Greve política

Que a greve deflagrada pela APLB em Salvador é política todo mundo já sabe. Mas o movimento tem ganhado contornos cada vez mais absurdos. Primeiro porque a Justiça já considerou a paralisação ilegal e determinou a suspensão da greve, mas, apesar disto, a entidade que diz representar os professores mantém a grave, mesmo sendo penalizada ao pagamento de multa e com o risco de desconto nos salários dos profissionais previstos na decisão judicial. Segundo pelo fato de a entidade ter aceitado a proposta do governo do estado, de 6,27%, mas exigir da prefeitura um percentual muito maior. Justamente por isso a greve vem perdendo adesão e na própria categoria já se diz que o movimento “flopou”.