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Rodrigo Daniel Silva
Publicado em 20 de dezembro de 2024 às 13:13
A filosofa Djamila Ribeiro criticou duramente a política de segurança pública do governador Jerônimo Rodrigues (PT) em um artigo publicado nesta quinta-feira (19) no jornal Folha de S. Paulo. No texto com o título “A polícia do Jerônimo”, a escritora afirmou que “a polícia da Bahia, estado governado pelo PT, tem uma política de genocídio”. >
“Mas o que pergunto é: por que não devemos apontar que a polícia baiana, que mata mais do que toda a polícia dos Estados Unidos, é a polícia do Jerônimo, do Rui Costa, do Jaques Wagner?”, questionou Djamila Ribeiro.>
“Há uma urgência em apontar os crimes de uma política pública que tem acumulado taxas estratosféricas de homicídios sob governos que deveriam ser responsabilizados. Sim, é necessário que governadores e seus antecessores sejam levados ao banco dos réus. Que um promotor, como um artilheiro diante do gol – a infeliz analogia emprestada por um ex-governador baiano –, os acuse pelos crimes contra sua própria população e marque seu golaço”, acrescentou.>
Djamila lamentou que um assunto “tão grave e urgente”, como a questão da segurança pública da Bahia, concorra com o polêmico comportamento da cantora Cláudia Leitte de mudar a letra da canção “Caranguejo”.>
“Os dados falam por si. Segundo o Anuário de Segurança Pública (sempre importante citar), a polícia da Bahia é a que mais mata no Brasil. Trata-se de um dado insuperável e que, por si só, exige perguntas, respostas, mudanças e consequências aos agentes responsáveis na máquina estatal”, escreveu a filosofa (clique aqui e leia o artigo na íntegra).>
Somente no ano passado - primeiro ano do governo Jerônimo - a polícia baiana matou 1.702 mortes em operações, segundo o boletim Pele Alvo, realizado pela Rede de Observatórios de Segurança. Deste total, 1.321 eram negros.>