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Instituições e partidos investem em cursos para qualificar quadros públicos no país

Especialistas explicam como uma qualificação sólida traz resultados para cidades

  • Foto do(a) author(a) Millena Marques
  • Millena Marques

Publicado em 31 de outubro de 2024 às 07:00

Evento promovido pelo União Brasil, que aconteceu em julho em Salvador, para capacitar servidores Crédito: Paula Fróes/Arquivo CORREIO

Na busca para garantir uma gestão pública eficiente, as universidades, instituições privadas e os partidos políticos têm oferecido cursos, palestras e workshops voltados a administradores públicos. Especialistas ressaltam que, com uma qualificação sólida, esses profissionais tornam-se mais aptos a enfrentar desafios complexos, implementar soluções eficazes e atender de forma precisa as demandas legais e sociais. Esse investimento em capacitação contribui diretamente para uma administração mais estratégica, inovadora e sensível às necessidades da população.

Na Bahia, as principais universidades oferecem cursos de gestão pública, como a Universidade Federal da Bahia (Ufba), o Instituto Federal da Bahia (Ifba), a Universidade do Estado da Bahia (Uneb), a Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), a Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc) e a Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs). Além disso, instituições privadas, como o Centro Universitário Jorge Amado (Unijorge), também oferecem programas na área.

Em âmbito nacional, um dos mais conhecidos cursos de gestão pública e formação de liderança política é do RenovaBR. No pleito deste ano, 296 vereadores, 44 prefeitos e 25 vice-prefeitos eleitos saíram da escola. A Fundação Índigo, vinculada ao partido União Brasil, também tem feito grandes investimentos para a capacitação de quadros públicos. Em julho deste ano, a entidade lançou, por exemplo, o programa Melhores do Brasil, que capacita servidores com metodologias de gestão para soluções de problemas diversos.

Já, em 6 e 7 de novembro, a fundação vai reunir 150 prefeitos eleitos do União Brasil para participar do evento ‘Prefeito de Sucesso’. O objetivo é orientar gestores de primeira viagem sobre temas essenciais, como processos de transição, manutenção do equilíbrio econômico-financeiro e elaboração de um planejamento estratégico

“A nossa intenção (com o curso) é apresentar a todos os prefeitos, principalmente àqueles que vão ocupar o cargo pela primeira vez, o jeito União Brasil de governar, combatendo e eliminando os desperdícios, apostando no equilíbrio fiscal e no planejamento estratégico, gastando mais com o cidadão e menos com a máquina administrativa, investindo em tecnologia e inovação e, principalmente, tendo um olhar diferenciado com os que mais precisam”, afirmou ACM Neto, que comanda a Fundação Índigo e é vice-presidente nacional do União Brasil.

Para o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado da Bahia (TCE-BA), Inaldo da Paixão, a capacitação de gestores públicos é essencial para a tomada de decisões. “Fortalece a liderança e promove inovação. Quando a administração pública oferece serviços de qualidade em áreas como saúde, educação, infraestrutura e segurança, a população desfruta de uma melhor qualidade de vida e do acesso a direitos básicos. A boa aplicação dos recursos reflete diretamente no bem-estar da comunidade”, explicou.

De acordo com a União dos Municípios da Bahia (UPB), dos 417 municípios do estado, 222 terão novos prefeitos a partir de 2025 - 195 se reelegeram. A entidade não soube precisar, entretanto, quantos destes serão chefes do Executivo de primeira viagem ou estão retornando ao cargo. Entre os novatos, está a vereadora Débora Régis (União Brasil). Ela já tem dois mandatos como legisladora, mas terá a partir de janeiro a primeira experiência administrativa após ser eleita neste ano a nova prefeita de Lauro de Freitas, na Região Metropolitana de Salvador.

Débora Régis afirmou que os administradores públicos precisam estar sempre se capacitando. “A formação contínua é fundamental para que possamos exercer a gestão pública com excelência, entendendo cada vez melhor as ferramentas e as estratégias necessárias para promover a qualidade de vida que nossa população merece”, frisou.

Professor titular de estratégia e gestão pública do Insper e professor licenciado da Escola de Administração da Ufba (EAUfba), Sandro Cabral avaliou que para ter uma administração pública de qualidade é preciso encontrar um equilíbrio entre o esforço contínuo para atender as necessidades dos moradores e o orçamento para o fornecimento dos serviços.

“De nada adianta você fazer uma série de ações que beneficiam determinados grupos da sociedade se as ações não são sustentáveis. Então, uma boa gestão pública é aquela que faz o equilíbrio entre todas as partes interessadas, toda a população, e que observa as questões orçamentárias também”, observou.

O conselheiro Inaldo da Paixão salientou que uma boa gestão é aquela que segue os princípios da Constituição Federal, como legalidade, impessoalidade, moralidade (ética), publicidade (transparência) e eficiência.

“Tudo isso garante não apenas uma boa gestão pública, mas também a sua efetividade. A modernização da administração por meio da tecnologia da informação é crucial também, assim como o controle eficiente das receitas e despesas, priorizando a transparência e a prestação de contas. A avaliação das políticas públicas também é essencial. Além disso, aplicar os recursos com responsabilidade é fundamental para obter resultados consistentes”, disse.

O integrante do TCE ainda avaliou que os principais desafios para um gestor público são a burocracia excessiva, a corrupção, a baixa qualificação técnica, a frágil transparência, a falta de recursos e a resistência a mudanças. Segundo ele, as cidades do interior enfrentam dificuldades maiores por causa da menor arrecadação de impostos e maior dependência de transferência de recursos estaduais e federais.

“Além disso, essas cidades enfrentam dificuldades em atrair profissionais qualificados e podem ter uma infraestrutura mais limitada. Novos gestores costumam enfrentar dificuldades para se adaptar à estrutura administrativa e às demandas locais, além de sofrerem uma maior pressão por resultados rápidos. Gestores reeleitos, por sua vez, têm a vantagem de conhecer os processos internos, liderar equipes consolidadas e dar continuidade a projetos em andamento”, acrescentou.

*Com orientação do editor Rodrigo Daniel Silva