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Com rombo bilionário, Correios admitem crise e segura dinheiro de franqueados

Franqueados relatam estar em situação crítica e alegam que não têm recursos sequer para pagar os salários dos funcionários

  • Foto do(a) author(a) Rodrigo Daniel Silva
  • Rodrigo Daniel Silva

Publicado em 17 de abril de 2025 às 05:00

Prédio dos Correios em Salvador
Prédio dos Correios em Salvador Crédito: Antonio Saturnino/Arquivo CORREIO

Depois de registrar um rombo bilionário no ano passado, os Correios retiveram, neste mês de abril, 70% da comissão destinada aos franqueados, o que gerou indignação entre os parceiros da estatal. De acordo com relatos, a decisão foi tomada sem qualquer aviso prévio.

Franqueados da Bahia, que preferiram não se identificar por temer retaliações, afirmaram que a Associação Brasileira de Franquias Postais (Abrapost), que tem cerca de 30 associados em todo o país, já estuda acionar sua assessoria jurídica para ingressar com uma ação judicial contra os Correios, caso o pagamento integral não seja efetuado.

Em carta enviada aos associados, intitulada “Problemática da Retenção da Remuneração das AGFs (Agência de Correios Franqueada)”, a Abrapost afirmou: “Destacamos que, caso não haja êxito na interlocução com a ECT (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos), adotará todas as medidas jurídicas cabíveis para resguardar os direitos dos associados, de forma coordenada e legal”.

Os franqueados relataram estar em situação crítica e alegam que não têm recursos sequer para quitar os tributos federais obrigatórios ou pagar os salários dos funcionários. Em resposta às cobranças da Abrapost e da Associação das Agências dos Correios Franqueadas (Apost), os Correios informaram, por meio de carta, que o repasse parcial se deve à “necessidade de adequação do fluxo de caixa”.

O documento é assinado pela superintendente executiva de Canais de Vendas, Rosângela Alves dos Santos, e pelo diretor de Negócios, Hilton Rogério Maia Cardoso. Nele, a estatal informa que a regularização do valor restante está prevista para ocorrer até o dia 6 de maio. “Somos gratos pela dedicação e pelo empenho de cada um de vocês, que seguem contribuindo de forma essencial para o sucesso da nossa rede”, diz o comunicado, que também aponta uma expectativa de melhora no fluxo de caixa ainda no final deste mês de abril.

Procurada pelo CORREIO, a estatal reafirmou o posicionamento enviado aos franqueados e disse que a retenção ocorreu “de forma excepcional” para adequar o fluxo de caixa. Os franqueados são empresários que operam agências licenciadas da marca.

O modelo de franquia tem como objetivo ampliar os pontos de atendimento da empresa em todo o país, oferecendo serviços como Sedex, PAC, envio de cartas, marketing direto e encomendas expressas (EMS).

Agravamento

A crise financeira dos Correios se intensificou nos últimos anos. Segundo o Ministério da Gestão e Inovação (MGI), a estatal acumulou um prejuízo de R$ 3,2 bilhões em 2024, o que representou 50% do déficit total das 20 estatais federais avaliadas (R$ 6,3 bilhões). A conta exclui gigantes como Petrobras e Banco do Brasil.

Esse foi o terceiro ano consecutivo de prejuízo para os Correios. Em 2023, o déficit foi de R$ 597 milhões; em 2022, R$ 768 milhões. Diante do cenário negativo, a oposição no Congresso tem cobrado explicações. O senador Márcio Bittar (União Brasil-AC) defende a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar os prejuízos acumulados pela estatal. Ele atribui parte da crise ao retorno de indicações políticas após a suspensão da Lei das Estatais pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

“O Senado não pode continuar vendo uma empresa, a mais antiga estatal do Brasil, se deteriorando diante dos nossos olhos. É por isso que estamos propondo a instalação da CPI dos Correios, para investigar com responsabilidade os prejuízos, as indicações políticas e a má gestão que levaram a esse colapso”, declarou o parlamentar.

Estatal coloca imóveis para vender em Salvador

Prédio dos Correios na Pituba
Prédio dos Correios na Pituba Crédito: Marina Silva/Arquivo CORREIO

Os Correios anunciaram a venda de dois imóveis localizados em Salvador. Um deles é o antigo prédio da estatal, com 17 andares, situado em um terreno de 35 mil m² na Avenida Paulo VI, nº 190, no bairro da Pituba. O outro é um imóvel na Rua Marquês de Caravelas, nº 101, no bairro da Barra.

A licitação para a venda do imóvel na Barra será realizada no dia 13 de maio, às 10h. Com 160 m², o terreno abriga uma loja térrea, está desocupado e fica a poucos metros da praia. De acordo com os Correios, o local possui infraestrutura completa e potencial para uso comercial ou residencial.

Segundo informou o colunista do CORREIO nesta semana, Ronaldo Jacobina, o edifício da Pituba, construído há mais de 35 anos e desativado desde 2011, terá nova tentativa de alienação no dia 12 de maio, também às 10h. O valor mínimo estipulado para a venda é de R$ 145.489.400,00.