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Alô Alô Bahia
Publicado em 25 de agosto de 2025 às 13:23
Um dos marcos arquitetônicos de Salvador, a Casa Coaty, projetada por Lina Bo Bardi e Lelé, se aproximou ainda mais da revitalização. A Fundação Mário Leal Ferreira contratou os arquitetos Marcelo Ferraz, Marcelo Suzuki e José Minho para elaborar o projeto, que posteriormente será encaminhado para a Prefeitura de Salvador, responsável por ordenar o início das obras. >
Ambos os Marcelos fizeram parte da equipe de Lina, que projetou outras edificações icônicas na capital baiana, como a Casa do Bênin. Já José Minho trabalhou diretamente com Lelé, responsável por fornecer os cálculos que sustentam a icônica estrutura nervurada do local.>
Casa Coaty
Após as obras, o espaço será repassado ao a associação cultural Pivô, que pretende transformar o Coaty em palco de exposições artísticas e culturais em Salvador.>
“Contratamos essa equipe para restaurar e demos a ordem de serviço semana passada. Agora, eles vão apresentar o projeto de recuperação e restauro. Este imóvel é fundamental para a história de Salvador e de Lina Lo Bardi, pois é um dos projetos que a fez ser conhecida internacionalmente, sendo citado na Bienal de Veneza e na Rússia, por exemplo”, revelou, com exclusividade ao Alô Alô Bahia, Tania Scofield, presidente da Fundação Mário Leal Ferreira.>
A previsão é que o projeto seja entregue até o fim de 2025.>
Espaço Coaty>
Construído em 1989 durante uma série de projetos da prefeitura, comandada por Mário Kertész, para revitalizar a Ladeira da Montanha, o Espaço Coady, também conhecido como Casa Coaty, foi idealizado inicialmente para abrigar um restaurante.>
Durante os anos 90 o espaço funcionou como o icônico restaurante Zanzibar, mas após o encerramento das suas atividades, passou a ficar aberto apenas em poucas ocasiões e de forma provisória, servindo de local para ocupações artísticas e culturais.>
No início do ano, a vice-prefeita e secretária da Secult, Ana Paula Matos, recebeu o diretor-executivo do Instituto Bardi, Lorenzo Gemma, na sede da Secretaria, no bairro do Comércio, para discutir a revitalização do espaço.>
A requalificação é um passo importante no compromisso conjunto de resgatar e preservar o legado de Lina Bo Bardi. Segundo Ana Paula Matos, a parceria entre o poder público e as instituições culturais é essencial para que esse emblemático conjunto urbano volte a pulsar com vida e significado.>
“Estamos construindo uma ponte entre a Prefeitura, Instituto Bardi e a Pivô, unindo história, arte, urbanismo, sustentabilidade, inclusão social e tecnologia, sempre respeitando o legado original de Lina Bo Bardi. Além do restauro, buscamos uma reocupação viva, conectada ao contexto, que promova o acesso à cultura e valorize a memória coletiva. Essa parceria é um compromisso com a história, com o significado cultural do espaço urbano e com a construção de um futuro inspirado pela sensibilidade de Lina”, afirmou a vice-prefeita.>
O diretor do Instituto Bardi, Lorenzo Gemma, destacou a qualidade do trabalho conduzido pela Pivô e o cuidado com a pesquisa histórica, ancorada em documentos do Arquivo Público de Salvador e do próprio Instituto. Para ele, “entre os pontos em comum dos envolvidos com o projeto está o movimento pela democratização da cultura”.>
Já Carolina de Sá, diretora-executiva da Pivô, enfatizou o impacto simbólico e concreto da iniciativa. “Requalificar esse conjunto é reconhecer a potência das ideias de Lina, da técnica acessível, da arquitetura como ferramenta social, da cidade como espaço vivo”, disse.>