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Companheiro de traficante Nem Gorda é executado em Paripe

Alex Brito das Neves foi baleado em várias partes do corpo, socorrido para o Hospital do Subúrbio, mas não resistiu

  • Foto do(a) author(a) Amanda Palma
  • Amanda Palma

Publicado em 9 de dezembro de 2015 às 09:48

 - Atualizado há 2 anos

Foto: ReproduçãoO companheiro da traficante Nem Gorda, Alex Brito das Neves, 26 anos, foi morto a tiros no início da noite desta terça-feira (8) perto da casa onde morava no bairro de Paripe, em Salvador. O crime aconteceu por volta das 18h, na Rua Almirante Tamandaré.

Alex, também conhecido como Grilinho, foi baleado diversas vezes nas pernas, no braço, genitália e nas costas. Ele chegou a ser socorrido pelo padrasto Antônio Luis Marcelino dos Santos para o Hospital do Subúrbio, mas não resistiu aos ferimentos e morreu 20 minutos depois de dar entrada na emergência.

Segundo Antônio informou à polícia, Alex estava em casa com ele e a mãe Eliana Brito dos Santos assistindo a um filme evangélico. Ele resolveu sair na rua e logo depois a família ouviu alguns disparos e uma moto em fuga. Ao chegar na rua, o padrasto encontrou o enteado ferido no chão. Com a ajuda de vizinhos, Antônio levou Alex para o hospital, onde ele morreu.

Alex tinha passagens pela polícia por tráfico de drogas desde 2010 e era conhecido por ser o braço direito de Maria Lúcia dos Santos Gomes, a traficante Nem Gorda. Segundo o delegado Nilton Borba, titular da 5ª Delegacia (Periperi), ele executava as ações ordenadas por Nem e era o responsável por manter o clima de temor entre os rivais, já que possuía destreza com armas.

"Quando Nem Gorda ainda estava traficando, ele era quem implantava o temor aos rivais. Ele respondia por inúmeros homicídios na região do Subúrbio. Era considerado uma pessoa destemida", afirmou o delegado.  

Segundo o major Eurico Silva Costa Filho, comandante da 18ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM/Periperi), Alex comandou por um tempo o tráfico na localidade conhecida como Alto do Tanque, que fica entre Mirantes de Periperi e Periperi, mesma área de atuação do Bonde da Nem. "Ele era traficante. A informação que nós temos é de que ele era militar do Exército e atuou como armeiro. Nessa época ele já cotava elementos para trabalhar na milícia dele", disse o major.Nem Gorda gorda está presa(Foto: Almiro Lopes/CORREIO)AtentadoAlex já tinha sofrido uma tentativa de homicídio há aproximadamente um ano e meio. Segundo o delegado Nilton Borba, na época, ele foi baleado duas vezes na cabeça e em outras partes do corpo. Após o atentado, ele ficou internado por muitos dias. Grilinho chegou a perder um pouco de massa encefálica e teve parte da coordenação motora e fala comprometidas.

Ainda de acordo com Borba, a polícia chegou a acreditar que a atuação de Alex no mundo do tráfico estava limitada por conta das sequelas. Mas, há cerca de 40 dias, o companheiro de Nem Gorda voltou a ser preso na companhia de outros envolvidos com o tráfico. Na ocasião, Alex foi liberado por falta de provas, mas levantou suspeitas de que ele estava tentando restabelecer o comando do tráfico no Alto do Tanque. A autoria e a motivação da morte de Alex estão sendo investigadas pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). "Queremos encontrar e responsabilizar quem cometeu essa morte, porque apesar do histórico dele, essa situação não deixa de ser um homicídio. E quem matou ele, pode matar outras pessoas", disse o delegado. 

O padrasto também informou à polícia de que ele estava com audiência marcada no dia 15, no Fórum Criminal em Sussuarana.

Há cinco anos o irmão de Alex, Álvaro Brito das Neves, 19, o Alvinho, foi morto por policiais da 18ª CIPM. Ele também tinha envolvimento com o tráfico de drogas.

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