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Da Redação
Publicado em 30 de novembro de 2019 às 16:06
- Atualizado há 2 anos
Comemorando 5 anos de existência, a Marcha do Empoderamento Crespo aconteceu na tarde deste sábado (30), nas ruas do centro de Salvador. Fazendo parte do calendário de lutas em homenagem ao Dia Nacional da Consciência Negra, celebrado no dia 20 de novembro, a Marcha, que nos anos anteriores já levou mais de 30 mil pessoas para as ruas de Salvador, voltou com algumas novidades para fazer referência ao passado e ao presente com homenagens a mulheres negras que fizeram história. >
A concentração se iniciou às 13h na praça do Campo Grande e o evento, que tem apoio da Secretaria de Promoção da Igualdade Racial (Sepromi), seguiu pela Rua Carlos Gomes até a Praça Castro Alves. O tema desta edição foi A Força do Empoderamento Crespo – Meia Década de Ancestralidade, Continuidade e Luta.>
“A marcha nasceu das redes sociais e hoje somos um grande coletivos de luta contra o racismo, tendo a estética como ferrametne. Neste cinco anos, a mudança nas pessoas que vemos na população negra são muitas: temos candidatos negros na política, a promoção da estética como afirmação, temos espaço no mercado e a legitimação de um lugar na sociedade. A política de cotas para ingresso na universidade é uma recolução par ao movimento negro”, avalia Yves Guedes, fundadora do evento. A estudante Laís Oliveira (foto/Tiago Caldas) Do início, em 2015, para cá, além do evento na rua em si, a principal atuação da Marcha tem sido nas escolas, através da realização de rodas de conversa e capacitações, com o objetivo de instrumentalizar a juventude negra, ajudando na formação de sua identidade, reconstruindo ideias colocadas pelo racismo. “Nos colocamos no front da luta antirracista, ocupando e propondo eventos de cunho formativo e político em diferentes espaços, onde as crianças, a juventude e as mulheres negras são maioria”, completa Yves.>
Este ano, a marcha foi entrecortada ao longo do trajeto com performances musicais e teatrais, saraus poéticos e até desfiles de moda. Entre as atrações culturais da Marcha neste ano estiveram a cantora Matildes Charles, a Banda Didá, o cantor Guiguio, Savannah Lima e Visioonárias. Também participaram a Transbatucada, o Maracatu Ventos de Ouro, o coletivo Afrobapho, desfile manifesto com a Focus Modas e, ainda, os DJs Tia Carol e Paulilo. O estudante Daniel Joaquim (foto/Tiago Caldas) “A marcha representa, não só para mim mas para várias mulheres negras, uma forma de saber se aceitar com nossos cabelos crespos, sem sofrer por não ter o padrão do modelo europeu”, disse Laís Oliveira, 16 anos.>
Não só as mulheres se fizeram ver durante o trajeto. Homens também fizeram questão de participar do movimento afirmativo. Foi o caso de Daniel Joaquim Costa Júnior, de 21 anos: “A marcha significa representatividade, o poder de nos reafirmar como negros diante de um governo totalmente contrário às nossas pautas. Estamos aqui pra mostrar que estamos sobrevivemos e vamos caminhar juntos”. >