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Fernanda Varela
Publicado em 12 de julho de 2025 às 08:03
A notícia de que uma criança sofreu uma queda fatal de 70 metros no Cânion Fortaleza, em Cambará do Sul (RS), se espalhou pelo Brasil. A morte precoce e as circunstâncias causaram grande comoção. A vítima era Bianca Bernardon Zanella, uma menina que tinha 11 anos, que era de Curitiba e passava as férias com os pais e os dois irmãos mais novos. Diagnosticada com autismo e com a Síndrome de Smith-Magenis, ela era uma criança com necessidades especiais e estava acompanhada da família em um passeio turístico quando o acidente aconteceu. O corpo foi encontrado sem vida após 10 horas de resgate.>
Bianca Bernardon Zanella
Apesar das necessidades especiais, Bianca era escoteira e muito ativa. Ela nasceu em Curitiba, no Paraná, onde vivia com os pais e os dois irmãos, de 9 e 5 anos. Aos 11 anos, já enfrentava os desafios de duas condições que exigem cuidado e atenção redobrada: o Transtorno do Espectro Autista (TEA) e a Síndrome de Smith-Magenis, uma doença genética rara associada a atraso no desenvolvimento, alterações no sono, infecções recorrentes e comportamentos autoagressivos. >
Resgate no Cânion Fortaleza
Apesar das dificuldades, era uma menina ativa, curiosa e querida. Participava do Grupo Escoteiro Santos Dumont (GESD), em Curitiba, e foi homenageada pela organização com uma nota de pesar. “Bianca Bernardon Zanella deixou sua luz em cada passo na trilha da Alcateia Kaa”, escreveu o grupo. No movimento escoteiro, era descrita como uma “lobinha alegre e dedicada”, parte do ramo infantil do escotismo, destinado a crianças de 6 a 11 anos.>
Durante as férias escolares de julho, viajou com a família para Cambará do Sul, no Rio Grande do Sul, uma das regiões mais procuradas do país por turistas que buscam contato com a natureza. Na quinta-feira, 10 de julho, enquanto passeava com os pais e irmãos pelo Cânion Fortaleza, ela se afastou do grupo e correu em direção à beira do precipício. O pai tentou alcançá-la, mas não conseguiu impedir a queda.>
Segundo o próprio relato dele às autoridades, a família havia parado para um lanche próximo ao mirante e pretendia descansar antes de seguir o caminho de volta. O local onde a menina caiu não tinha proteção. O corpo de Bianca foi encontrado dez horas depois da queda, a mais de 70 metros de profundidade, após uma operação complexa feita por equipes de resgate com uso de técnicas de rapel e ancoragens em rocha.>
Bianca foi encontrada sem vida, e o laudo de necropsia apontou politraumatismo. O resgate, dificultado pelo mau tempo, não pôde ser feito de helicóptero e precisou de apoio terrestre, com viaturas dos bombeiros servindo de base para a operação de descida. A tragédia mobilizou autoridades locais, e o governo do Paraná enviou duas aeronaves ao Rio Grande do Sul: uma para transportar o corpo da menina e outra para levar os familiares de volta para casa.>
O carro da família será levado de volta a Curitiba por bombeiros paranaenses. A Polícia Civil do Rio Grande do Sul instaurou inquérito para investigar as circunstâncias do acidente. O Parque Nacional da Serra Geral, onde fica o Cânion Fortaleza, é operado atualmente pela concessionária Úrbia Parques, responsável pela gestão da segurança do local.>