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Da Redação
Publicado em 23 de fevereiro de 2018 às 11:37
- Atualizado há 2 anos
A pequena Maria Alice de Oliveira Lima, de 1 ano e 4 meses, que morreu na noite desta quinta-feira (22) quando era transferida do Hospital Evangélico para o Hospital Geral do Estado (HGE), em Salvador, não foi vítima de um crime. A informação foi confirmada pela assessoria da Polícia Civil, no final da tarde desta sexta, após os pais da criança serem ouvidos e explicarem que ela sofria de uma doença congênita. Segundo a mãe informou aos médicos, após a menina tomar um suco e ir dormir, ela percebeu algo errado e prestou socorro.>
Inicialmente, um boletim médico ao qual o CORREIO teve acesso, no posto policial do HGE, indicava que a criança teria sofrido algum tipo de violência sexual. "Ao chegar neste HGE, o médico constatou o óbito da vítima. Na preparação do corpo para o Instituto Médico Legal Nina Rodrigues (IMLNR) pela enfermagem, foi verificado que havia dilaceramento de vagina e do ânus da referida criança", diz o boletim.>
Segundo a assessoria da Polícia Civil, a criança morreu de causas naturais, pois era portadora de uma anomalia cardíaca. Junto à família, o CORREIO apurou, durante o sepultamento de Maria Alice, no cemitério Jardim da Saudade, no final da tarde, que ela havia passado por três cirurgias no coração, desde que nasceu, e que a mãe da criança teve uma gravidez de risco.“Foi um milagre ela ter nascido, mas a mãe nunca desistiu. Ela passou pelas cirurgias, era doentinha, mas nem parecia. Maria Alice era bem gaiata e alegre. Ela inclusive tinha pediatra marcado hoje, porque tava há três dias sem querer comer”, informou uma amiga da família. A mãe da criança é vice-diretora de uma escola municipal em Narandiba. Na época da gestação, viajou para São Paulo, onde passou seis meses para ter a criança, já que desde o início da gravidez já se sabia que seria um parto de risco.>
Ela e o marido foram ouvidos, esclareceram as circunstâncias do óbito, e foi constatado que o bebê não sofreu violência sexual, como foi informado no boletim. >
Ainda conforme o boletim, a menina passou mal após tomar um suco, na noite desta quinta. "O técnico do hospital particular relatou que a mãe da criança procurou atendimento pediátrico para a filha. Ela relatou que depois que a menina tomou o suco, acordou passando mal, sem conseguir respirar e que, por isso, buscou atendimento", citava o boletim.>
Maria Alice foi socorrida pela mãe para o Hospital Evangélico, em Brotas, onde a família mora, mas, como a unidade não atende pediatria, a menina precisou ser transferida para o HGE, onde já chegou sem vida. >
Pela manhã, o CORREIO foi até a casa da família, mas não conseguiu contato com nenhum parente. Uma mulher, que se identificou como amiga da mãe da criança, informou que não havia ninguém na casa. >
Também pela manhã, a reportagem conversou com a delegada Simone Malaquias, que informou que ainda ouviria os familiares da menina. "A polícia vai investigar o caso, pois, ainda não existem informações suficientes para qualificar o que houve. As oitivas junto à família serão iniciadas e aguardaremos o laudo do Departamento de Polícia Técnica (DPT), única prova material neste caso", explicou Simone. No entanto, à tarde, a assessoria atualizou a situação, e disse que não haverá investigação criminal, diante das evidências de que a criança morreu de causas naturais. >
A assessoria da Polícia Civil reforçou que houve um “erro” no registro do caso, já que foi desconsiderado que a criança era portadora da doença congênita. >