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Portal Edicase
Publicado em 5 de junho de 2025 às 17:09
O inhame é um tubérculo muito apreciado por seus benefícios à saúde, graças ao seu perfil nutricional rico em fibras, vitaminas e minerais. Introduzido no Brasil pelos escravizados africanos, ele se adaptou bem ao solo brasileiro e faz parte da culinária de diversas regiões do país. >
Segundo dados da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), em meados de 1500, o inhame era mencionado pelo padre José de Anchieta em seus escritos, que destacavam seu valor nutritivo e importância na alimentação dos povos indígenas. “Eles não comem senão doutra coisa a não ser dum inhame que brota da terra”, escreveu o missionário jesuíta em sua carta de chegada ao Brasil. >
Versátil e saboroso, o inhame segue sendo um alimento presente nas mesas brasileiras — e cada vez mais valorizado por suas propriedades funcionais. A seguir, conheça 5 benefícios do tubérculo para a saúde e veja dicas para consumi-lo com segurança! >
O inhame é uma ótima fonte de fibras alimentares , que ajudam na regulação do trânsito intestinal. De acordo com dados da Tabela Brasileira de Composição de Alimentos (TBCA), da Universidade de São Paulo (USP) e da Food Research Center (FoRC), 100 g do tubérculo cozido oferece cerca de 1,60 g de fibras. Esses carboidratos complexos têm a capacidade de absorver água e formar um gel no intestino, o que facilita a evacuação e contribui para o alívio da prisão de ventre. >
Um estudo publicado na revista internacional Nutrients , chamado “ Antidiabetic Effects of Yam (Dioscorea batatas) and Its Active Constituent, Allantoin, in a Rat Model of Streptozotocin-Induced Diabetes “, aponta que o inhame chinês e seu composto ativo, a alantoína, apresentam efeitos antidiabéticos. >
Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores dividiram 50 ratos diabéticos induzidos por estreptozotocina (STZ) em cinco grupos: controle normal (NC), controle diabético (STZ) e três grupos com STZ associados a diferentes tratamentos. Após um mês, os resultados mostraram redução nos níveis de glicose no sangue, colesterol total e colesterol LDL (colesterol “ruim”). >
Além disso, o estudo observou melhora no estresse antioxidativo, sugerindo que tanto o inhame quanto a alantoína “podem modular o estresse oxidativo, as atividades antioxidantes e os perfis lipídicos; melhorar a função renal e hepática; promover a liberação de GLP-1 [hormônio intestinal]; e melhorar a função das células β, mantendo assim os níveis de insulina e glicose”, descreve a publicação. >
O inhame contém uma substância chamada diosgenina, que contribui para a produção do hormônio estrogênio. Esse composto tem papel fundamental na manutenção do ciclo menstrual, especialmente em casos de desequilíbrio hormonal. Como consequência, o consumo do tubérculo pode ajudar a minimizar os sintomas da tensão pré-menstrual (TPM), como cólicas, irritabilidade e inchaço. >
Para quem busca mais disposição no dia a dia, o inhame pode ser um grande aliado. É o que sugere o estudo “ Antifatigue effects and antioxidant activity in polysaccharide fractions from Chinese yam bulbils ”, publicado na revista científica Food Sciences and Nutrition . A pesquisa avaliou os efeitos antifadiga de dois polissacarídeos (PYB-1 e PYB-2), extraídos de bulbilhos de inhame chinês — estruturas jovens da planta — por meio de testes de resistência em camundongos submetidos a exercícios exaustivos de natação. >
Os resultados demonstraram que esses carboidratos melhoraram significativamente a performance física dos animais, aumentando sua capacidade de natação. Além disso, testes indicaram que o composto PYB-1 apresentou maior atividade antioxidante, com mais eficácia na eliminação de radicais livres do que o PYB-2. Com base nesses dados, o estudo conclui que os polissacarídeos do inhame chinês têm potencial como ingredientes funcionais no combate à fadiga. >
Devido à sua rica composição em cálcio e magnésio, o consumo regular de inhame contribui para a manutenção de ossos fortes e saudáveis. Segundo dados da Tabela Brasileira de Composição de Alimentos, a cada 100 g do tubérculo cozido é possível obter 17,1 mg de magnésio e 14,9 mg de cálcio — quantidades que ajudam a preservar a densidade óssea e a prevenir a osteoporose. >
Além disso, o inhame é uma boa fonte de potássio, fornecendo cerca de 231 mg por 100 g, mineral que auxilia na redução da perda de cálcio pela urina, favorecendo ainda mais a saúde dos ossos. >
Dados da Embrapa recomendam que o inhame seja consumido sempre na forma cozida, pois o vegetal contém substâncias que podem causar desconforto quando cru. O órgão também orienta que o tubérculo pode ser armazenado por até 15 dias fora da geladeira, desde que em ambientes frescos, secos e escuros. O excesso de refrigeração pode acelerar a brotação. >
Além desses cuidados, é importante lembrar que o consumo deve ser moderado. Isso porque, apesar de seus diversos benefícios, o inhame é um alimento calórico. Pessoas com alergia, intolerância ou problemas renais devem sempre consultar um profissional de saúde antes de incluí-lo na dieta. Além disso, seu consumo não substitui o tratamento e o acompanhamento médico. >